"Defenda-se!"

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~ Mude de rota.

Sua consciência gritava para correr, mas seu medo a mantinha paralisada demais para reagir a qualquer movimento estranho.

S/N virou em uma esquina diferente, uma que nunca havia entrado antes. Diferente do que imaginou que ocorreria, aquilo atrás dela continuava a seguindo constantemente. Sentiu um grande e agonizante arrepio subir sua espinha quando aquilo a tocou na cintura.

Em um pulo, ela virou-se repentinamente, avistando um homem cujo o seu rosto não era nem um pouco familiar a ela.

— Posso ajudar? - Engasgou.

Ele parecia estar na faixa dos 25 ou mais, por aí. O homem abriu um sorriso estranho, como se S/N fosse uma boa conhecida dele.
Os olhos da menina correram desesperadamente pelo resto da rua, buscando alguém que pudesse oferecer-lhe algum socorro. Não havia nada, só ela e aquele homem tão repulsivo.

(Ps: Eu vendo alguns de vocês no capítulo anterior achando que era o Loiro do Chan: 🤡)

— Quer companhia para casa? - Ele questinou deslizando a sua mão para envolver a cintura da garota.
— Não. - Ela negou pondo o seu braço para impedi-lo de chegar mais perto. Seja lá quem fosse, ele tinha más intenções, S/N notou isso em seus olhos.
— Vamos! Prometo que não vou incomodar muito.
— Me recuso, eu já estou bem sozinha. - Em um reflexo, ela o empurrou.

Antes que pudesse correr, o homem a agarrou com uma força impressionante, mantendo-a no local em que estava. S/N gritou, deixando óbvio o seu desespero, mas nenhum morador da rua pareceu mesmo ouvir ou se importar com sua súplica.

— Afaste-se! - Protestou.

O homem não quis ouvi-la, continuou agarrado, grudado de forma nojenta a ela como se a vida dele dependesse disso. A respiração dele em seu pescoço fez seu estômago embrulhar, quase ao ponto de vomitar.

— Socorro! Qualquer ser que esteja me ouvindo, eu preciso de ajuda! - Ela gritou sentindo seus pulsos serem agarrados com força.

S/N só conseguiu respirar direito quando ele parou de segurá-la. Aproveitando-se do momento, ela o empurrou forte o bastante para se afastar e manter uma distância segura entre os dois.

O homem mantinha seu olhar fixo em algo, ao olhar pelo canto dos olhos como sempre fazia quando via algo que lhe parecia humano, ela notou uma figura humanoide, mas que não olhou para ela.

Sua boca parecia um buraco feito por alguém com uma arma de fogo e seus olhos são minúsculos como os de um lagarto.
Vermelhos, extremente marcantes em seu rosto pálido e enrugado. É alto, tinha duas vezes o tamanho dela e era esguio. Assustador para quem não viu coisas piores do que isso.

— QUE MERDA É ESSA?! - O homem que a pouco tentou violá-la entrou em pânico, encarando a criatura que também agora o encarava.

Seu rosto empalideceu com o que ele estava vendo, e começou a questionar a própria sanidade imaginou estar ficando louco.

A criatura, ver que estava mesmo sendo notada pelo homem, abriu um sorriso em sua boca deformada, mostrando dentes amarelos e afiados. As feições de seu sorriso formaram rugas profundas em seu rosto, arrastando-se a longo da sua face como se fios estivessem o puxando.

Os demônios são perpetuamente vigilantes e atentos aos seus movimentos, se as pessoas soubessem mesmo de sua existência como S/N, mudariam de atitude.

O homem correu aos gritos, sendo seguido pela criatura que agora o faria companhia por muitos meses até se cansar e ir embora. S/N respirou fundo, soltando o ar preso em seus pulmões pelo estado de choque em que se encontrava.

Voltou a sua rota, dessa vez tremendo de medo até a sua casa. Quis chorar, mas se sentiu aliviada em saber que a sua Quirk poderia sim ser útil brevemente. Os braços estavam vermelhos, marcados pelo aperto daquele homem que não conhecia.

Chegou em seu apartamento ainda em estado de choque. Sabia que todas aquelas informações novas fariam uma grande mudança para ela, e sentia que dessa vez viriam boas mudanças.

Todavia, não esperou encontrar Bakugou em frente ao seu apartamento, e com certeza estava extremamente irritado. O objetivo do loiro ali era saber porque S/N não atendeu suas ligações e respondeu as suas mensagens, mas mudou os planos quando a viu tão assustada.

— S/N? O que aconteceu com você?

S/N começou a se desesperar ainda mais. O seu olhar não saiu do chão desde que ela o viu parado em sua porta. Bakugou, vendo-a olhar fixamente para o chão, começou a se preocupar com o que ela poderia estar vendo ou ouvindo ali.
S/N soltou um suspiro pesado quando pegou as chaves do seu apartamento para abrir a porta. Falhou miseravelmente pois não tinha firmeza o bastante para encaixar a chave na fechadura da porta.

— Me deixe fazer isso. - Bakugou interviu quando notou a sua falha, tocando-a em suas mãos e sentindo o quão gélida ela estava.

O garoto abriu a porta para ela e a empurrou levemente para dentro, onde os dois poderiam conversar em paz. A xícara de sal na porta impediria a entrada do que quer que ela estivesse vendo.

— O que aconteceu? Por que está assim?

S/N desistiu de tentar resistir. Sabia que não podia esconder o que tinha descoberto, e também não adiantaria não contar para ele sobre a tentativa de abuso. Quando a garota finalmente olhou para Bakugou, as lágrimas que previra que cairia finalmente desceram por suas bochechas, encharcando sua expressão de angústia.

Bakugou começou a encaixar as coisas quando viu os braços marcados. O choro, a expressão de medo, a dificuldade em olhar para ele... Alguém com certeza a machucou.

— Quem foi o desgraçado que teve a audácia de tocar em você?! - Ele imaginou que ficar com raiva não seria bom pra ela, mas não sabia como ficqr calmo em uma situação assim.
— Não... Ninguém fez nada, Bakugou.
— Eu tenho certeza que você não fez isso sozinha.
— Aquele cara, ele não conseguiu porque... porque... - S/N engasgava-se no próprio choro, sem imaginar que vê-la naquele estado estava deixando Bakugou angustiado por não ter protegido-a como prometeu a si mesmo fazer.
— Não precisa falar agora, venha.

Negar o que teria acabado de acontecer seria burrice, não depois do que já tinha revelado a ele. S/N não fazia a mínima ideia do que fazer nesse estado. A sorte é que ele estava ali, sim, ele estava ali por causa dela, estava ali porque ficou preocupado com ela, e agora estava com raiva por não conseguir acalmá-la como ela já fez com ele.

Como não era bom com palavras, o máximo que podia fazer era acolhe-la em silêncio. Ele vagarosamente levou a mão para a sua bochecha, arrastando seus dedos delicadamente ao longo da pele de seu rosto.

Sua preocupação passou a se tornar medo vendo que a expressão dela não havia mudado com seu toque, temia pelo o que teria acontecido com ela quando ele não estava por perto. Bakugou segurou-a firme em um abraço, fazendo questão de agarrar a sua cintura e mantê-la perto dele. Sentiu que fosse morrer quando a sentiu soluçar em seu peito, chorando desesperadamente procurando um pouco de conforto.

Uma mão saiu de sua cintura e descansou em suas costas, esfregando para cima e para baixo lentamente. A outra, ele deixou descansar de trás de sua cabeça, movendo-se através dos fios C/C. Decidiu que poderia ficar ali por um tempo incontável, em silêncio, onde nenhum ruído externo poderia atrapalhar os dois.

(Ps: Vou criar um episódio fofo pra recompensar vcs <3)

O que diabos você vê?! (Imagine Bakugou)Where stories live. Discover now