•Amo mesmo! •

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MAVI

Faziam duas horas que eu cheguei em casa e não consegui levantar do sofá desde então.

O diagnóstico da Brenda tava martelando na minha cabeça. Eu não sinto que era realmente aquilo que ela estava dizendo, mas a minha mente se perguntava se era possível. E não tem lógica!

Tudo bem que os ânimos entre mim e o Lennon estão bem aflorados, mas paixão é demais! Muito demais!
   Não tinha sentido e nem razão pra isso, ele tem sido meu melhor amigos nas últimas semanas e só!

  O único jeito dessa porra acabar é só ignorar que vai passar, eu sei que vai.

   Já me apaixonei trezentas vezes, até mesmo pelo próprio Lennon e tenho que admitir que não foi nada assim. Nem perto!
  Eu sinto sempre uma vontade louca de transar quando estou apaixonada. E eu não consigo ver isso nele. Se eu realmente estivesse criando sentimentos de novo por ele, teria transado pela minha casa toda, e não convidado ele pra assistir um jogo de futebol e do nada acordar babando na blusa dele.

  Lennon é só um amigo que tá bagunçado um pouco meu sistema.

...

  Cheguei na papatunes e tentei ser o mais natural possível com todo mundo. Mas tava difícil, minha cara de cu quando eu tô concentrada nos meus próprios pensamentos faz as pessoas acharem que é contra elas.

LENNON

Mais um dia tentando escrever alguma coisa, e depois de tanto tentar vi que tava precisando de uma ajuda.

Fui aonde a Mavi sempre ficava e vi lá vazio. Aproveitei estar sozinho só pra poder tentar me inspirar.

E quando eu sentei na cadeira dela, em uma mesinha pequena vi uma foto dela com o Vitor emoldurada. Sorri por ver como ela era tão doce quando estava com ele.

Vitória é uma pessoa tão durona, mas com as pessoas certas é uma flor. E eu queria tanto ser como ela! Tipo, as vezes eu sinto que eu sou bonzinho até demais.

— Oxi!?

Ouvi a voz dela. Levantei o rosto e sorrindo.

— Mavi, minha querida amiga. Que bom que você chegou! — Disse forçando.

Mavi riu me estendendo a bolsa.

— Fala o que tu quer? — Ela perguntou direta.

Peguei a bolsa dela e beijei seu rosto. Pude jurar que ela estremeceu. Enfim.

— Preciso de uma ajuda tua. Tô travado por uma desgraça de uma palavra! — Falei colocando a bolsa em cima da mesa dela.

— Deixa eu ver o que posso fazer por você!? — Ela estendeu a mão.

Entreguei o caderninho pra ela que começou ler detalhadamente.

— E ela disse que já me viu, déjà vu. Naquele sonho, nós ouvindo Djavan. Na garagem, um Panamera e uma Pajero full. Mas era só um sonho.— Ela leu.

— Preciso completar esse final, mas eu não tenho ideia de como fazer. Tô com a música toda na cabeça, mas travei aí. — Falei sentando na cadeira dela, meio frustado.

— E ela disse que já me viu, déjà vu. Naquele sonho, nós ouvindo Djavan. Na garagem, um Panamera e uma Pajero full. Mas era só um sonho... — Ela cantarolou.

Ela ficou mais concentrada e pegou a caneta em um movimento brusco!

— Vê se assim tá bom... — Ela falou me estendendo o caderninho.

Li e vi que ficou melhor que eu pensei.

— Caralho, tá foda, foda de verdade! Te beijaria agora mesmo. Caralho consegui. — Disse e vi a postura dela ficar rígida.

— Sabe que foi brincadeira né? — Questionei e ela assentiu sem me encarar.

— Mavi? — Chamei a atenção dela.

— Eu? — Ela perguntou com um tom de voz estranho.

— Tudo bem? — Perguntei vendo a postura dela mudar minimamente.

— Óbvio, ué. — Ela disse sorrindo.

Dei de ombros, já tinha me convencido que estava tudo bem, até ela amarrar o cabelo.

  Levantei indo pra perto dela. Vitória me encarou meio curiosa.

— Tória, confia em mim. — Disse e ela enrugou o cenho. — E aquele papo de sinceridade um com o outro?

  Mavi bufou dando a volta na mesa e sentando na cadeira.

— Não é nada. — Ela não me encarou.

— Você mente muito mal, e eu te conheço há mais de cinco anos, então não tente me enganar mocinha. — Apoiei na mesa ficando mais próximo dela.

— Que saco! — Ela fechou os olhos respirando fundo. — Ontem eu tava na psicóloga e tô um pouco pensativa, so isso.

  Eu sabia que não era só isso.

— A gente pode comer pizza hoje de noite? — Perguntei e ela me encarou receosa.

— Juro que posso assistir o jogo que você quiser. — Tentei fazer acordo, e ela não acatou muito não. — Tá, tá! Pago tudo o que você quiser.

  Ela sorriu assentindo.

— Quando tiver saindo me avisa. Você vai me dar uma carona, vim sem carro.

— Folgada! — Resmunguei pegando meu caderninho e saindo da sala.

— MAS VOCÊ ME AMA DO MESMO JEITO, FRASSETTI!

  Ouvi ela gritar de dentro da sala.

  Amo mesmo!

  Mavi foi uma pessoa importante pra mim. Meu primeiro amor. Acho que sempre fica o afeto carinhoso.

nada é pra sempre | L7NNONOnde as histórias ganham vida. Descobre agora