76 - Como perfume derrado é o teu nome.

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De quantas surpresas a vida é feita? Quem é que sabe? Só se sabe que são muitas as surpresas que a vida reserva a cada pessoa, e cada uma delas tem a porção que tem buscado. Por anos Claudia acreditou que ela não era digna de nenhuma boa surpresa e que a vida não teria coisas boas a lhe oferecer, no entanto para sua surpresa coisas boas estavam acontecendo em sua vida, suas noites não eram mais frias e cheias de pesadelos, ela tinha boas e tranquilas noites de sono, seus pesadelos haviam se tornado em agradáveis sonhos.

Porém a vida não têm apenas surpresas boas, uma semana depois do evento antidroga na escola faltando apenas duas semanas para o casamento de Elisabete e Fernando o pai da noiva sofreu um grave acidente, desnorteada e sofrendo ela adiou o casamento para o primeiro sábado de julho, e por alguns dias uma nuvem carregada perambulava sobre as cabeças daqueles que a cada dia estreitavam ainda mais os seus laços fossem familiares ou amigáveis, e pela primeira vez ela se viu nessa situação, de apoiar, consolar, estar ali por outra pessoa pelo simples fato de ama-la e querer ajudar, estava verdadeiramente feliz como só se sentira quando era criança.

Naquela manhã de domingo, seu primeiro dia dos namorados com namorado ela acordara tão apreensiva e tensa que não conseguira tomar café da manhã, quando Michael ligara dizendo que a esperava lá embaixo ela correra para o elevador; claro que ela compreendia que esse nervosismo era tolice era um dia como outro qualquer, mesmo ela tendo ido na onda nas amigas e comprado um presente para ele.

- "Acalme-se! Não haja como uma desesperada, mesmo que você esteja desesperada!" - Pensara no elevador. - E por que é mesmo que eu estou desesperada? - Perguntou-se em voz alta sacudindo a cabeça.

Ela batera na janela do motorista, ele saira do carro com aquele sorriso que fazia seu coração acelerar, suas pernas tremerem e principalmente fazê-la compreender que foi o amor de Deus por ela que tornou possível aquele amor que aquecia-lhe o coração e o enchia de esperança.

- Bom dia! - Cumprimentara beijando-a na testa.

- Bom dia. - Respondera fechando os olhos.

- Dormiu bem? Você parece tensa. - Dissera preocupado.

- Dormi sim! É impressão sua, está tudo bem. - Respondera divertida, desviando-se dele e dando a volta no carro.

- Bom dia gatinha. - Katherine levantara e a braçara pelo espaço dos bancos.

- Bom dia tia, a senhora está linda! - Cumprimentara sorrindo voltando para o seu lugar.

O cumprimento fora normal, mas algo no olhar da menina a fizera pensar que havia algo de errado, olhou atentamente pai e filha, mas eles olharam um para o outro e começaram a cantar. Franzira a testa e concentrara-se no movimento lá fora.

Ao término da Escola Bíblica eles foram para a casa dele, ele a convidara para almoçar com eles, normal, nos últimos tempos eles passavam o domingo quase sempre juntos, mas raramente só eles e Katherine ou estavam com a família dela ou com os amigos, e a sensação de que algo muito errado estava acontecendo só aumentava deixando-a mais tensa e apreensiva.

- "Você está paranoica, para com isso, tudo está em ordem e perfeito dentro da perfeição que sua vida pode ter, acalme esse seu coração aflito e confie em Deus, desculpe-me Senhor, por estar ansiosa". - Pensou enquanto ajudava Katherine com a salada.

O almoço foi agradável com Katherine sendo a protagonista como sempre, ela sorria da espontaneidade da menina enquanto eles arrumavam a cozinha e ela tirava fotos dos dois, desde cedo que ela fazia isso, ela disse que era o primeiro dia dos namorados dos dois juntos e que eles precisavam registrar, Claudia a incluiu nos registros e estavam tão felizes que ela esqueceu da sensação que estava deixando seu estômago gelado. Isso pelo menos até não terem mais o que fazer de serviços domésticos, Michael olhou estranho para a filha, pelo menos foi isso que pareceu à Claudia.

Deus também estava lá.Where stories live. Discover now