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― Não vai me falar mesmo? ― insisti, talvez, pela vigésima vez desde que entramos no uber, a no máximo dois minutos.

Gabriel riu e negou com a cabeça.

― Você vai ter que esperar para ver aonde nós vamos. ― ele falou e eu suspirei alto, fazendo o uber rir.

― Sua namorada não esta muito contente, hm? ― o motorista perguntou rindo ― Lembro de uma vez que isso aconteceu comigo... Foi um desastre.

Eu e Gabriel nos entreolhamos completamente confusos, qualquer pessoa era capaz de ver o sinal de duvida estampado em nossos rostos.

O semáforo ficou vermelho e o motorista nos olhou pelo espelho retrovisor, notando nossa confusão.

― Vocês devem ter mais ou menos uns dezoito anos, ou quase isso talvez? ― questionou e nós dois concordamos com a cabeça, emiti um "hmrm" ― Quando eu tinha a idade de vocês, ― riu sozinho, lembrando-se do acontecimento ― eu convidei a garota que eu gostava para passear. Chamei um táxi e guardei segredo sobre onde íamos, o que a fez ficar igual a você, senhorita, totalmente indignada.

Ri de leve e o semáforo abriu, fazendo-o voltar a prestar atenção na rua.

― Eu acabei rindo dela algumas vezes, e isso a fez ficar mais chateada, mas não era por mal, sabem? Era porque a situação estava engraçada e eu também estava muito nervoso, realmente gostava dela.

Meus lábios continham um sorriso leve.

― Vocês estavam saindo há quanto tempo quando o senhor decidiu chama-la para sair? ― Gabriel perguntou interessado na historia.

O homem deveria estar na casa dos cinquenta anos, provavelmente colecionava varias historias.

O motorista sorriu.

― Não estávamos saindo, nós éramos amigos. ―ele tinha um sorriso bobo no rosto ― Éramos amigos e eu estava me tremendo de tanto nervosismo que eu estava sentindo. ― sorri tentando imaginar a cena ― Mas a culpa não era minha, ela era bonita demais. ― riu ― Eu deveria estar acostumado, vocês devem estar pensando isso pelo fato de sermos amigos, mas eu jurava que ela ficava mais bonita a cada vez que eu a via.

― Own. ― falei emocionada.

― Na verdade, eu entendo. ― Stein falou ― Digo as mulheres realmente tem esse poder. ― emendou em seguida.

― Quando chegamos no local, eu ainda consegui deixa-la mais chateada porque havia dito que eu ia pagar o taxi, e ela queria dividir o valor, acabou saindo do carro chateada dizendo que eu não a deixava fazer nada.

― Isso me lembra de que― Stein tentou falar.

― Vamos dividir!

Ele riu.

― Anjo, está no meu cartão.

Bufei e rolei os olhos.

― Até porque... ― Gabriel falou e eu o olhei ― Eu convidei, eu pago.

― Então dividimos a comida, já que o uber esta no seu cartão.

― Não, Charlie.

― Então... Eu te dou o dinheiro do uber e você paga a comida? ― tentei.

Ele negou com a cabeça.

Antes que eu retrucasse, ouvimos a risada do motorista.

― Veja bem rapaz, ela está dando a você a opção de pagar a comida. Na minha versão ate por isso nós brigamos. ― ele falou.

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