56 - Vizinho

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Notícia boa, ontem eu retirei o gesso! Oh glória! Só vou precisar ficar com uma tala ortopédica para o punho, nas próximas duas semanas!

Além disso, outra notícia é que eu terminei de organizar minhas coisas para a viagem, ou seja, uma pequena mala, não levaria muita coisa, levando em conta que eu logo voltaria.

Me sentei na minha cama e peguei meu celular, semana passada um vídeo meu na competição de Miyagi havia viralizado na Internet, eu nunca tinha ganhado tantos seguidores na minha vida toda! E grande parte dos seguidores eram brasileiros, parece que já stalkearam minha vida inteira. Povo curioso, parecem eu.

Enfim, essa repercussão toda foi benéfica em um ponto, eu vou ao Brasil e um dos motivos da viagem é a olimpíada, com esse acontecimento alguns atletas do Brasil entraram em contato comigo, eu falei que estava indo ao Brasil para ver os jogos e com minha simpatia e charme, eles se encantaram por mim e eu vou ganhar alguns ingressos de graça, além de conhecer a equipe de ginástica! Eu sou f*da!

Eu consegui alugar uma pequena casa por duas semanas lá no Brasil, a casa inclusive fica bem perto da minha antiga casa, com a autorização escrita e verificada do meu pai eu posso me virar sozinha mesmo sendo menor de idade.

Bom, no meu último dia antes de viajar, eu passei dormindo já que o fuso de diferença é "ridicilo", como a Aika falaria.

Agora estou eu no aeroporto pronta para viajar sozinha, mais uma vez, meu pai não foi me levar até o aeroporto por causa do trabalho, meu irmão quis vim, mas eu disse que não precisava e não avisei aos meus amigos que horas eu viajaria, então cá estou eu e minha solidão.

Escutei o chamado do meu voo e fui para o portão de embarque, ao entrar no avião me encostei na janela e mentalizei uma boa viagem para mim, vou ficar 28 horas dentro desse troço, espero que não caia, quando o avião subiu e eu olhei através da janela, me recordei do meu leve receio por altura. Nesse momento ouvi meu celular apitando.

"Boa viagem, volte para mim sã e salva!", um sorriso involuntário dominou minha expressão, voltarei, idiota!

Depois de tantas tediosas horas eu cheguei ao Brasil, desembarquei com rapidez, peguei minha mala e disparei com felicidade para fora do aeroporto.

Olhei cada detalhe da paisagem tão confusa da cidade que nunca dorme, São Paulo, me aproximei do táxi que havia parado ali na frente.

- Oi? - falei com cautela por estar falando português depois de tanto tempo.

- No que posso ajudar? - sorri para o taxista por escutar minha língua natal ele me encarou como se eu fosse louca.

- Ah, desculpa, é... quero ir para... - informei para ele a localização de onde eu ira ficar.

Entrei no táxi e fiquei olhando pela janela a paisagem urbana, fala sério, meses atrás eu olhava a paisagem do Japão pela primeira vez e agora estou aqui relembrando os detalhes do meu país. Senti uma sensação estranha de nostalgia quando o táxi passava pelas ruas que eu costumava andar, ao ver o carro adentrar na minha antiga rua eu me recusei a continuar olhando, não queria olhar minha antiga casa, não agora.

Paguei o taxista assim que ele me deixou na casa alugada, o lugar era bem simples, meu dinheiro não aguentaria muita coisa mesmo.

Assim que vi a cama, meu coração palpitou, estava incrívelmente exausta.

- Celular descarregado, perfeito! - falei sozinha ironicamente. Coloquei o mesmo para carregar - Vou deitar aqui um pouquinho só até o celular pegar uma carguinha...

O "deitar um pouquinho" resultou em mim acordando no dia seguinte, do mesmo jeito que eu havia deitado, de tão cansada que eu estava.

Meu celular estava cheio de notificações, ligações perdidas e mensagens, eu não havia avisado ninguém sobre minha chegada ao Brasil, que menina irresponsável!

Segundos (Oikawa x Reader)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora