02 - Eu o instruirei e o ensinarei no caminho.

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Claudia e Luciana guardavam as compras. Apesar da tristeza que a estava sufocando, foi uma tarde tranquila, ela precisou se esforçar um pouquinho para não estragar o almoço, pois os dois não tinham culpa do seu estado letárgico. Lembrou da mãe, detestava deixa-la triste, mesmo que isso acontecesse bem mais do que ela gostaria que acontecesse. Ela foi embora muito chateada com a filha; e Claudia se prometera que iria almoçar com os pais assim que possível.

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Os três fizeram as compras e voltaram para casa, mas como já estava tarde, Claudia os convidou para almoçar em uma restaurante que havia na frente do prédio, não sabia se a comida era boa, iriam descobrir juntos, Luciana constrangida não queria sair para almoçar com a patroa, mas Claudia a convenceu e foram os três almoçar deixando as compras para guardar na volta.

Logo de início Marcelo e Luciana descobriram que tinham muita coisa em comum, e uma dessas coisas nada mais era que a fé; e pronto, desde então os dois não pararam mais de falar. Era um negócio de Deus é bom pra cá, Deus é fiel pra lá, Deus é misericordioso com o pecador, e blá blá blá.

- "Eu só queria saber onde estava esse Deus tão estupendo, quando eu estava sendo estuprada, espancada; sendo violada de maneiras inimagináveis, por um bando de idiotas, que estão por aí soltos até hoje." - Pensara ela mexendo na comida em seu prato.

A vantagem de almoçar com pessoas que tem coisas em comum e que obviamente estão se dando as mil maravilhas, é que você não precisa abrir a boca, é como se você nem estivesse ali. Claro que vez ou outra Marcelo lhe lançava um olhar preocupado, mas sua atenção estava toda voltada para a doce Luciana.

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Quando terminaram de guardar as compras, Claudia perguntou se Luciana gostaria de tomar um chá, assim as duas conversavam, pois ainda não haviam acertado as coisas para trabalharem juntas, e a outra aceitou prontamente. Claudia fez com que a outra sentasse e ela preparou o chá de ambas, o que deixou Luciana extremamente constrangida.

- Não fique constrangida. Você está aqui para fazermos companhia uma para a outra, e nos ajudar mutuamente. Você estuda? - Perguntou surpreendendo-a.

- Não! - Respondeu simplesmente, se mexendo inquieta na cadeira.

Claudia serviu chá para ambas, e sentou de frente para ela.

- Mas você não estuda porque não quer, ou porque é complicado para você estudar? - Perguntou séria.

- É complicado! - Respondeu mexendo em seu chá.

- Eu deveria ter perguntado, você prefere café? - Perguntou mordendo a bochecha.

- Na verdade sim eu prefiro café. - Respondeu sem graça. - Mas está tudo bem, eu gosto de chá.

- Entendo. Eu também prefiro café. - Disse tomando um gole do seu chá.
- Não sei se minha mãe te falou, mas tenho problemas de sono, então só tomo café pela manhã, mas você pode ficar à vontade.

- Obrigada! E sua mãe me disse sim, que você tem problemas para dormir. - Respondeu tímida.

Claudia sorriu, ao imaginar o que a mãe poderia ter dito para aquela moça, sobre os seus gritos no meio da noite, sem dizer a causa deles, suspirou, iria ver no que isso ia dar, de repente ela se cansaria da patroa desiquilibrada, e iria embora.

- Bem Luciana, voltando aos seus estudos. Você gostaria de voltar a estudar? - Perguntou cautelosa.

- Como eu disse é complicado.

- E eu entendo, mas para trabalhar comigo, vai ter que estudar. Você terminou o ensino médio? - Ela assentiu. - Ótimo! E o que você gostaria de estudar agora?

Deus também estava lá.Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum