Capítulo XV

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— Já o encontrou?

Perguntou Lucius sem perceber o magnetismo de meus olhos presos no corpo do homem que se sacudia sincronizado com o som do Dj.

— É lindo. — Deixei escapar num sussurro inaudível para maioria dos ouvidos, mas não para os de Lucius.

Ele por sua vez, saltou em minha frente blo queando minha visão, reorganizando meus pensamentos e me fazendo encarar o sorriso travesso dele.

— Lindo? — Perguntou ele contendo uma risada.

— Lindo... O... O brilho da aura dele, é lindo. O brilho da aura. — Eu gaguejei.

As palavras se embolavam na minha língua enquanto eu sentia minhas bochechas corarem.

— Oh, claro! — Respondeu Luc sem nem ao menos tentar disfarçar sua ironia.

Revirei os olhos quando o sorriso dele aumentou.

— Quem é ele? — Perguntou se prostrando ao meu lado.

— Cerca de 1 e 80, pele pálida com um to que amendoado. Camisa de linho parecida com a sua, bermuda, provavelmente descalços. Cabelos castanhos, tão escuros quanto a noite, um tanto encaracolado. — As palavras saiam por meus lábios por vontade própria. — Ele tem musculos e é um tanto corpulento , mas ao mesmo tempo é delicado, seu rosto parece ter sido esculpido... — Eu começava a descrevê-lo e meu corpo parecia agitar-se novamente.

Fechei os olhos e apurei meu olfato. Respirei fundo, deixei-me guiar pelo brilho de sua alma e atravessando todos aqueles que pareciam ínfimos comparados a ele, busquei seu cheiro.

— Ele cheira a uma mistura perfeita de sândalo e canela. — O encarei novamente. — E seus olhos... Seus olhos são completamente, lindos.

Lucius não respondeu ou falou algo por tempo suficiente para que eu voltasse ao meu estado de consciencoa e me virasse para encara-lo, quebrando o contato visual com aquele mortal. Esperei encontra-lo tão congelado quanto eu, diante a presença do rapaz — como qualquer ser racional ficaria, mas ao invés disso o encontrei me encarando com um sorriso escancarado no rosto.

— O que? — Perguntei sabendo que o rubor de minhas bochechas se intensificava.

Ele deu de ombros e disse com sua voz cheia de pretensão.

— A aura dele que é linda, não é?

Ele grunhiu entre uma risada quando desferi um tapa fraco em seu braço.

— Já não esta na hora de você ir desfrutar dos desejos da carne? — Perguntei um tanto nervosa e exarcebada.

— Me parece que é você quem está querendo isto.

— Luc!

Seu sorriso mais escandaloso inundou o espaço entre nós depois de meu protesto.

— Não vou a caça hoje. — Afirmou depois que recobrou o controle por si mesmo. — Se você precisar de ajuda vou estar perto.

— Não vou precisar de ajuda. — Protestei e comecei a afastar-me.

Ele segurou meu braço e a tensão em seu rosto me disse que ele não estava brincando.

— Hoje de manhã você quase foi pega por um anjo. Tivemos sorte que foi Camael quem te viu. E se o próximo for um anjo menos amigável ou se for um dos aliados de Lestat?

Eu tremi.

— Acha que eles estão por aqui?

— Eu não sei, mas é uma praia com muitos turistas desavisados.

As Crônicas do Caos - Perdição (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now