1- Japão

14.9K 1.4K 2.1K
                                    

- Pelo menos finja que está feliz em me ver Tobio, coloque seu melhor sorriso e... você sabe sorrir? - perguntei mas não tive resposta - Enfim nobre Tobio Kageyama, seja um bom menino e me dá um sorrisinho, cadê o fofinho da irmã? Cadê? - afinei a voz e ele riu - Obrigada estou me sentindo reconfortada...

- Vamos fazer sua matrícula amanhã S/N - meu pai falou aparecendo na sala com um pano de prato e uma colher de pau na mão.

- Escola? - fiz cara de verdadeiro sofrimento e meu pai concordou - Onde eu estudarei? - perguntei enquanto levantava a franja do Tobio para medir a testa dele - Entendi o motivo da franja... foi uma boa solução...

- Com seu irmão, no Karasuno! - assenti.

- Tem ginástica lá? - perguntei, eu fazia ginástica artística desde sempre, não é algo que eu queira seguir, mas eu realmente amava.

- Eu não sei... podemos perguntar na matrícula. - ele falou e voltou para a cozinha.

- Acho que não tem... - meu irmão falou - Continua fazendo ginástica?

- Sim... - coloquei meu pé facilmente encima da minha cabeça - Continua no vôlei?

- Óbvio!

- Você tem amigos gatos e fortes para me apresentar? - fiquei piscando os olhos rapidamente olhando para ele.

- Não... não mesmo S/N! - sorri.

- Vou interpretar como um sim - ficamos em silêncio por um momento - Você está com uma cara de delinquente... fique longe da vida dos crimes, isso não leva a nada, e escove os dentes - falei enquanto me distaciava, para ir até meu quarto.

Entrei no quarto e vi o porta retrato
com a foto da minha mãe.

- Estou com saudades velha, mas pode descansar, não precisa ficar de plantão cuidando de mim... Eu te amo... - dei um beijo na foto e fui tomar banho.

Saí do banheiro e fiquei olhando minhas malas, estou com muita preguiça para desfazer isso.

Me joguei na cama e fitei o teto me lembrando de como minha vida mudou, a um ano atrás minha mãe havia descoberto um câncer na mama, eu sempre fui positiva e tinha certeza que ela séria curada, mas ela só foi piorando, os dias bons eram raros, ela tirou a mama e uma esperança ressurgiu o câncer regrediu, mas a um mês atrás descobrimos que o câncer chegou ao pulmão, e depois ao fígado... e a maior preocupação da minha mãe era me deixar sozinha... ela estava morrendo e sua preocupação era comigo, ela era tão forte, apesar de tudo ela não perdeu seu brilho, eu me lembro de ouvir claramente seu último suspiro e o barulho do monitor cardíaco soar, indicando que os batimentos cessaram, pode ser cruel, mas eu fiquei aliviada, ela estava sofrendo tanto... minhas últimas palavras para ela foram "Pode ir, eu vou ficar bem, eu sou durona... pode descansar, eu prometo que cuidarei de mim, eu sempre vou te amar mãe...".

- O papai terminou o jantar, vamos! - limpei uma lágrima solitária e me levantei dando meu melhor sorriso para meu irmão.

- Vamos! Me diga que não é uma comida estranha! - puxei seu braço para sair do meu quarto e ir para cozinha.

- Conseguiu descansar filha? - meu pai perguntou.

- Sim, estou como uma lagarta que acabou de sair da metamorfose e se tornou uma bela borboleta... - falei sorrindo, minha dor não pode transparecer.

Segundos (Oikawa x Reader)Where stories live. Discover now