Assistam o filme que o Mitsuba falou

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.....Mitsuba Sousuke-on....

– Você é um idiota ou algo assim!? – Kou balançava meus ombros, meio alterado. – Como pode ir para a casa dos Tugi? Tem merda ao invés de cérebro? Queria morrer? Não se preocupe se quiser encarar a morte eu mesmo te mato!

Resolvi não dizer nada, ele me soltou e coçou um pouco um queixo, olhou para o chão.

– Desculpa pela grosseria... só fiquei preocupado – cedeu sua postura de pai irritado. – Foi para casa de outra pessoa e dormiu lá, voltou só agora, de noite.

– E daí? – dei de ombros. Havia dormido na casa dos Yugi e não retornei as ligações do Minamoto Kou, por pura maldade. O garoto surtou e ficou me procurando, voltei para casa no outro dia, basicamente foi isso. – Pra que esse aperreio? – pegava uma muda de roupas no guarda-roupa

– Sousuke eu estava, estou, preocupado, com você, não vê?

– Se preocupou à toa – fui para fora do quarto, fazer qualquer coisa mais interessante, do que ser um garoto mal. O chão estava gelado, mesmo fazendo um calorzão lá fora. Desci as escadas e fui para a sala ver minhas séries, que tenho preguiça de continuar.

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Mesmo assistindo tevê não conseguia parar de pensar no que aconteceu lá na casa dos gêmeos do mal, deveria contar ao Teru-senpai que não vou poder ajudar ele mais? Posso tentar convencer ele a entender o ponto de vista que tenho agora, talvez... não sei.
É tudo tão confuso, mas ao mesmo tempo claro, por que a minha vida é assim? Por que eu não nasci como aquelas pessoas fictícias que tem uma vida perfeita sem se preocupar com nada, apenas com a roupa que vai usar. Eu tô tão no fundo do poço, emocionalmente, que daria de tudo para ser a Dora aventureira, ficar impedindo Raposa de fazer atrocidades. Quando crescer eu quero ser ela, isso ou a Polly.

– Jantar servido – Kou ficou na frente da tela, aonde passava "uma garota dinamarquesa", sim eu desisti de assistir as minhas séries.

– Não tenho fome, comi na casa dos Y-

– Nem me venha com uma mentira tão descarada como essa! Chegou aqui de dezoito horas, você só come de sete – ele me conhece muito...merda.

– Já disse que não vou comer – virei a cara – sai da frente, tá incomodando aqui.

Ele saiu para a cozinha murmurando alguma coisa, não sei. Quando menos esperava ele tinha voltado com um prato de macarronada e suco, botou na mesinha de centro de forma brusca. Como se estivesse com raiva. Sentou no chão, pegou o garfo e enrolou o macarrão. Tinha se ajoelhado perto do sofá e se aproximou seu braço até próximo da minha boca.
No filme Lily estava sendo pintada pela sua noiva, um autorretrato das duas.

– Coma ou vai desmaiar, como naquela vez – falou e sentei, por impulso.

– Vai se humilhar a esse ponto Minamoto? – não olhava para os olhos dele, dava atenção para o, belíssimo, filme.

– Cansei, eu cansei! – soltou o garfo no prato e segurou meu rosto fixamente, na frente do dele, estávamos bem perto, perdi a concentração do que fazia. – Não realizei nada de muito grave para você, mesmo comigo pedindo desculpas e te tratando bem, como antes, você continua com isso!

– Nunca pedi para me tratar bem – era complicado de falar com a mão dele no meu rosto, amassava minhas bochechas e dificultava minha fala. Nem o afastei pois sabia que em uma briga de quem é o mais forte eu perderia e daria no mesmo – Você foi o trouxa da história – ele não disse nada, depois disso, então continuei – Voltou com a Yashiro, depois dela te fazer mal... idiota. Por que fez isso? O que ganhou? Nem vejo você sair com ela, espero que tenha te traído novamente para aprender a ser um cara melhor. – Mentira, espero que ela não tenha traído ele, mesmo falando da boca para fora, não queria ver ele triste. Quem lavaria minhas roupas e faria a comida da Tiara e Teru-senpai se o Kou ficasse para baixo, de cama, isolado do mundo?

Gaya: Um jogo sem limites - MITSUKOUWhere stories live. Discover now