Capítulo 42

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Tudo estava particularmente calmo naquele dia. Sem gritos, sem torturas, sem missões confidenciais nem algo do gênero. Na Mansão Malfoy reinava um tipo de paz que o garoto não via há tempos; mas não era algo que ele viria a reclamar, longe disso, estava aproveitando esse momento da melhor forma possível.

Logo que despertou, tomou um banho rápido e desceu para o café da manhã, sentindo suas células despertarem ao sentir a cafeína sendo ingerida em pequenos goles. Assim que terminou, voltou a seu quarto e revisou alguns assuntos pendentes e observando os mesmos de sempre, apenas para garantir que não deixou passar nada. Tendo em vista a aproximação do horário de almoço, desceu para a refeição se retirando ao terminar para levar ele mesmo a refeição para os prisioneiros, usando o pretexto de investigar mais a fundo.

As bandejas de metal flutuavam atrás do loiro que observava se estava sendo seguido por algum comensal, não poderia abaixar a guarda. Logo que entrou foi recepcionado com um sorriso gentil de Luna e um breve aceno de Olivaras, retribuindo ambos.

- Sempre pontual, meu jovem.

- Draco é um amigo muito atencioso. – disse Luna ao pegar a bandeja.

O loiro meneou a cabeça ao pensar no quão absurdo aquilo parecia para si. Ele estava fazendo o mínimo por ambos, já que ambos estão correndo perigo por estarem ali, ainda mais guardando seu segredo. Eles que mereciam os elogios, não ele.

- Não fale isso, Luna. Tudo o que tenho feito é o mínimo, afinal, manter-lhes saudáveis é necessário, caso o Lorde precise de algo. Os deixar fracos não seria bom para nenhuma das partes.

Manter uma posição e certa distância de relacionamentos próximos com ambos era necessário para se manter no papel, mesmo que fosse uma tarefa difícil. Contudo, o olhar de ambos para ele mostrava o quanto entendiam seu lado, não o descriminando por suas palavras um tanto duras e evasivas.

- Com toda certeza. – respondeu o senhor.

- No pote tem pudim como sobremesa, achei que gostaria.

- Pudim!? Ah, eu amo pudim! Obrigada. – sorriu.

Estava prestes a agradecer quando uma voz tirou seu foco. Pettigrew, o tão famoso Rabicho, estava chamando seu nome, mas chamando com muita euforia, como se algo realmente empolgante estivesse acontecendo. Ele deu as costas para os dois que deram início a sua refeição e foi em direção ao portão que os mantinha confinados.

Sabia que estava bom demais para ser verdade.

Quando subiu as escadas, enquanto caminhava rumo ao hall, podia escutar a risada e os gritos agudos de sua tia. A cada nota de sua voz, um calafrio passava por seu corpo, um pior que o outro, indicando que ela estava realmente furiosa com algo.

Coitada da pessoa, vai sofrer como nunca sofrera em sua vida.

No momento em que passou pela entrada, viu os homens de Voldemort na frente de quatro pessoas e um outro ser, aparentemente três homens, uma mulher e um duende. Seu corpo gelou. Antes que pudesse ver o rostos dos prisioneiros, seu pai já estava ao seu lado o acompanhando até onde eles estavam, ele não parava de dizer o quão importante era aquilo que estava designado a fazer, o quanto isso mudaria sua posição com o Lorde e como sua família dependeria de sua resposta sincera.

Quando finalmente olhou para os três primeiros, seu corpo quase sucumbiu. Um tremor iniciou da ponta dos pés até sua cabeça, sua boca secou, o nó que aumentava cada dia mais, chegou em seu limite. Não era como se ele não esperasse que cedo ou tarde isso aconteceria, mas não imaginou que seria nesse dia, não imaginou que era ele que estaria responsável por denunciar seus amigos – os encaminhar para morte. Além do trio, estavam ali Dino e um duende que já havia visto em Gringotes, ambos aparentemente bem.

Através de minhas escolhas - DRAMIONEWhere stories live. Discover now