capitulo 3

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Rosé

Pensei muito se deveria ou não ir nesse tal encontro, mas eu garanti a ela que eu estaria lá então não vi razão de não ir já que hoje é domingo e eu não faria nada demais. Meus pais moram na Austrália que é onde eu cresci então não tenho o famoso almoço de domingo em familia, e acredito que ela também não ja que me chamou para sair em um domingo a tarde.

  Me permiti acordar tarde hoje, não iria trabalhar e como eu saí ontêm aproveitei para tirar o atraso do meu sono. Me levantei indo direto pro banheiro tomar um banho para despertar e logo pedi algo no aplicativo para que eu pudesse almoçar, não demorou muito pra que a comida chegasse. Depois de almoçar vi que já estava quase na hora de ir ao Central Park, coloquei uma roupa casual e prendi algumas mechas do meu cabelo pra trás não os deixando completamente soltos, peguei minha bolsa e saí rumo ao tal encontro perfeito prometido por uma completa estranha de olhar tentador.

  Ela é bonita não da para negar, tem seu charme no sorriso, na voz, nos olhos e até sua franja que a torna fofa e sexy ao mesmo tempo, ela é o equilibrio entre a perdição e a fofura.
Talvez eu devesse desistir e voltar para casa, se eu gostasse do encontro? E se eu gostasse dela? Quando me envolvi com a Suzy senti que foi decepção o suficiente para mim, eu me permiti sentir coisas que nunca senti antes mas quando vazou o suposto fato de que a gente tinha algo ela sumiu e apareceu com um cara. Ela é uma atriz renomada pelos doramas da Coreia e por isso quis manter a imagem de hetero certinha.

Foram dias difíceis quando ela me deixou, por isso resolvi vir morar em NY, eu me sinto mais livre aqui nos EUA e talvez se um dia eu me permitir a me apaixonar de novo eu vou me sentir livre pra demonstrar em público se for uma mulher. Ainda não me sinto preparada o suficiente para me entregar a alguém, tenho tanto medo de me machucar de novo talvez eu tenha um coração e uma alma inocente demais para as pessoas a minha volta.

Finalmente, depois de 15 minutos de caminhada cheguei no meu destino, olhei no meu celular o horario que marcavam 15:58 então me sentei aonde combinei com ela de me encontrar, cheguei a conclusão de que nem lembro seu nome, não consigo lembrar se ela me falou na noite anterior mas tudo bem, ela também não sabe o meu acho que é justo.

Depois de alguns minutos avistei ela adentrar o local, sua roupa casual lhe caía tão bem, pude sentir o conforto só de olha-la seu bucket conseguiu deixa-la ainda mais fofa, seu sorriso se abriu quando nossos olhares se cruzaram, e inconscientemente retribuí o mesmo meio timida.
Me levantei e caminhei em sua direção enquanto ela me fitava com aquele olhar de curiosidade e êxtase que ela me olhou das outras vezes, o olhar que fez com que eu me sentisse intimidada, vulvenaravel ou talvez exposta descreveria melhor. Não ao certo mas aquele okhar me fazia sentir coisas, sensações diferentes do que ja senti antes.

– Hoje o dia está perfeito não acha? – disse ela sem vacilar seu sorriso

– Realmente, acho que você escolheu um bom momento para o tal "encontro perfeito" – falei fazendo com que ela aumentasse seu sorriso o que me fez rir fraco

– Se está valendo seu nome, vai ser o melhor encontro da sua vida –disse ela e sem êxito pegou minha mão me puxando para correr pelo parque, acabamos por atrair alguns olhares até que então chegamos em um lugar mais vazio onde ela pegou um pano de sua bolsa estendendo pelo chão se jogando no mesmo deitada de barriga para cima enquanto olhava pro céu, o sol das 16h fez com que sua beleza triplicace de tamanho, seu rosto naquela luz laranja fez eu questionar minhas escolhas do porque esperar tanto para dizer quem sou eu.

Me joguei ao seu lado, me permitindo sentir aquele momento e a paz que me consumiu foi algo inexplicável. Apenas o som dos pássaros, o ar puro e a energia que o sol transmitia me fez ter lembranças de casa, me trazendo na memoria meus pais e a minha infância. De todo esse tempo que estou em NY, nunca tentei fazer algo tão simples mas que me recarregasse tanto assim, e por que ela mesmo sem me conhecer, mesmo sem saber meu nome conseguiu me proporcionar um momento tão simples e especial para mim.

Esse foi meu grande medo de sair com ela, desde o primeiro olhar eu sabia que seria um risco me aproximar, e agora me aproximando um pouco ja pude me sentir tão especial.

– Sente isso? – perguntei de olhos fechados apenas sentindo o calor que o sol transmitia em uma tarde que estava se tornando fria.

– O que? – perguntou ela desviando seu olhar do céu para mim, mas sem mover seu corpo de lugar.

– A energia do sol, é como se ele tirasse todo o estresse do corpo deixando só as sensações boas – falei e dessa vez eu virei meu rosto para olhá-la, então pude vê-la sorrir fraco pra mim

– Sinto, acho que quando não estou bem eu venho aqui para ficar nem que seja 10 minutos do meu dia só para sentir toda essa energia boa que o sol trás – disse ela voltando a olhar pro céu

– Obrigada, você fez eu sentir sensações boas só de fazer algo tão simples como apreciar o calor do sol, eu nunca imaginaria que pudesse me sentir tão bem com uma estranha em um parque deitada na grama – falei o que fez ela soltar uma risada engraçada me fazendo rir

Ficamos em silêncio por alguns minutos quando comecei cantarolar baixinho a musica
L-O-V-E do Nat king Cole

"L is for the way you look at me
O is for the only one I see"

cantei baixinho imaginando que ela nem notasse mas ao fundo pude escutar sua voz doce acompanhar a minha

"V is very, very extraordinary
E is even more than anyone that you adore can"

Parei de cantar para escutala e então ela apenas sorriu de lado

– Continua – disse ela

"Love is all that I can give to you
Love is more than just a game for two
Two in love can make it
Take my heart and please don't break it
Love was made for me and you"  cantamos juntas baixinho sorrindo juntas ao finalizar

– Eu amo essa música – falamos juntas o que fez a gente se olhar com a expressão de surpresa rindo logo em seguida

Antes que eu pudesse pensar, ela se levantou me puxando novamente pelas mãos, recolheu o pano que estava no chão e juntas corremos para sair do parque e toda aquela leveza fez com que a gente caísse na gargalhada, mas logo paramos de rir quando ela chamou um taxi e entramos no mesmo.

Ela cochichou algo no ouvido do motorista que sorriu e assentiu com a cabeça, aquilo me chamou a atenção me deixando curiosa para saber onde ela me levaria.

Depois de alguns minutos chegamos mas ela não me deixou olhar, e logo tampou meu olhos me guiando até o lado de dentro do local. Era uma casa de jogos! Sorri animada não acreditando no que eu estava vendo então inconscientemente comemorei batendo palminhas e dando pequenos pulinhos de animação.

Foi entre risos e brincadeiras que me senti como uma criança de novo, foi como se ela fosse o que faltava para me fazer lembrar quem eu sou e os meus princípios, como uma estranha podia me causar tantas sensações sem ao menos saber quem eu sou, sem ao menos saber do que eu gosto? Eu não conseguia entender o que o universo queria me dizer mas eu estava com medo de me sentir tão bem com ela, de me sentir tão confortável só de ouví-la rir sem eu ao menos conhece-la.


Qual é seu nome? - Chaelisa Where stories live. Discover now