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Controlei a respiração.

Ainda estava sentada no mesmo local com Stein ao meu lado, seus braços estavam ao meu redor e me apertavam com força contra seu corpo. Suas mãos faziam carinho em minhas costas, e no final eu já me via de mãos atadas com aquela situação.

Fui me afastando devagar, quando levei minhas mãos ao seu peito para empurra-lo devagar, Stein travou seus braços, foi então que notei que seus músculos estavam mais aparentes.

Ele estava mais forte.

— Stein, eu preciso ir. - falei baixo, minha voz não era confiável naquele momento. Eu havia chorado demais e não queria começar a chorar de novo.

— Charlie, você precisa me ouvir...

— Stein. - falei e tentei sair de seus braços de novo, ele relutou mais uma vez — Eu preciso ir.

— Não vou deixar você sair enquanto não me ouvir. - sua voz tinha um tom de urgência, não conseguia olhá-lo nos olhos.

— Eu... Eu ...

— Charlie... Por favor.

— Eu preciso ir embora. - falei com as minhas últimas forças.

E então seus braços afrouxaram e Gabriel me deixou livre, no entanto, fiquei parada no mesmo local.

— Eu não posso te forçar a ficar, mas por favor, fica. - ele pediu.

Senti meu nariz arder, indicando que eu começaria a chorar de novo.

— Por favor, baby. Por favor.

Então eu me levantei.

Minhas pernas tremiam, mas eu precisava ir embora. Por mim, mas principalmente pelo horário. Gabriel se levantou também, mas ficou parado no mesmo local quando me viu tocar na maçaneta.

Minhas mãos tremiam, eu havia perdido a força até para abrir a porta.

Quando o trinco abriu e eu dei um passo para fora, ouvi uma última vez o seu pedido.

— Por favor, Siv.

De repente, o colar em meu pescoço pareceu pesar uma tonelada. O pingente frio no colo de meu peito fez meus pelos se arrepiarem, e então eu cometi um erro gigantesco.

Eu ergui o rosto para olhá-lo.

Mesmo sabendo que ele havia chorado enquanto eu tremia e chorava contra seu corpo, mesmo sabendo que suas lágrimas caíram em minha pele, nada no mundo me prepararia para ver Gabriel desabar na minha frente.

Quando seus olhos encontraram os meus, foi a vez dele.

Ele não emitiu som nenhum, seu corpo apenas tremeu e as lágrimas caíram. Meu coração pesou em meu peito, eu podia ir embora, mas voltei para dentro do apartamento e fechei a porta.

Quando o abracei, Gabriel deixou os soluços suaves aparecerem.

Foi como se eu tivesse ligado à sua dor. Respirei fundo e pedi forças para não chorar, eu precisava ajudá-lo, afinal antes ele esteva lá por mim quando eu precisei, então eu precisava estar ali para ele. Eu precisava ser sua fortaleza, assim como ele havia sido a minha tempos atrás.

Suas mãos me agarraram como se ele precisasse se certificar de que eu realmente estava ali, meu ombro estava molhado por conta de suas lagrimas, e apesar de saber que provavelmente eu estaria encrencada quando chegasse no apartamento, eu não poderia ir embora e deixá-lo naquele estado.

Meu coração não permitiria.

— Por favor. Deixe-me explicar. - ele pediu entre soluços.

— Shhh, não fala nada. Apenas chore, está tudo bem, você pode chorar. - falei e beijei seus cabelos negros.

Apenas AmigosWhere stories live. Discover now