Outras pessoas além de você

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- Mimi-Chan. Não precisa andar comigo se você não quiser. - Declarou S/N enquanto caminhava de volta para casa.
- Besteira! Eu gosto da sua companhia, e gosto das experiências paranormais que tenho com você! - Respondeu "Mimi-Chan", desacelerando um pouco o ritmo de seu passo quando se aproximou o suficiente da amiga.

Ela abriu uma latinha de refrigerante e tomou dois goles antes de sorrir para S/N.

S/N a respondeu com um sorriso fraco. Será que era a única que não achava divertido e muito menos interessante mexer em coisas que deveriam ser deixadas em paz? Ninguém se sente perturbado por testemunhar histórias sobre mortes, assassinatos e diferentes formas de sofrimento além dela? Que merda!

- Seu dom é incrível.

Ela não poderia afirmar. Para S/N, não era um "Dom incrível" assistir a alguém preso nos seus últimos momentos, sofrendo sozinho, agonizando e se afogando na solidão da própria morte.

Não era um "Dom incrível" para nenhuma das partes: nem para eles, nem para ela.

~ Por que as pessoas acham tão interessante viver esse tipo de experiência? NÃO É COMO UM PARQUE DE DIVERSÕES!

- Mimi, eu sei que está querendo ser gentil, mas eu tenho medo de você ter uma experiência assustadora demais para você.
- Nem pensar! Meu pai também é médium, eu e meus dois irmãos já estamos acostumados com isso.

A habilidade do pai de Mimi, o Sr. Ryotaro, era semelhante a de S/N, porém ele acreditava que a menina tinha um estágio muito avançado de sua mediunidade.
O Sr. Ryotaro apenas ouvia e testemunhava alguns vultos e outros, mas nunca viu vários reunidos ou teve experiências tão assustadoras como S/N. O homem se sentiu culpado por não conseguir ajudá-la, mas não havia o que fazer a respeito.
Sr. Ryotaro tinha a Quirk de Telecinese além da mediunidade, o que fez S/N concluir que a sua habilidade de ver e ouvir espíritos não era sua Quirk. Então para todas as outras pessoas ela dizia que não tinha uma individualidade.

Devido a sociedade podre em que vivia, ela não tinha muitos amigos, os que conseguiu apenas pediam cola nas provas.
Mimi era a única que ficava por perto o tempo todo e não tirava vantagem da inteligência de S/N.

Na época, ambas as meninas tinham 9 anos de idade e sentavam uma do lado da outra no mapeamento da classe, além de morarem na mesma rua.

Em outras palavras viviam juntas o tempo inteiro.

- S/N. Pregaram alguma coisa na sua saia de novo.
- Hum?
- Fica parada.

Mimi ajoelhou-se quando S/N parou de andar, tirando um papel colado que estava escrito

"Ado, ado, ado, quem leu deu o rabo"

- Aposto 100 ienes (R$ 4,73) que foi o idiota do Haru outra vez, ele vive enchendo o seu saco! Afinal ele com certeza gosta de você.
- Mimi, ele enche o saco de todo da classe que não dá cabimento as suas brincadeirinhas. Menos você.
- Claro! Depois do chute que eu dei nas bolas dele, ele parou de mexer comigo.
- E você foi suspensa por dois dias.
- Valeu a pena. Deveria fazer o mesmo, assim ele para. Se ele não parar, é porque gosta de você e quer que você dê atenção para ele.

S/N discordava da amiga. Apesar de algumas meninas da classe darem tabefes nos meninos que gostavam.

Mimi estava emburrada, extremamente enciumada por ter um garoto gostando da sua melhor.

- Eles são estranhos e insuportáveis. - Disse Mimi após chutar a lata de retirante direto na lixeira.
- Eles quem?
- Garotos.

O que diabos você vê?! (Imagine Bakugou)Where stories live. Discover now