Alguns sentimentos podem ser o que não são. Mas seríamos nós capazes de dizer quando exatamente eles mudaram?
Sempre temos alguém que nos entende, talvez não seja nosso melhor amigo ou amiga, mas sempre existe aquela pessoa que se conecta a você de...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Dois anos antes.
— Amiga, qual vestido você acha que combina mais?
Baixei o livro que estava em minhas mãos e vi Martha segurando dois cabides.
— Eu diria pra você escolher o branco. – Falei — Acho que você fica linda com ele.
Ela se virou para o espelho e colocou o cabide que estava com a roupa em sua frente.
— Contrasta com a minha pele morena. – Pontou — Mas preto emagrece. – a vi entortar os lábios, em dúvida.
— Escolhe o que você achar que fica legal, – falei, sabendo que ela não iria levar nada do que eu dissesse a serio e escolheria o que quisesse — no final você sempre coloca o que realmente quer, não sei porquê pergunta ainda. – Soltei um riso fraco, era sempre assim.
Martha fez uma careta pra mim pelo espelho e eu apenas rolei os olhos e voltei a prestar atenção no livro que estava lendo.
[...]
— Você não vai se arrumar? – Martha perguntou enquanto colocava os brincos.
Eu estava terminando de ler o livro, então levantei meu indicador direito, indicando que era para ela esperar.
Alguns minutos se passaram e então eu fechei o livro.
— Você já está pronta? – perguntei.
— Já, Charlie. Você não parece muito contente em me acompanhar nessa festa. – Martha analisou.
Suspirei e me levantei da cama dela.
— Talvez seja por que eu não simpatizo com festas. – falei erguendo os braços.
— Mas é meu aniversário! – Martha terminou de passar o perfume e bateu os pés no chão.
Rolei os olhos.
— Eu sei, mas essa festa não é sua. É do seu colégio, ou melhor, da sua turma. – Tentei erguer a boca para fazer um sorriso fechado, mas pareceu uma careta. — Me dê dez minutos, vou me assear.
— É, pra mim tá parecendo aquelas festas que tem em filmes. – falei olhando para o tumulto de pessoas que, particularmente, não me agradava em nada.
— Nossa, mudamos de colégio e você pareceu ficar mais rabugenta.
Coloquei minha mão direita em cima de meu peito.
— Muito obrigada, de verdade. É muito bom saber que alguém reconhece o meu humor negro. – Fingi enxugar lágrimas.
Minha amiga rolou os olhos e segurou meu pulso.
— Não vou ligar para seus comentários sarcásticos hoje, Charlie. Tenho quinze anos de vida para comemorar.
— Você que manda, boss1. – Concordei com a cabeça, mesmo que ela não fosse ver, já que estava buscando com os olhos, os amigos do novo colégio pela festa.
