Sem gaya, ou seja, sem limites

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.....Mitsuba Sousuke-on.....

Meus olhos pesavam na aula de português. Meu histórico escolar não é um dos melhores. Logo, nunca dormi em uma única aula de português (quer dizer, se afirmar isso é hipoteticamente uma mentira, eu estaria mentindo. Mas não ligo de mentir sobre dormir ou não em uma aula).
É engraçado que mesmo com a minha mente pesada sobre diversas coisas (como sobrenaturais, Deuses e assediadores) eu durmo sem problemas. Amo me gabar de ser alguém que consegue mimir em momentos difíceis. Se a vida tá complicada pelo menos eu consigo descansar nos meus cochilos.
Entretanto a vida ama me bater na cara e me humilhar eu dormi na aula e sonhei com tudo que há de bom.
"Hahaha Sousuke sabemos que seu histórico de sonhos é de mal a pior. O sonho deve ter sido supipa, né?", não tinha como vocês estarem certos, foi supipamente supipa. E teve relação com o que estou passando agora.
Por motivos extremamente importantes não vou citar meu sonho, agora. Porém deixarei a imaginação de vocês rolarem com essas três opções. E farei a eliminação no final do capítulo, para vocês descobrirem. Obs: a explicação ficará só no capítulo que vem.
...............
A) Mitsuba sonhou com ele mesmo pelado na frente de todo mundo.
B) Mitsuba se agarrando com o Minamoto Kou.
C) Mitsuba tendo uma visão sobre o seu passado.
...............
Logo depois de um sermão dissertativo do professor de português. Dei de ombros e suspirei pesadamente por saber que a vida escolar é chata pra caramba. A hora do lanche apitou e decidi de última hora encontrar o Tsukasa e falar que não era necessário ferrar com a vida do Minamoto-chibe. O coitado (que nem é tão coitado assim) passou por muita coisa.
Andei devagar dando pequenos saltinhos a procura do coisinha que esqueci o nome. O fio, irmão gêmeo do Amane Yugi. Acabei de falar o nome desse cara. Ah é Tsukara, é Tsukara, mesmo? Um dia me lembro.

— Sou-chan — gritou Yokoo animadamente pelos corredores (parece que vivemos nesse troço).
Obstáculos para eu chegar até o coiso irmão gemo:
1) Yokoo, o insistente.
2) Minamoto Teru, o persistente.
3) Akane Aoi, o destruidor de coragem. Com suas perguntas.
Ambos se tornam um só: As meninas super-mega gostosas (era o que rimava na hora)!

— Sai pra lá, encosto — corri pra qualquer outro lugar. Yokoo é irritantemente capaz de insistir num assunto, como me tirar do sedentarismo. No entanto fiquei surpreso dele não ter me alcançado. Deve ter ficado feliz por eu correr três passos.
Sem fôlego me encostei na parede que acabou dando de cara com o gemo que começa com T, s e u (vou chamá-lo assim. Tenho vergonha de perguntar o seu nome. Espera... Esse menino já se apresentou pra mim?).

— T...tsu — sem fôlego engasguei com o embalo das palavras. Minha última escolha da lista era chamar alguém de um apelido tão constrangedor. Não tinha culpa, esquecer o nome de alguém é algo triste e vergonhoso. Digno de pena de morte. Pessoa como eu não esquece o nome de ninguém. Sou maravilhoso e gentil demais para fazer tal caso como este. — Tava... — procurei encontrar mais ar. Um dia meu sedentarismo me mata — te.... Procurando — me sentei no chão. Sem forças, contragosto.
Antes dele se limitar a falar, contei pra ele tudo o que aconteceu. O término é sobre a não necessidade de se vingar. Não havia mais motivo.
— Espera, desde quando eu beijei a Yashiro? — perguntou o garoto. Que acabará de me dar conta que era Amane Yugi e não o Tsu.
Fiquei um tempo olhando pro ar pensando como a vida dele deve ser fácil. Qualquer um concordaria que não é complicado ser ar. Apenas passear por todo canto do mundo. Oferecer oxigênio e ser feliz apenas ventando. Ah seria perfeito ser o ar. Como não sou o Ar, me contento a ser um adolescente que conta segredos a pessoas que não deveria.
Pera, ele não beijou a Yashiro? Nunca houve gaya, quer dizer g a i a?
Estranho muito estranho.
— Você é o outro coiso, não é? — me referi a palavra irmão gêmeo. O observando dar um sorriso.

— Por que ela inventaria algo assim de nós dois? Aquela menina sabe que gosto dela, não, ela não sabe. Não é muito inteligente, Nene, ela nem deve se dar conta.
Me esqueci que ele me ignorou com suas características gentis que ele acabou de atribuir para sua amada. Esse garoto foi mais gentil que concreto.
Uma parte de mim caiu na real, depois de um tempão. NUNCA HOUVE GAYA! Por que a Yashiro mentiu sobre aquilo então? Deve ter sido por puro desespero.
— Err — tentei falar algo sem ser deixado no vácuo — Não se beijaram, vocês dois?

— Não é da sua conta enxerido. Briga de marido e mulher ninguém mete a colher. — piscou várias vezes como se tivesse esperando o momento perfeito de falar isso.

— Se você ao menos namorasse a Yashiro eu calava a minha boca. Mas puta merda cê é só o empata foda e melhor amigo, dela.
Pela primeira vez ele me encarou como pessoa. Era estranho por que me lembrou um pouco do seu irmão. Amane não parecia ligar para ninguém a não ser a Yashiro. Chegava a ser obsessivo. Logo, quem sou eu para falar de obsessão? Sou um viciado em pudim. Esse meu desejo por isso ninguém cessa.
Amane molhou os lábios e parecia que estava formando uma lista na mente sobre mil motivos para me matar.

— Você não tá errado. Entretanto esmurrar você aliviaria minha dor sobre esse assunto? — sorriu sadicamente.

Meus ombros ficaram tensos.
— N-não ajudaria em n-nada — falei roboticamente. — Machucar meu lindo rosto não vai te beneficiar.

— Será? — brincou.

A M A N E-K U N! — uma voz baixinha e estridentemente chata se aproximou. "Amém, minha salvação", pensei. Um ser idêntico ao meu futuro esmurrador, brotou do nada. Seus caminhos levemente apontados diferenciavam ele de seu irmão mais velho (o que nem isso eu conseguia fazer, diferencia-los).

— O que está fazendo com meu amigo? — perguntou o djabo- o Tsu, em pessoa.

— Ahn, er, ahn. Tenho. Que. Ir — Amane Yugi saiu correndo.

— Own por que ele faz isso? Sabe que torna as coisas mais divertidas. Quando se foge de mim — massageou a nuca.

— Você é a fraqueza dele — murmurei.

— Olá Mitsuba — acenou. Respondi com um aceno de cabeça. Minhas mãos tremiam. Esse garoto realmente me assustava, não sei o por que, mais me assusta muito, ele. — Queria falar com você sobre "aquilo" mas não deu tempo.

— Hm... Sei, sobre isso — contei para ele a mesma coisa que contei para o Amane. E com algumas partes mais detalhadas como a parte vip de agora que tive neste exato momento.

— Que pena. Queria brincar um pouco com ele — respondeu cabisbaixo.
Só tem doido aqui. O hospício deve tá lotado nessa cidade.

— Fazer o que, né? — respondi nervoso. Não quero ele como meu amigo, muito menos como meu inimigo. Ambas as opções me vejo morto sendo escravo dele. Um trabalho dez mil vezes pior do ser escravo da Tiara-san. SIM, vejam a profundidade desta frase. Eu prefiro ser escravo de uma criança.

— Quer ir pra minha casa um dia desses. Tenho um pessoal que você vai se amarrar — ofereceu o Tsu.

— Não valeu, tenho muitos amigos já.

— Seus amigos estão mortos?

— Não, porque? — perguntei.

— Você sempre anda sozinho. Então imaginei que seus amigos são fantasmas.

Não precisava jogar na cara que eu não tenho amigos. Já bastava minha mãe.

— Eu-eu... — fiquei sem ter o que responder.

— Mitsuba, vamos pra sala? — Falou Satou acompanhado do Yokoo — Não podemos nos atrasar. De novo.
Minha salvação chegou.
— Vejo que tem amigos. Então os leve para minha casa — sorriu, Tsu... Tsumada? Tsubaka? TSUKASA, É ISSO!

Sorri de lado, falsamente e corri até meus amigos inexistentes. Pois é bem claro que não somos amigos. Yokoo eu não sei. Mas isso fica pro começo de outro capítulo.
..............

E qual foi a letra que vocês escolheram? Foi a B não foi, seus hentais?
A) Mitsuba sonhou com ele mesmo pelado na frente de todo mundo.
Normalmente só sonho com fatos que já aconteceram em uma memória distante.

B) Mitsuba se agarrando com o Minamoto Kou.
Eu não agarro o Minamoto, ele que me agarra.

C) Mitsuba tendo uma visão sobre o seu passado.
Essa parece ser a mais plausível. É essa a opção mesmo?


S I M a resposta é: Letra C (fogos, fogos)
Nós vemos por aí pelo meu passado no próximo capítulo que vai sair daqui a um ano hahahahahaha.

Gaya: Um jogo sem limites - MITSUKOUWhere stories live. Discover now