Convite

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Durante os períodos estranhos e sobrecarregados que S/N estava a passar junto com Katsuki, começou a fazer longas caminhadas, cada vez mais longas, nas tardes quentes de verão e nos lentos crepúsculos, voltando muitas vezes exausta demais para comer.

Pensava que o exercício físico poderia, de certa forma, ajudar a sua cabeça cada vez mais confusa.

Agora, ela não sabia se o seu terceiro olho era uma Quirk ou apenas um Dom.

Então ela caminhava, aproveitando o calor ainda que sua cabeça girasse e seus ouvidos zumbissem. Mas ao mesmo tempo era bom, o zumbido ajudava na questão de ignorar o que via aos arredores.

Normalmente não tinha um percurso fixo, apenas andava até onde sua mente dizia para andar, fosse apenas pelo quarteirão ou até mais longe do que isso.

Dessa vez, para recuperar o fôlego, ela parou perto de um ponto do ônibus, onde havia uma máquina de refrigerante que parecia chamar por ela.

S/N sorriu, pegando uma moeda de seu bolso para comprar uma latinha de refrigerante.
Um leve vento bateu contra seu rosto, uma brisa confortável e fresca tomou conta de si. S/N segurou a latinha de sentou-se no banco banco ponto de ônibus, tomando um gole atrás do outro.

Feliz e aliviada.

S/N olhou para o céu, notando as recentes nuvens de tempestade que se empilhavam sobre o céu. Não
significavam a previsão de chuva era certa, mas se chovesse ela com toda a certeza seria apanhada.
Não havia local para de abrigar onde estava, e o ponto do ônibus não seria o suficiente para protegê-la da chuva.

Jogando a latinha no lixo, ela apressou-se para voltar para casa antes da chuva, embora tivesse certeza que ficaria molhada de todo jeito.

Imaginou que iria pegar um resfriado também.

Gotas de chuva começavam a cair em seu corpo, sendo instantaneamente secas pelo vento que continuava a soprar fresco e forte.
Ela acelerou os passos, quase voltando a correr como havia feito minutos atrás para a direção contrária.

Quando estava cansada ao ponto de não conseguir respirar direito, encurvou um pouco a própria coluna, apoiando as palmas das mãos nos joelhos mas mantendo a cabeça levantada.
Estava tentando recuperar o ar, enquanto sentia a chuva ficar cada vez mais forte conforme os minutos passavam.

Ao seu lado, ouviu o que parecia ser uma discussão familiar:

— VOLTA JÁ AQUI, KATSUKI! ESTÁ CHOVENDO E VOCÊ VAI FICAR DOENTE, SEU PORRA! 
— MÃE! EU JÁ MANDEI A SENHORA ME DEIXAR EM PAZ, QUE INFERNO! SERÁ QUE NÃO DÁ PRA ME DEIXAR EM PAZ?!

Estava em choque, havia parado em frente a casa de Bakugou sem perceber, na verdade sabia que ele morava perto, mas não sabia exatamente onde.
Os olhos avermelhados de Katsuki reconheceram S/N na calçada. Ela não desviou o olhar, e ele também não.

— Tá olhando o que? Em? - Ele questinou abrindo o portão da casa, a poucos metros de onde ela estava 
— Nada demais. Eu só... Só estava caminhando mesmo.
— Não perguntei. - Disse ríspido.

S/N franziu o cenho, achando que o rapaz nunca estaria de bom humor o bastante para manter um diálogo sem soar grosso e arrogante, mas dessa vez não haviam palavrões dirigidos a ela.

— Briguei com a minha mãe.
— Não perguntei, mas eu percebi isso. - Ela foi tão indelicada quanto ele.
— Hora sua...
— Respondi no mesmo tom de voz que você, se quiser respostas positivas e gentis, terá de fazer o mesmo comigo.

Ele riu, achando que a garota estava maluca em achar que ele a trataria bem. Ela já esperava essa atitude dele, portanto não se importou nem um pouco no quão atrevido ele estava sendo ali, embora quisesse socar o seu rosto.

— KATSUKI BAKUGOU! EU JÁ TE DISSE PARA ENTRAR E... Oh... Boa tarde moça.
— Err... Boa tarde, Sra. Bakugou. - Sorriu nervosa, vendo de onde Katsuki teria tirado um temperamento tão explosivo como o dele. Mas diferente do filho, a mulher poderia ser muito gentil quando quisesse e não parecia ter problemas com isso.
— Sua amiga, Katsuki?
— Não. É a minha professora.
Professora? Mas ela parece ter a sua idade, caramba em. - Mitsuki arqueou as sobrancelhas olhando S/N de cima a baixo, admirada com quão nova era a tal professora, achando que o garoto estava mentindo na cara dura ou apenas brincando com ela
— Eu sou estagiária, fui chamada para auxiliar na U.A, mas não sou formada na área ainda.

Mitsuki sorriu em encanto para S/N, mas mudou totalmente esse olhar quando se virou para o filho.

— Onde você enfiou a educação que eu te dei, Katsuki? Não vai chamar a menina para entrar? Vai deixar ela tomar chuva?
— Problema dela, porra.
— O QUE EU FALEI SOBRE FALAR PALAVRÕES COMIGO, EM, SEU MISERENTO?!
— Err...

S/N estava levemente assustada com a personalidades bipolar da mulher, mas quase rindo pela forma como Bakugou se afastava em ficava mais cauteloso em ficar perto da mãe enquanto ela falava, afastando-se para não tomar um cascudo na frente de S/N.

— Entre querida, pelo menos até a chuva passar, sim?

Kastuki não parecia feliz na proposta da mãe, na verdade parecia indignado.

— Eu agradeço muito, mas acho melhor ir para casa mesmo.
— Besteira! - Mitsuki saiu de casa, atravessou o portão e segurou a mão de S/N, quase a arrastando para dentro de casa. - Vamos! Você está tomando chuva.

Não tinha como recusar o convite repentino, então apenas se deixou ser guiada para dentro.
Relutante, Katsuki entrou em casa depois de S/N, retirando a capa de chuva que havia colocado para sair e caminhar, tentando escapar de mais uma bronca da mãe por não ter lavado a louça como ela mandou.

— Empresta uma blusa sua para a... Como é o seu nome? Desculpe, esqueci de perguntar.
— Pode me chamar de S/N, Sra. Bakugou.
— Mitsuki. Se eu posso chamar você pelo primeiro nome, você também pode. Katsuki! Não está me ouvindo falar com você?!
— Quer adotar ela agora? Tsc. Porque é o que parece!
— Faz o que eu tô mandando!

S/N guardava uma expressão aflita o tempo inteiro, não queria ser motivo de discussão.
Katsuki soltou mais um de seus resmungos, subindo as escadas que levariam para o corredor de seu quarto. Ele parou no meio da escada, olhando para trás e esperando pela visita.

— Vem logo, não tenho o dia inteiro para ficar "cuidando" de você. - Ele fez aspas com os dedos.

Sua atitude grosseira foi repreendida por um sapato que, por pouco, não o acertou no rosto.

— O QUE FOI?!
— OLHE LÁ O JEITO QUE VOCÊ FALA COM A MENINA, KASTUKI! ELA É SUA PROFESSORA!

Ele resmungou mais uma vez, porém parecia muito mais furioso do que antes.
S/N o seguiu até o quarto, segurando a vontade de rir da situação e das caras de raiva que Katsuki e sua mãe faziam ao dirigir a palavra um ao outro.

— Aqui. - Ele lhe entregou uma camisa azul escuro, legenda escrita "The Evil".

Katsuki não deu uma única palavra a ela depois disso, também não respondeu o seu "obrigada", apenas saiu do quarto.
S/N ouviu os passos dele se afastando, indicando que ele teria voltado para o primeiro andar. Ela retirou a camisa que vestia e colocou a dele, saindo do quarto e indo para sala esperar que a chuva parasse de vez e pudesse voltar para casa.

— S/N! Por que não fica para o jantar? - Mitsuki sorriu.

O que diabos você vê?! (Imagine Bakugou)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ