Apenas uma ilusão

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.....Minamoto Kou-on..........

Dizem que quando você leva gaia você quer atirar a pessoa pela janela e começar a chorar. Insanamente eu não senti isso. É eu estava triste, mas não foi a mesma sensação descrita nos filmes. Quando se descobre que é traído pela pessoa que você amava. Meu coração doía, mas ao mesmo tempo não, como se uma parte de mim mesmo já soubesse disso, que eu no final de tudo não estava sendo amado. Só que uma ponta de esperança ainda gritava para que tudo isso fosse apenas um sonho, para falar a verdade, um pesadelo.

Um silêncio gritante me fazia querer me fundir com o chão. Porém eu só conseguia ficar de boca aberta. Minha garganta estava entalada.

- "Ele me beijou com amor, de verdade" - repeti.

Yashiro-senpai se preparou para falar.

- Minamoto-k...

- Vamos terminar – falei. Conseguia sentir o olhar de Mitsuba atrás de mim.

- Vai realmente ser direto assim? Não vai falar alguma coisa, Minamoto-kun? – perguntou ela, tentando disfarçar suas lagrimas que caíam lentamente.

- Não tem nada que eu possa falar – murmurei mudando o peso dos meus pés. - Você acabou de dizer que o seu melhor amigo te beijou com mais carinho do que seu próprio namorado. - Yashiro tentou se aproximar de mim e acabou desistindo. - Por mim pode ficar com ele ou com qualquer pessoa se você quiser, mas em troca fique longe de mim. Não olhe mas para meus olhos, finja que não me conhece.

Me virei e comecei a andar.

"Que ela corra atrás de mim e me abrace, que ela corra atrás de mim e me abrace", pensei aumentando meus passos.

Mitsuba me seguiu e me encarava. Quando dobramos o corredor ele comentou:

- Ela não vai te perseguir como nas cenas dos filmes de romance, tá ligado? - suas mãos uma brincava com o seu moletom a outra brincava de enxugar seu rosto coberto de suor.

Rezei para todos os Deuses que me segurassem para eu não bater no Mitsuba.

- Você poderia calar sua boca pelo menos uma vez na vida? - perguntei e me senti culpado. - Desculpa, desculpa pela minha grosseria.

- Não precisava se desculpar – ele suspirou. - As pessoas falam que é bom descontar a raiva nos outros quando coisas ruins ocorrem. Ou chorar, chorar deve ajudar muito também.

- Você fala como se não soubesse o que é passar por isso – ri me esquecendo um pouco da minha tristeza.

- Eu não sei. Nunca estive ligado com uma pessoa dessa forma. Tanto sexualmente quanto emocionalmente - ele falava com um ar de: "dane-se o amor, dane-se relações, dane-se a vida".

- Por que me defendeu lá? - mudei de assunto.

- Não sei – Mitsuba evitava o contato social e estava terrivelmente sério -, senti pena, talvez.

- Você não transmite ser o tipo de pessoa que ajuda os outros.

- É, eu sei, mas... sei lá - ele bufou – parecia que eu deveria estar lá. Não me faça me arrepender de ter te socorrido.

Ao andar me separei do Mitsuba, sem despedidas e fui para o banheiro.

Me tranquei em um dos boxes.

"Eu não acredito....", me deixei levar pelo silêncio vasto e desabafei um pouco com a minha tristeza. Mal conseguia respirar e meus suspiros abafados me faziam sentir cada vez mais irritado comigo mesmo e por não ter percebido que ela não me amava. "No final de tudo talvez não houvesse nem sequer amor nessa relação. Tudo não passava de uma fantasia a dois".

Mitsuba estava certo, é muito bom chorar em momentos como esse, em que seu coração está despedaçado e pisoteado. 

Gaya: Um jogo sem limites - MITSUKOUWhere stories live. Discover now