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Mudei a cidade que o Stein mora,
agora ele mora em Recife.


— Como assim você não fez sanduíche pra mim? ― Guilherme perguntou colocando as mãos na cintura. Os meninos haviam acabado de entrar na casa, e o meu amigo adorava fazer aquilo, porque era uma imitação ― horrível dizendo de passagem ― minha.

Levantei os ombros.

— Porque eu só fiz pra mim e... ―  Comecei a falar.

— Falando nisso, o sanduíche estava ótimo. ― Gabriel falou e eu o olhei, arqueando as sobrancelhas.

Guilherme abriu a boca, ultrajado.

— COMO ASSIM ELE COMEU O SEU SANDUÍCHE?

Gabriel franziu o cenho, estranhando reação de Guilherme.

Eu comecei a rir.

— Charlie! ― Gui falou e se emburrou, sentando em um dos bancos.

— Oh meu deus... ― Falei rindo ainda.

— O que foi? ― Stein perguntou perdido.

— Charlie nunca faz os sanduíches dela pra outras pessoas, só ela sabe como fazer e o Guilherme é o único privilegiado porque ela decidiu dividir com ele o sabor do sanduíche. ― Marcos falou aparecendo na sala — Então se você comeu um dos sanduíches dela, sinta-se honrado.

Gabriel baixou a cabeça e passou a mão na boca, mas eu vi o sorriso que ele estava escondendo.

Levantei-me e fui em direção ao meu amigo emburrado.

— Ei! - chamei, mas ele olhou pra direção oposta.

— Ei! - chamei de novo, parando a sua frente. Guilherme olhou pra trás.

GUIIIIIIIIIIIII! ―  Falei e me joguei em cima dele — Eu não fiz pra ele.

Guilherme descruzou os braços e me abrigou em seu peito.

— Não?

— Não. ―  Confirmei.

— Mas ensinou a fazer. ― Gabriel falou e eu fechei os olhos, sabendo que eu ia encontrar o chão.

Como premeditado, Guilherme abriu os braços e, eu cai no chão.

— AI! ―  Falei e me levantei, passando as mãos em meu bumbum.

Meu amigo fechou a cara.

— Você ensinou pra ele!

— Já te ensinei também, você que nunca quis memorizar. ―  Rebati e fui para o sofá.

— Por que eu teria que memorizar algo se quem faz vai estar sempre comigo?

— Aff, cala a boca. ― respondi mal-humorada.

— Ah meu amor... ― Gui começou a falar e eu apenas cruzei os braços — Amor meu, você sabe que eu te amo, não sabe?

O olhei e vi todos na sala me olharem, esperando uma resposta. Continuei calada e emburrada.

Guilherme sorria sapeca e começou a andar até o sofá.

— Você sabe que eu te amo, não sabe?

O olhei entediada e meu amigo se jogou em cima de mim.

— Ai filho da égua! ―  Reclamei porque ele despejou todo seu peso em mim — Sai, sai, sai!

— Só quando você disser que me ama.

Apenas AmigosWhere stories live. Discover now