76 - É o fim, né?

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O tempo está ágil, parece que os dias estão ficando cada vez mais curtos e um ano não é tanto tempo assim.

Há um tempo atrás eu cheguei no Japão, estudei no Karasuno por uma semana, me transferi para o Seijoh devido a ginástica e hoje estou me formando...

Espero que eu não seja interpretada mal, eu não sou sentimental, mas me assusta tudo ser tão rápido. Me assusta ter a ideia de que não lembrarei mais qual é o som da voz da minha mãe...

Eu odeio ficar pensativa, odeio mesmo, porque meu maior vilão mora na minha própria cabeça, e eu me lembro, lembro de uma bobagem, ou não, um dia no hospital, quando minha mãe estava internada em coma eu escutei um médico falando "Se ela entrar em parada cardíaca, não reanimem, ela não tem ninguém", ele não falou da minha mãe, falou da mulher em situação de rua no leito ao lado da mamãe.

A raiva me dominou e eu literalmente surtei com o médico, como ele pode dizer isso? É uma vida!

Mas ele falou para mim "Quando você tiver o câncer da sua mãe, eu sugiro que escolha morrer na primeira parada, como essa mulher escolheu, vai lutar em vão. Ela que escolheu morrer garota, sua mãe só não escolheu por causa de você"

Ou seja... bobagem...

Enfim, meus amigos estão empolgados, é o fim de uma era, o que a gente viveu em meses poderia ter sido considerado anos, mas foi tão... rápido? Sei lá o que estou pensando, mas é isso o que sinto.

Escutei batidas na porta.

- Posso entrar? - Sayuri perguntou, me virei para ela ao notar que eu estava a tempos encarando meu próprio reflexo.

- Entra aí! O que quer? - questionei.

- Estou bonita?

Analisei a garota da cabeça aos pés, ela estava com um vestido rosa clarinho, o cabelo solto em uma cascata de cachos, um colar prata extremamente brilhoso em volta do pescoço.

- Está linda, se eu não namorasse... - disse e a fiz rir.

- Também está linda. - voltei a me olhar no espelho, meu vestido era vermelho, longo e com uma grande fenda, de alças finas e sem um decote profundo. - Se parece com ela. - Sayuri apontou para o porta retrato encima da cômoda, sorri para a foto da minha mãe - Ela estaria orgulhosa.

Sem minha intenção meus olhos ficaram marejados e eu desviei os olhos do espelho e não permiti que Sayuri visse meus olhos.

- Sua mãe virá? - mudei de assunto.

- Minha mãe me expulsou de casa, acho que ela não tem um pingo de vontade de vim! - ela deu uma risada forçada, a encarei. - Me tornei um fardo desnecessário depois do novo namorado dela...

- Que merda em. - foi a única coisa que eu falei, ela deu risada e eu ri também - Bom saber que eu não sou a única fodida da família.

- Fodidas mas formadas! - Sayuri concluiu e eu concordei - Vamos?

- Vamos! - fomos caminhando para a saída do quarto, mas eu parei ela na porta - Só limpa sua baba, eu sei que eu estou maravilhosa, mas tenha um pouco de dignidade!

- Convencida! - ela riu e revirou os olhos.

Fomos juntas até a sala onde recebemos milhares de elogios, eu achei pouco.

Meu pai nos levou até o colégio, ele estava decorado, é enfim a formatura do 3° ano.

Assim que o carro foi estacionado, já avistei meu namorado inquieto na frente do colégio, eu ri com cena.

Abri o carro e de imediato seus olhos se viraram para mim, como se pudesse sentir minha presença.

- Meu Deus, se eu estiver sonhando, não quero acordar nunca mais, é a mulher mais linda que já existiu, o mundo é pequeno para tamanha beleza... - ele fez seu discurso dramático me arrancando um sorriso genuíno.

Segundos (Oikawa x Reader)Where stories live. Discover now