Apenas Amigos

09

― Então quer dizer que você é o único que cozinha aqui? ― Perguntei fazendo uma entonação diferente.

― Sim! Acredita nisso? ― Fabio passou a costa da mão na testa. ― E eles só lavam os pratos deles! Deixam a panela para eu lavar! Não é injusto?

Estávamos na cozinha, Fábio enxugava a louça e eu decidi fazer companhia para ele enquanto Gabriel havia sumido apartamento adentro.

― Eu acho. Estou do seu lado. ― Falei, sabendo que ele poderia estar um pouquinho, puxando sardinha pro seu lado.

― Ai menina, difícil ser o único homem prendado aqui.

― Oh Chris! Vem ouvir o que o Fabio tá falando aqui na cozinha pra Charlie! ― Mario apareceu na cozinha gritando para fora dela.

Engasguei um riso e olhei para o menino que era, quase, da minha cor.

Christopher logo apareceu no cômodo.

― Quais são as injurias que ele já esta contando? ― O moreno perguntou.

― Eu estou falando apenas a verdade. ― Fábio se pronunciou.

― Charlie? ― Christopher arqueou as sobrancelhas.

― Ahm...

― Charlie. ― Fábio falou e eu o olhei.

― Não olha pra ele não, olha pra mim. ― Christopher falou.

― Ahm... ― Falei, e espremi os lábios um no outro para não rir ― Gabrieeeeel ― Gritei e passei por Mario. ― Vou ali meninos! Fui.

― Charlie! ― Os dois falaram juntos e eu ri.

― Eu não vou me responsabilizar por briga nenhuma! ― Gritei enquanto andava ate o quarto de Stein.

Dei dois toques na porta e esperei.

Nada.

― Gabriel? ― O chamei.

Esperei mais um pouco.

― Gabe?

Nada.

Segurei a maçaneta e a abaixei, abrindo a porta. Coloquei minha cabeça para dentro.

Ninguém.

― Osh. ― Falei baixinho e entrei no quarto.

Era simples, não tinha muitas coisas ali.

As paredes eram brancas, o guarda-roupa era em um tom de cinza, uma estante com livros também era em um tom de cinza, uma mesa de estudos, e por fim a cama.

A janela estava aberta, e eu me perguntei se Gabriel dormia com ela aberta, porque o risco de molhar a cama era grande, uma vez que a cama era encostada na parede em que ficava a janela.

Passei a mão pela cama de casal e me sentei, testando a maciez de colchão.

Era suave.

Confortável.

Fiquei apenas sentindo a energia do local, ate que a porta se abriu.

― Você esta aqui. ― Gabriel falou e eu pisquei algumas vezes.

― Sim, estava procurando você. ― Falei e tentei não focar nele, acabei virando meu rosto para a janela.

― Eu estava no banho. ― Ele falou e riu ― Da pra notar.

Sorri e virei minha cabeça para olha-lo dos pés a cabeça.

― É, da pra notar. ― Falei e apertei os lábios, enquanto meus olhos seguiam os pingos de agua que caiam de seu cabelo para sua pele.