Segundos (Oikawa x Reader)

44 - Odeio barras assimétricas

As segundas chances são raras por isso sempre me foquei nas primeiras, se é para eu ser melhor, serei melhor agora e não depois!

Apesar do meu jeito "despreocupado", eu sou minha maior cobradora, sempre tive expectativas altas comigo mesma e sei que sou boa.

Esse pensamento me cercavam hoje mais do que nos outros dias.

Hoje aconteceria a competição entre as escolas, nada muito relevante para nossa carreira, não haveria tantos olheiros, por exemplo. Mas é claro que cada competição é importante, se eu quero ser a melhor, tenho que ser a melhor agora, entre os alunos do ensino médio de Myagi.

Há algum tempo atrás eu não tinha um objetivo concreto do que queria para meu futuro, para ser sincera eu havia até descartado a opção de ser ginasta, por causa das regras e afins.

Mas eu acabei alimentando um sonho em mim que está falando tão alto que se torna difícil de ignorá-lo, quero competir em âmbito mundial!

Pelo menos uma vez quero competir com os melhores dos melhores, para esse sonho acontecer eu preciso entrar em uma olimpíada, a parte ruim disso é que eu teoricamente preciso de um treinador e um clube, porém isso vai contra todos os meus princípios de ser uma atleta sem rótulos, não quero ser a ginasta S/N, quero ser S/N a ginasta, é diferente, não quero perder minha essência, eu sei que não sirvo e nem seria feliz com as regras e a seriedade que os clubes têm, não como outros atletas são, atletas estes que recebem toda a minha admiração.

Com isso eu desenvolvi um plano, um tanto difícil, ousado e poderia dizer que até um pouco improvável. Quero ser uma ginasta sem clube, para isso eu quero ser tão boa, chamar tanta atenção, ser tão vitoriosa, que a comissão olimpíaca séria muito irresponsável se me ignorasse para participar dos jogos, esse é meu plano até então.

- Está pensativa - ouvi a voz do meu melhor amigo -, não sabia que tinha essa capacidade de pensar.

- Eu não sabia que você tinha a capacidade de formular frases e olha você... estou surpresa! - zombei.

- Ácida! - Koji fez uma careta.

- Foi mal, sou uma garota muito má... - ri.

- Para o ônibus, agora! - Aika mandava.

- Não era para você estar fazendo a mesma coisa que ela? já que agora é o co-capitão? - questionei o menino.

- Sim, mas eu deixo a parte chata para ela... - Koji balançou os ombros - Posso confessar que estou nervoso com hoje? É meu primeiro campeonato como co-capitão da equipe...

- É normal o nervosismo, você é um bom ginasta, vai dar tudo certo! - entrelacei meu braço no dele enquanto caminhávamos para o ônibus - Só não é melhor que eu, é claro!

- Sua egocêntrica! - ele falou sério e eu ri.

- É meu jeitinho... - fingi um sorriso inocente.

Sentamos um ao lado do outro no ônibus.

- O que ela está fazendo no ônibus? - perguntei vendo Sayuri entrando.

- Ah... esqueci de te falar, a treinadora pediu para que a Sayuri-chan ajudasse ela hoje, já que ficaremos o dia todo fora. - Koji explicou e eu concordei.

- Não poderia ser outra pessoa? - perguntei.

- Não gosta dela? - Koji fez cara de dúvida.

- Não conheço muito ela, mas eu tenho uma intuição muito boa e algo me diz que ela não vai ser muito minha amiguinha... - falei olhando a garota.