54 - O Deus da esperança os enche de alegria.

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Claudia olhou-se no espelho, e ficou surpresa com o que viu, o vestido caiu-lhe tão bem que parecia ter sido feito sob medida. Sentia-se estranha, foram tantos anos se cobrindo toda, que ter braços e pernas à mostra deixavam-na constrangida. Antes que mudasse de ideia e trocasse de roupa reuniu-se de coragem e saiu do quarto.

Arrependeu-se imediatamente de ter saido, sua sala estava cheia de gente, seu apartamento era pequeno demais para duas desgovernadas igual à sua mãe e sua irmã. Aonde aquelas pessoas iriam comer? Sua sala de jantar tinha uma mesa para dez pessoas, assustada com os olhos cheio d'agua virou-se para voltar ao quarto, mas a irmã foi mais rápida.

- Aonde você pensa que vai? - Perguntou confusa.

- Voltar para o meu quarto, e nunca mais sair de lá. - Disse com as lágrimas descendo pelo rosto.

A irmã arrastou-a até seu quarto que era o mais próximo.

- Você está linda! - Disse sorrindo.

- Não, eu estou ridícula! Não sei onde eu estava com a cabeça quando deixei você e a mamãe me convencer desse negócio de jantar, e esse vestido? No que eu estava pensando? - Murmurou chorando.

- Não estou entendo! - Sussurrou a irmã entristecida. - Você está maravilhosa, seus amigos estão felizes por estar na sua casa. A mãe concordou com todas as sugestões que eu e Luciana fizemos, para que as coisas não passassem do seu limite, e ficasse tudo do seu jeito.

- Carla, você convidou quantas pessoas? - Perguntou exasperada.

- Seremos quinze, comigo, você, Luciana e nossos pais. - Respondeu triste.

-  Ou seja você convidou dez pessoas, a minha mesa tem dez lugares, onde cinco de nós sentaremos? - Perguntou aflita.

- Acha mesmo, que um problema desses estaria até este momento sem uma solução, tendo a nossa mãe como a organizadora do evento? - Perguntou chocada, e Claudia pensou no quão absurdo foi o seu pensamento.

- Claro que não! O que ela fez? - Perguntou constrangida.

- Ela queria te comprar outra mesa, mas eu a convenci a deixar comigo, e trouxe duas mesas do restaurante e colocamos nas pontas da sua mesa, e aí deixei por conta dela, porque só a Mariana para ter tanto jeito quanto ela para decorações. - Disse com um meio sorriso.

- Perdoe-me mana! Fui tola e infantil, e terrivelmente medrosa, mas sério eu estou em pânico, e ainda inventei de vestir esse vestido.

- Que ficou perfeito! - Disse orgulhosa.

- Estou me sentindo pelada. - Sussurrou tímida.

- Normal, há séculos que não veste uma roupa que mostra alguma coisa de você, mas acredite-me você está maravilhosa, agora vá lavar esse rosto, pois seus convidados estão te esperando. - Disse empurrando-a rumo ao banheiro.

Ela lavou o rosto, secou, olhando intrigada para os olhos vermelhos, devido ao choro, franzindo o cenho voltou para a irmã, que ficou encarando-a.

- Qual o problema? - Perguntou se encolhendo.

- Nada! Só espera um segundo. - Pegou um batom e aproximou-se da irmã que franziu a testa. - Relaxe menina, é só um batom. - Retrucou sorrindo, segurando firme o rosto da irmã. - Olhe-se no espelho. - Pediu depois de passar o batom. A boca dela estava levemente rosada, contrastando com a pele pálida.

- Estou parecendo Alicia Silverstone, em As patricinhas de Beverly Hills, toda rosa. - Comentou sorrindo.

- Ela nem usava tanto rosa assim. - Disse séria. - agora, a Reese Witherspoon em legalmente loira! - Disse gargalhando. - Sabe o que eu acabei de perceber? As loiras nasceram para ser patricinhas!

Deus também estava lá.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora