Capítulo 21

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O clima estava pesado, como se toda a gravidade que havia ali os empurrassem contra o chão. O corpo de Draco estava em estado de alerta e sua mente completamente travada, não conseguia pensar em nada, não conseguia se mexer. Snape o olhou sério, mas era como se disse para o garoto se mexer e dizer algo antes que as coisas piorassem.

O loiro respira fundo enquanto se vira lentamente para a direção da porta, onde sua tia estava parada à espera de uma resposta. Os olhos escuros da mulher refletiam as sombras que habitavam ali, toda sua loucura e maldade. Em sua mão ela empunhava a varinha de nogueira que lhe acompanhava há anos, seus passos iam em direção ao garoto, seus olhos o fitavam de maneira intensa, seu maxilar estava travado indicando seu estado.

- Estou falando de meu pai, é claro.

- Seu pai, querido? Mas ele não vai estar nesta missão, esqueceu? – disse ela indo na direção do sobrinho com a feição rígida.

- Não? – fingiu alívio. – Melhor ainda.

Draco olhava no olho de Bellatrix tentando demonstrar que não tinha medo da mulher e que estava sendo sincero em suas palavras, o que era uma grande mentira deslavada, e, aparentemente, ela estava ciente disso.

Enquanto o sobrinho a encarava, Snape continuava em seu posto, sério, como de costume. Ela não gostava e não confiava no homem, sabia que tinha mais coisa ali do que mostrava para todos. Bella sorriu para ambos os homens e com um aceno da varinha, mirando em Draco, fez com que o garoto se colocasse em guarda.

Como se aquilo fosse o livrar de algo.

- Crucio. – disse em meio aos dentes. – Você acha que me engana, Draquinho? Se aliando assim a Snape... Você muito bem que ele não é de confiança.

Draco se contorcia de dor no chão. Ele sentia cada nervo seu arder, como se chamas o queimassem vivo; ao mesmo tempo sentia como se estivessem lhe deferindo facadas e socos, tudo ao mesmo tempo. A dor era alucinante.

- Diga a verdade! Você está se aliando so lado inimigo!

- N-não est-tou!

A dor que sentia o fazia ficar sem ar e sem forças, sequer conseguia responder direito. Toda sua forças de vontade estava sendo usada para evitar os gritos que viam involuntariamente, tudo que fazia era grunhir.

- Bella, pare com isso. Está vendo que ele está falando a verdade. – disse Snape com a voz controlada.

- Vamos, Draco! Me diga a verdade! Sei que está traindo o Lorde das Trevas!

- N-não! – foi tudo que conseguiu falar.

A dor se intensificava a cada minuto. O feitiço refletia as emoções de Bellatrix: quanto mais brava, mais dor.

Enquanto o garoto gemia com a dor que lhe tomara conta, a mulher gritava bem busca das respostas que tanto queria ouvir, a verdade em que acreditava tão veemente. Seus gritos ecoavam pelo castelo chamando atenção dos Malfoy e de seu Lorde.

Os passos apressados dos bruxos trilhavam o caminho que levava até o local de onde vinham aqueles gritos histéricos, e quando mais se aproximavam, mais percebiam os grunhidos que eram soltou dentre as falas da mulher. A porta foi aberta de imediato por Lucius que logo visualizou seu filho no chão, agonizando sob o efeito da maldição imperdoável que a cunhada conjurava, e antes que tomasse alguma atitude – mesmo que sem varinha -, seu Lorde tomou a frente.

Voldemort olhava a cena com desdém. Seus olhos vermelhos intensos posavam sobre a figura de Bellatrix, sua mais fiel serva até então. Olhar frio do bruxo ofídico fez com que Lestrange abaixasse sua varinha, interrompendo o momento “caloroso” entre tia e sobrinho, fazendo Draco suspirar de alívio por estar finalmente livre da dor agonizante.

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