Capítulo XXXVIII

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Selene e Marylia seguiram todos, de uma boa distância, até uma tenda enorme e escura. Praticamente deitadas no chão, puseram-se a ouvir a conversa confidencial.

— Acho que sabem por que viemos — disse uma voz feminina e grave.

— Sim. Dois dragões. Vieram do leste, não de Yndermoor — informou Caden.

— Leste... Reino de Ofídis, certo? — Thalia parecia bem mais séria agora. Ela estalou a língua. — Criadores de serpentes.

— Sabia que havia algo de errado por dentro daquelas montanhas. — Foi a vez de Eden falar.

— E, pelo jeito que voavam, pareciam ter sido chamados — Kaleb disse, com um suspiro.

— E apenas dragões domesticados podem ser chamados — concluiu Caden. — Quem diria, hein? Além de criadores de serpentes, também são domadores de dragões.

— Isso é bom. Significa que Eridanus, Orion, que é nosso acampamento, Andrômeda e Circinus não são os únicos lugares onde a magia prospera — falou um rapaz pouco mais velho que Kaleb.

— Nunca pensei que fossem. — A voz do homem velho era tão cavernosa que assustava.

— Um momento — pediu Thalia. — No último conselho, havia quatro de vocês. Onde está o outro homem?

— Na conseguimos achá-lo em lugar nenhum — informou a mulher, com certa ansiedade na voz.

— Ele costuma faltar reuniões importantes? — perguntou Eden, respeitosamente.

— Não. É quase sempre ele quem reúne o Conselho.

Todos se entreolharam. Nesse momento, Marylia soube que deveria agir. Levantou-se e, logo em seguida, Selene também se ergueu, sobressaltada.

— Você não vai...

Já era tarde demais para impedi-la. Ela entrou na tenda como se fosse mais um membro do Conselho de Eridanus.

— Marylia?

— Pelo visto vocês precisam de uma ajuda.

— Quem é ela? — perguntou o jovem bruxo.

— Sou Marylia. Fui criada por Madres. Podem, por favor, me passar uma tigela com água? — Quando Kaleb foi pegar o recipiente, Selene entrou.

— Princesa! — exclamaram os bruxos, em uníssono, muito assustados.

— Acalmem-se, ela é nossa aliada — disse Caden.

— Uma aprendiz das Madres e a Princesa! Pelos deuses, quem mais irá aparecer? O Rei?

Todos esperaram em silêncio até Selene, em voz baixa, dizer:

— O Rei está morto.

Os bruxos ficaram silêncio e, apesar de estarem de capuz, todos podiam imaginar o choque em seus rostos.

— O importante agora é saber o que está havendo. Estou impressionada por não terem alguém aqui que leia as estrelas ou algo do tipo.

— Tínhamos — disse Thalia, sombria. — Ela morreu na Lua de Sangue.

— Eu sinto muito. — Marylia parou de mexer nas ervas e olhou para a garota, em respeito.

—Tudo bem.

Eden aproximou-se dela e passou um braço por seus ombros. Eles aguardaram em silêncio até o feitiço de Marylia revelar alguma coisa.

— Os dragões foram para o castelo. Céus, eu... Algo estranho está acontecendo.

O Encanto da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora