Por que você saiu da minha vida?

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Noite do acidente

- Você matou meu filho! Isso é sua culpa! É sempre você. Ele estava bem, o que você fez? - Gloria gritava desesperada, jorrando sua dor em cima do jovem a sua frente. Esse que aguentava quieto e igualmente interdito com a dor.

- Mãe, se acalme. - Murmura Jin num tom suave. Se desvencilhando do filho mais velho, a Sra. Kanawut da um tapa no rosto de Mew. Ela não reconhecia o compadecimento nos olhos dele. Sua fúria pessoal superava qualquer pesar alheio.

- Meu filho... ele ia bem... ele tomava os remédios... ele... ele ia bem. Depois que você apareceu, ele desistiu. Meu filho estava perdido em você... - Ela o encara com nojo. Todo o seu ranço guardado exposto a olhos nus. - Ele está numa cama de hospital Mew... praticamente morto por sua causa. Você é a causa disso. E lembre-se, se ele morrer eu vou fazer da sua vida um inferno.

Retirando as mãos que tentavam a segurar, Glória se afasta do centro familiar que os rodeavam.

Mew não levanta seu olhar do chão. Ele estava anestesiado na dor.

°°°°

Olho as flores do vaso em cima da mesa
Acho que estão meio sem vida como eu
Nós sentimos sua falta no seu lado da cama,
As suas coisas ainda estão aqui
Elas ficam me olhando como lembranças
Não quero te tirar dos meus pensamentos
Assim como no dia em que te conheci
O dia em que pensei pra sempre
Você disse que me amava

Por que você saiu da minha vida?

Eu me sinto assim todas às vezes
Nesses dias em que parece que você e eu
Fazemos aniversário de término
Fico alimentando esperanças
Como presentes não abertos até hoje
Eu ainda vejo as mensagens que você leu
Eu sou estupidamente paciente
Não consigo superar o gosto dos seus lábios

Não quero te tirar dos meus pensamentos
Porque eu lembro todas às vezes
Você sequer pensa em mim em seus sonhos?

°°°°

O dedo indicador de Gulf percorre da testa pálida de Mew, descendo lentamente pela linha de seu nariz e boca, parando no queixo quadrado e refazendo todo o trajeto de volta.

- Como foi o jantar com sua mãe? - Mew abre os olhos e encara o seu namorado. Ele ainda usava as roupas com as quais saiu.

- Bem. - Seu sorriso doce não entregava nada. - Você não se incomoda de não poder ir comigo?

- Acho que já me acostumei com isso. - Admite. Um ano sendo impedido de passar na frente da casa de Gulf se tornou uma regra tácita, ele não mais gastava sua energia com o que fosse que Glória apontasse.

- Se sua família não gostasse de mim ou me impedissem de ir nos jantares, eu iria ficar muito mal. Não sei como você consegue. - Gulf o olhava de modo acusativo, mas Mew abstrai seus próprios pensamentos.

- Pense pelo lado bom, sua mãe não te deserdou. Ela te ama e quer você por perto. - Mew não se importava com o que Gloria dizia, não iria se martirizar por ama-lo ou optar viver com ele. Enquanto Gulf compartilhasse de seus sentimentos com ele, tudo estaria bem. - Agradeça a ela que nesse momento estamos morando juntos. Acho que ela ajudou a acelerar o processo.

Mew rouba um selinho provocando mais sorrisos de Gulf.

- Na verdade, foi tudo um plano meu. Minha mãe só fez a parte dela e o resto saiu conforme o roteiro. - Sussurra distribuindo selares na bochecha de Mew.

- Como você é ardiloso. - Em um movimento repentino Mew inverte suas posições, ficando por cima de Gulf. - Quais são os próximos passos de seu plano?

Todo o corpo de Mew já funcionava na expectativa sobre a atenção que Gulf o dava. As mãos do mais novo em volta de si, no seu cabelo, acariciando seu couro cabeludo. A perna que envolvia sua cintura, o conforto de seus gestos com ele, tudo era fascinante para Mew.

- O próximo passo será nos casarmos, termos quatro filhos...

- Quatro filhos? - Gulf acena com um sorrisinho vitorioso.

- Quer dizer, entre quatro a probabilidade de nascer um que goste de futebol é maior, certo? Preciso de filhos que joguem futebol comigo. - Mew descansa seu rosto contra o peito de Gulf, rindo da mente articulada dele. - É sério! Eu estou falando sério. Teremos quatro filhos.

- Ok, ok. E depois? - Mew começa a abrir os botões da camisa social de Gulf.

- Depois vamos nos mudar para um lugar maior, talvez um pouco longe do centro. Crianças gostam de áreas abertas. E você será meu para sempre. - Após desabotoar todos os botões enquanto Gulf divagava sobre o futuro, Mew beija cada uma das pintas distribuídas no peito de Gulf. Ele já conhecia todas e tinha o vicio de regravar a posição de cada uma com seus lábios.

- Eu acho uma boa ideia. - Beija mais uma acima da clavícula, se demora ali, inspirando a pele dele. - Mas com uma condição.

- Qual?

Mew ergue a cabeça, seus olhos já não passavam a tranquilidade de antes, agora há uma sombra lúbrica.

- Que você continue com o seu piercing na língua. - Mew amava quando Gulf sorria para ele de modo que a área entre suas sobrancelhas e nariz franziam com o movimento.

Pondo seus braços ao redor do pescoço de Mew, o puxa calmamente para si.

- Você gosta do meu piercing? - Pondo sua língua para fora, Gulf o provoca, tocando seus dentes contra o objeto.

Ele não poderia nunca, em hipótese alguma, negar o quão excitado aquele piercing o deixava. O real espanto foi como os beijos de Gulf se distanciavam de qualquer outro. Era quase um vício.

Mew o beija, saciando sua vontade crescente de tê-lo. Os lábios de Gulf se abrem receptivos, no seu modo indecoroso devora a boca de Mew. O piercing estimulando o contato de suas línguas.

Mew perdia-se rápido em Gulf. Seus beijos, seu cheiro, suas mãos o puxando mais para si, quase como se o quisesse infiltra-lo para dentro, os gemidos que expandiam suas sensações. Ele esquecia de tudo quando o tinha assim em seus braços.





Quando tudo der errado, segure o meu coração (Reeditando)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant