07 - Levai as cargas uns dos outros.

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Michael estava encostado na parede da sala de Claudia de olhos fechados, pensando no que estava fazendo ali, e não em casa, aproveitando seu último dia livre com a filha.

Mas não conseguia ficar sabendo que uma pessoa precisava de ajuda, e simplesmente lhe virar as costas e seguir em frente.

- Oi! - A voz dela o tirou do seu devaneio. - Tudo bem? - Perguntou olhando para os lados.

- Oi! Tudo bem! Estava te esperando para ver no que você precisava de ajuda. - Disse sério.

- Pensei que tinha ido atrás do Artur. - Disse abrindo a porta.

E ele acompanhou-a, mas não respondeu nada. E parou surpreso, não era exatamente o que ele esperava da sala de uma mulher jovem. A sala estava exatamente como a dona Rute havia deixado.

- E ele não vai ficar enciumado por você ficar aqui e me ajudar? - Perguntou seca.

Ele ficou parado olhando para ela, sem entender de imediato o que ela estava falando. E caiu na gargalhada.

- Você está pensando que somos um casal? Só por que nos viu na pizzaria sozinhos? - Perguntou cético, e ela ficou corada.

- Me desculpa! Isso foi ridículo! - Disse constrangida. - Hoje em dia é meio complicado, principalmente no meio de pessoas tão modernas como o Artur.

- É verdade! E não se preocupe, está tudo bem! Mas eu te garanto, que apesar de ele ser muito moderno, eu não faço tipo dele. - Disse sorrindo. - E aí, ainda precisa de ajuda?

- Bem, eu havia pensado em mudar o arquivo de lugar, e a mesa também. - Disse sem jeito, e ele analisou o arquivo, e assobiou.

- Acho que vamos precisar de ajuda! - Disse pegando o celular, e escreveu uma mensagem.

"Você pode me dar uma mãozinha? Se não estiver muito ocupado! Se estiver ocupado, por favor, me avisa." - Enviou a mensagem.

"Ainda está na escola?".

"Sim. Na sala da coordenação pedagógica".

"Estou chegando".

Claudia ficou ali parada, sem saber o que fazer, imaginando para quem ele estaria mandando mensagem.

- "Provavelmente uma esposa, um homem como este com certeza é casado." - Pensou inquieta com o rumo dos seus pensamentos.

- Vamos esvaziar esse arquivo. - Disse Michael já começando a tirar as coisas.

Tiraram todas as coisas do arquivo, e estavam tirando as coisas da mesa, quando bateram na porta, e uma cabeça apareceu.

- Bom dia! Foi daqui que pediram a ajuda de um homem forte e bonitão? - Perguntou sorrindo, e entrou com sacolas da panificadora.

- Forte e bonitão eu não sei, mas convencido! - Exclamou Michael. - Trouxe o que de lanche? - O recém-chegado colocou as sacolas em cima da mesa.

- Suco de laranja, café e pão na chapa. - Michael o encarou.

- Sério! Que você trouxe pão com manteiga para o lanche da chefe da sua esposa? - Claudia olhava de um para o outro.

- Aprendi a lição; se você esqueceu da última nova contratada, eu não esqueci. E não tenho culpa se vocês são esfomeados por pão. A propósito, cadê o Artur? - Mudou de assunto, e olhou na direção de Claudia. - Oh, me desculpa! Não costumo ser sem modos, como meu amigo aqui! Eu sou Eduardo. - Apresentou-se sorrindo, estendendo a mão.

- Sou Claudia. - Respondeu, apertando-lhe a mão.

- Espero que você goste do lanche. O meu amigo aqui, está reclamando do pão na chapa, mas é o preferido dos três mosqueteiros. - Disse jogando um guardanapo em Michael.

Deus também estava lá.Where stories live. Discover now