Oito horas da manhã e eu já estava de pé, o fuso ainda estava ferrando com meu cérebro, mas eu aproveitei essa hora e fui procurar uma clínica de fisioterapia para eu ter uma recuperação mais acelerada do meu braço.
O tonto do Pedro saiu da minha casa de manhãzinha para ir trabalhar, ele disse que iria tirar férias para ficar mais tempo comigo e se o chefe dele não deixasse ele iria pedir demissão. Ele sempre foi muito extremo nas decisões.
A história dele não é um conto de fadas, quando ele tinha 9 anos o pai dele foi preso por ser chefe de quadrilha, foi uma notícia bizarra na época já que ninguém tinha noção da vida dupla do pai dele. Ele ficou conhecido como o filho do presidiário, para um criança de 9 anos isso sem dúvidas é uma grande pressão psicológica, ele dizia naquela época que não ligava para o apelido, mas eu sabia que sim, Pedro foi expulso e suspenso várias vezes por bater em garotos que se referia a ele por esse maldito apelido. Apesar de dar um de valentão, eu o via com frequência chorando em cantos isolados, a referência dele era o pai.
Minha história com ele vai muito além de uma simples amizade na infância, eu enxerguei no Pedro coisas que nunca ninguém havia notado, ele é gentil, tem sorriso fácil, é o tipo de pessoa que corre até uma senhora de idade para ajuda-la com as sacolas pesadas e ele morre de medo de ser como o pai. Nos apegamos um no outro, nos demos suporte, os piores alunos da escola, na verdade eram apenas crianças com problemas, com problemas que as pessoas não procuravam ajudar e sim julgar.
Enfim, fiz uma sessão na fisio e já estou indo para minha casa temporaria, chegando lá eu finalmente chequei meu celular, cheio de mensagens, vi que tinha algumas do Koji, eu nem abri e decidi ligar para ele.
No Japão era nove da noite.
Ligação ~
- Olá gostoso! - falei quando ele atendeu.
- Finalmente apareceu... - escutei seu suspiro.
- Não tinha aperecido antes por causa do fuso, né! - falei como se fosse óbvio.
- Na hora que eu te mandei mensagem você estava acordada... dando "oi" para seus fãs ao lado de um gostosão... - ele falou enfatizando o "gostosão". - Quem é?
- O nome dele é Pedro, meu amigo de infância... - expliquei enquanto posicionava o celular ao meu lado com o auto falante, para que eu pudesse lavar a louça.
- Amigo de infância? - ele perguntou e eu concordei - Amiga, eu sou fofoqueiro, então já vou falando que o Oikawa-kun ficou bem put* com seus stories...
- Eita... - foi tudo o que eu falei.
- Mas você teve alguma coisa com ele? - Koji me conhecia muito.
- Sim... mas nada demais, Pedro é meu amigo! - falei com simplicidade.
- Amigos que se beijam? - Koji zombou - Quero uma amizade assim.
- Ah Koji... - falei pensando no que eu havia feito.
- Não estou dizendo que você é afim dele, aliás você ama o Oikawa... - dei umas engasgadas com o ar depois dessa frase tão verdadeira - Quer dizer: você ama beber água...
- Isso, eu amo beber água, poxa, eu amo mesmo... nunca pensei que ia amar alguém desse jeito, quer dizer amar água desse jeito!
- Aí amiga, os mistérios do amor... será que um dia alguém vai me amar?
- Eu te amo Koji! - falei.
- Não desse jeito, estou falando tipo você e o Oikawa, algo mais carnal, pele na pele...
YOU ARE READING
Segundos (Oikawa x Reader)
FanfictionS/n viveu toda a sua infância no Brasil com sua mãe, no entanto sua mãe faleceu e a menina teve que ir morar com seu pai e seu meio irmão Tobio no Japão. A garota com um ego invejável vai causar interesse no capitão do Seijoh, os dois vão ter uma re...