Apenas Amigos

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Não era de se esperar que os meninos ficassem grudados uns com os outros assim como as meninas ficam, certo?

Assim que chegamos encontramos os outros três meninos nos esperando na porta do shopping. Tocante, eu diria, mas logo cada um foi para um lado resolver suas coisas e quando dei por mim, os três já haviam sumido.

Aproximei-me de Gabriel e passe meu braço pelo seu.

Estanhando, ele me olhou.

― Só para o caso de você decidir sumir também. ― Dei de ombros ― Vai que você decide sumir.

Ele sorriu, e logo começou a rir como se tivesse escutado uma ótima piada.

Ok, eu era engraçada, mas não tinha falado nada demais.

E eu, tola, sorri em algum momento vendo a felicidade que ele transbordava.

— Ai Charlie, você sempre me impressiona. ― Ele falou depois que conseguiu retomar o controle de seu corpo.

— To falando sério, ué! Os meninos estavam aqui ainda agora e eles sumiram!

— Enquanto você estava totalmente distraída olhando para a loja de chocolates, acabamos marcando um ponto de encontro. Eles iam ver alguma coisa para eles e para as namoradas. ― Gabriel deu de ombros.

Comecei a rir baixinho.

— O que foi? ― Perguntou me olhando com curiosidade.

— Tenho a leve impressão de que já falamos sobre isso, ― ri mais um pouco, eu provavelmente iria me desatar de tanto rir quando completasse a frase — mas como é ser a vela do seu grupo de amigos?

Gabriel continuou sustentando meu olhar por alguns segundos, quando processou a frase acabou rolando os olhos e cruzando os braços, o gesto me fez cair na risada.

— Uhhh! Ai, ai, cara. Ai socorro. ― Mais risos — Eu não consigo entender. ― Falei tentando respirar normalmente depois de uma quase crise de risos.

Gabriel ainda estava de braços cruzados, mas havia um pequeno sorriso em seu rosto.

― Você é bonito, ― ergui o indicador — inteligente, engraçado, gente boa, galante. ― uma palma já estava aberta. — Porque caralhos você continua solteiro?! ― Perguntei quase indignada.

Stein arqueou as sobrancelhas.

— Quer dizer que você acha que eu sou tudo isso, hm? ― Ele perguntou de forma retorica e se aproximou de mim.

Foi a minha vez de rolar os olhos.

— Gabriel. Responde a minha pergunta e me deixa sentir a minha indignação, por favor! ― Falei espalmando seus ombros e empurrando-o levemente, o que fez o menino me abraçar e por fim, passar o braço esquerdo por meus ombros.

— Ah, Charlie. Não sei. ― Deu de ombros e eu o olhei.

— Mas você disse que queria achar alguém! ― Relembrei uma de nossas conversas. — Disse que de certa forma queria namorar.

— E eu quero. ― Falou firme e me olhou rapidamente, depois voltou a olhar para frente e nos guiar para algum canto do shopping — Realmente quero, eu só... Não encontrei a garota. Ainda.

Bufei.

— Como você quer encontrar alguém se não procura a pessoa?

Gabriel parou de andar e se colocou a minha frente. Inclinou a cabeça para a direita e sorriu.

— É ai que entra a sua filosofia de vida. ― Ele falou e franziu o cenho — Como foi que você falou quando começamos a conversar e entramos nesse tópico? Ah, sim! "Eu não vou procurar o amor, eu vou deixar ele me encontrar". - piscou para mim — Eu aderi o seu pensamento.