75 - Esforçai-vos e não desfaleçam as vossas mãos.

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Quando uma mãe olha para o seu bebê recém-nascido, ela jamais poderia imaginar o que aconteceria com aquele pequeno ser frágil e indefenso, no entanto, os sonhos dela para ele são grandes, e sempre os melhores, ela será capaz de sepultar os próprios sonhos para realizar os sonhos do seu bebê, mas infelizmente na maioria das vezes conforme o seu lindo bebê cresce, a iludida mamãe percebe que os seus sonhos para o pequeno não eram os mesmos que ele próprio teria, e aqueles sonhos tão distantes dos sonhados pela mãe o leva a caminhos destrutivos e aterrorizantes, e tudo o que a mãe pode fazer é lamentar e chorar, algumas delas além de lamentar e chorar, oram clamando a Deus por misericórdia pelo seu lindo bebê que cresceu, ganhou o mundo e agora acredita ser o dono dele.

Claudia pensava nisso enquanto olhava para as mães dos dois adolescentes, que foram encontrados fumando maconha no almoxarifado da escola, ambas estavam arrasadas sem entender o que acontecera com os filhos, como eles conseguiram a droga? Como eles conseguiram entrar no almoxarifado? E vez ou outra insinuava que a culpa do seu filho estar assim ou assado era do filho da outra e elas começavam a se ofender, outra característica forte em algumas mães, sempre acreditar que seu filho nunca faz nada de errado, que todos os erros cometidos são culpa de outra pessoa, ela franziu o cenho diante desse pensamento.

- Dessa vez eles serão suspensos por apenas cinco dias úteis, mas se acontecer outra vez será expulsão, não toleramos drogas na nossa escola, temos crianças de todas as faixas etárias e não permitimos esse tipo de comportamento de nenhum dos nossos alunos! - Disse dona Benta categórica.

- Meu filho ainda é uma criança, se ele estava fumando foi porque alguém ofereceu a ele. - Retrucou uma das mães olhando de esgueira para a outra que fungou alto.

- A psicóloga está falando com eles, e mesmo nesses dias de suspensão ela continuará atendendo aos dois, ela marcará com as senhoras os horários para trazê-los, e por favor, traga os garotos é para o bem deles; se possível, aconselhamos aos pais que também tenham um acompanhamento psicológico para lidar melhor com essa situação, e se vocês quiserem a nossa psicóloga pode atender a vocês também. - Disse dona Benta mais branda.

- Se foi aqui que ele achou a droga, o que faz a senhora pensar que vocês poderão nos ajudar? - Perguntou irritada a outra mãe.

A imagem do Bruno alterado devido às drogas invadiu sua mente, segundo o dossiê que o senhor Aziz passou para ela, ele usava diversos tipos de drogas e já havia tido três overdose, segundo o relatório, os médicos disseram que a última foi um milagre ele sobreviver, olhando agora para aquelas duas mães desesperada para defender o seu filho e culpando o filho uma da outra e à escola por aquela situação, ela se perguntou se os pais do Bruno haviam passado por algo assim na escola, se eles perceberam logo, ou se não viram o que estava acontecendo com o filho, se fez vista grossa para as dificuldades dele, se perceberam que ele havia participado de um crime...

- Claudia! - Ela assustou-se, não com o chamado de dona Benta, mas com o tom. - Ainda tem alguma recomendação para as mães?

- Não senhora, já foi dito tudo o que era necessário. - Respondeu, dona Benta olhou-a preocupada e dirigiu-se às mães.

- Vamos até a sala da psicóloga, por favor!

As mães levantaram secando o rosto e olhando de cara feia uma para a outra, revirando os olhos dona Benta adiantou-se para a porta, para surpresa de Claudia ela deixou as senhoras do lado de fora e voltou fechando a porta.

- O que está acontecendo com você? - Ela olhou confusa para a diretora.

- Não está acontecendo nada! Por que?

- Você nunca é tão passiva em uma crise, e hoje você estava distante, não interferiu nem quando elas começaram a culpar o filho uma da outra ou quase se agrediram.

Deus também estava lá.Where stories live. Discover now