Capítulo X

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O barulho vindo do circulo principal, chegou bem antes de estarmos perto do local.

O inferno era formado por nove círculos e suas subdivisões. Para muitos mortais, essa divisão se provinha da distinção de pecados que os condenaria, Dante tinha sido perspicaz em sua descrição, mas a realidade a divisão em circulos tinha sido o único modo que papai conseguiu para evitar conflito entre as maiores facções do submundo.

Cada circulo tinha seu submundano protetor e representante de sua própria facção, em sua, o membro do clã mais poderoso, era eleito por seus semelhantes para opinar entre todas as decisões. Cada representante formava o conselho submundano e papai, era o rei de todos eles. A ordem do poder era numa escala inversamente proporcional, sendo o primeiro circulo o menos poderoso, até o colosso de poder que se encontrava no nono.

O primeiro circulo, era ocupado pelos Jevons, representantes dos Licantropes. Mesmo que alguns lobos não se sentissem a vontade de compartilhar de sangue demoníaco, não havia muitas opções. Licantropes por se misturarem mais naturalmente com os mundanos, acabavam se associando com uma humanidade distintas de sua espécie; não importava o quanto rezassem ou o quanto finginssem, quando a lua se enchia, os olhos deles tomava-se pela mesma energia demoníaca tal qual qualquer outra criatura submundana. Azazel costumava dizer que a rejeição era o disfarce pela insegurança que sentiam, visto que eram os mais passiveis à morte.

Asbanch Jevons era o senhor do clã mais resistente, ele não se misturava tanto quantos os outros, mas ainda estaria aqui hoje.

O segundo era o circulo dos vampiros. Embora a família detentora da cadeira na assembleia, não tivesse compartilhamento genético de modo convencional, os Herzog, representados por Lestat Herzog, era o clã de vampiro mais antigo e mais forte até então. Era opulente demais e tinha sido um dos principais revolucionários em terra.

A terceira era a casa dos mestiços; Filhos de criaturas infernais e humanos. Iris Barbatos era a representante desta casa, embora eu não me lembrasse do nome de sua mãe, ouvia Azazel falando sobre como ela poderia ser sorrateira e perigosa, já que ela e seu irmão seguiam a carreira de sua família materna: a caça de demônios. O sangue mestiço dela, me fazia questionar. Lorde Barbatos, o homen que eu já tanto havia ouvido falar, mas que nunca o encontrara de fato, era não somente pai de Iris, como também era um lorde de primeira grandeza, senhor de mais de três ordas bestiais. Perguntei-me como uma caçadora como a mãe dela era, sucumbiu ao desejo por um demônio superior e como ele poderia relacionar-se com uma filha - que pelos olhares para nossa espécie sempre que era convocada ao salão das criaturas, o odiava ferventemente.

O pensamento em Lorde Barbatos ocupou minha cabeça por um segundo e logo se desfez.

Oráculos eram os detentores da quarta cadeira. Dodona Gon, sem sobrenome algum, reunia todos os oráculos em templos nas regiões isoladas do mundo. Oráculos não eram um clã tão grande, por serem criados apenas durante uma relação entre um anjo e um demônio e isso era raro de acontecer. Os detentores do passado, presente e futuro, faziam uma boa aliança com papai, mas até mesmo essa começava a se estreitar.

Enquanto eu e Cerberus nos aproximávamos do salão cerimonial, eu já conseguia avistar Bessie Dunlop, representante da quinta casa, a casa das bruxas. A principio, a ocupante dessa cadeira deveria ser Alethea Crowley, descendente de Aleister Crowley, mas ela havia sumido há muitos anos e abdicado de sua posição.

O sexto circulo era representado pela casa Barclay. A casa dos híbridos fazia jus ao temor agregado a ela. Marcel já se sentava em seu lugar quando eu cheguei. Olhos que tremeluziam entre verde e âmbar, extremamente ferozes me encararam dos pés a cabeça, nada satisfeito.

As Crônicas do Caos - Perdição (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now