A possibilidade do erro

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Enquanto aguardava Luke e Guia discutiam sobre qual seria o dia mais adequado para comemorar o aniversário de Guia, me perco nos pensamentos de duas noites atrás. Mew decidiu dormir no apartamento, após os nossos beijos, que não parou até que eu não pudesse mais sentir os meus próprios lábios, ficamos no quarto conversando. 

A sensação de ter suas mãos acariciando o meu corpo com suaves carícias, os seus sorrisos embriagado, suas falas arrastadas e raciocínio mais lento; tudo o que eu podia adquirir daquele momento se gravou em minha mente sem nenhum esforço. Eu queria beijá-lo, ter muito mais do que ele estava me permitindo ter, mas Mew me disse que desejaria estar sóbrio quando tivermos nossa "não primeira vez ". 

Aceitei, mas não me delimitei. Toquei-o o máximo que pude. Conheci suas tatuagens, não sabia que ele tinha uma nas costas, na perna e outra no ombro. A tinta preta explicita na pele clara. Perguntei se gostaria de fazer mais uma, ele riu e disse que sim, porém, estava com medo de se viciar. Ele amava tatuagens. Disse-me em meio as palavras lentas que, no passado, eu cismei em fazer uma com o nome dele, mas ele me impediu. 

Sorrindo, com os olhos fechados, sua mão na minha nuca, concluiu sussurrando: "você não pode fazer uma tatuagem permanente com o meu nome, nada na vida é para sempre Gulf. E se eu não não posso ser, não quero que você se culpe por se forçar a lembrar de mim". 

- Gulf, você acha que pode? - Volto para o plano da realidade quando Guia me dá um tapa no ombro. - Responde!

- O que? 

- Sábado, nós vamos ao clube 77 encher a cara e comemorar os meus vinte e cinco anos de idade. Topa? - Os olhos brilhantes de Guia instigam a minha resposta. 

- Claro. Não perderia. - Guia solta um grito moderado, animada. 

- Ei, cara! Você pode beber? - Luke me olha incerto. 

- Claro que ele pode! Já faz tempo que ele saiu do hospital e daqui a pouco fará um ano, uma taça de champagne não mata. - Guia pisca para mim.

- Você está maluca ou o que? Você está com medicação? - Luke insiste, mas como eu parecia não ter voz própria, Guia se pronuncia sem esperar por minha resposta. 

- Fala sério Luke! Você não era tão preocupado assim quando ele estava sendo drogado por Nian na sua frente! 

Luke posta uma face irritada. 

- Eu não sabia! Para mim era só maconha! E você tem o direito de falar alguma coisa? Ao invés de ajudar e ver se ele pode ou não beber, quer força-lo ... 

Reviro os olhos, completamente exausto da briga desnecessária. 

- Parem. - Tive que aumentar a minha voz para que os dois pudessem prestar atenção em mim. Assim que consigo prende-los, continuo. - Eu posso beber. Não estou sob medicação. E não posso me drogar, mas isso é meio óbvio. 

- Viu? O que eu falei? - Guia volta-se para Luke, vitoriosa. - Vai ser muito bom ter vocês dois na festa! Finalmente! Vamos fuder geral!

Luke me olha, havia repreensão, mas decido ignorar. 

Sorrio para Guia, sendo contagiado pela sua animação. Eu não fazia muita coisa recentemente além de estudar, sair com alguns conhecidos, ir para a psicóloga e terapeuta, malhar com Jin e visitar a minha vó. Por enquanto minha agenda estava vazia e monótona. O emprego só começaria ano que vem, o que me dava tempo para aprimorar certas questões que não tinha mais prática. 

A ideia de sair e me divertir parecia boa. Não tive experiências que um jovem da minha idade deve ter e essa era uma boa oportunidade. O Gulf de antes do acidente curtia festas, talvez isso continue, assim como muitas outras coisas ficaram mesmo contra a minha vontade. 

Quando tudo der errado, segure o meu coração (Reeditando)Onde histórias criam vida. Descubra agora