Descobertas arrepiantes

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Ela passou do horário, ficou acordada até tarde lendo notícias e tragédias de seu bairro. Não faria bem para ela, ela sabe. Mas não tem mais medo de enfrentar o que vê pela frente.

Sentando-se devagar na cama, ela olha para a única janela do quarto. O cobertor de sua cama está enroscado entre as suas pernas, mexeu-se demais em cima da cama aquela noite. A cortina bloqueia boa tarde da entrada do sol, mantendo-a a salvo dos espíritos e sombras do mundo exterior.

S/N acordou com mais fome do que esperava, sentiu saudade de Mimi fazendo o seu café.

Ao levantar-se, S/N passa os pés pela beira do colchão e entra em contato com o chão frio. No carpete de seu quarto, há uma pequena pilha de livros e jornais antigos, que continham informação essenciais para as suas próximas descobertas sobre o local.

Tinha certeza de que não era muito cedo, talvez umas 9:00 ou 10:00 da AM, mas tudo estava estranhamente calmo. Ela não ouviu as crianças vizinhas correndo ou gritando pelo condomínio como estava acostumada.

Era um daqueles dias, dias que os primeiros sinais já alertavam claramente não ser um bom dia. De alguma forma, as mães do condomínio não deixavam as crianças saírem em dias assim a menos que seja pra escola.

Sua mãe também foi assim com ela, a proibiu de sair algumas vezes, mas S/N sempre achou que era para evitar ver o que não devia, visto que em casa e com os pais ela estaria segura.

Não saiu de casa aquele dia, não estava com o humor para isso. Ao invés de focar em qualquer outra coisa, S/N manteve-se atenta aos casos que lia. Entretanto, ela não achou nada sobre o seu condomínio, o que era incomum, não duvidava que algo ruim cercava o lugar.

- Bakugou? Está muito ocupado? - Questinou o loiro quando ele atendeu o celular.
- Não, estava olhando os casos criminais do seu bairro e encaixando algumas coisas com pesquisa. Por que a pergunta?
- Você achou algo que envolvesse o condomínio?
- Não, tenho certeza de que não há nada sobre o lugar em que você mora atualmente.
- Tem certeza?
- Eu olhei essa porra desses papéis umas 7 vezes seguidas, S/N, eu teria notado.
- Hum. - Resmungou decepcionada.
- O que foi? Você acha mesmo que tem algo que motivou um assombro em sua residência?
- Provável, mas são apenas teorias mesmo.

Através do celular, ela o ouviu resmungar e espalhar os papéis pela mesa, só para ter a total certeza de que não havia nada que envolvesse o condomínio de S/N.

- Acabei de olhar mais uma vez, e não, não tem merda nenhuma aqui.
- Isso é muito estranho. Não bate bem com as minhas visões.
- O que quer dizer com isso?
- Você sabe como saber se um território é assombrado por um espírito específico?
- Não.
- Você os vê sempre no mesmo local. Dona Ritsume, por exemplo, continuou a me dar bom dia sempre que eu passava em frente a sua casa mesmo depois de estar morta, você lembra que eu contei isso?
— Sim, achei você uma puta esquizofrênica. 
— Eu sei. - Ela riu. - O segundo exemplo que posso usar é a Fuyuki Hashire.
— Tá falando daquela mulher que você disse ter possuído seu corpo quando você tinha de 13 pra 14 anos? Sim, eu lembro disso.
— O que as duas tinham em comum? Simples, eu as via no mesmo local sempre! Nenhuma das duas me acompanhou ou me seguiu pelos cantos por aí, sempre continuaram em seu território.
— E daí?
— E daí que a mesma coisa ocorre por aqui. Eu os vejo com tanta frequência que já me acostumei com eles, e detalhe: Estão sempre no mesmo canto.
— S/N. Você acha que no seu aparada teve alguma espécie de série de assassinatos?
— Eu não sei, mas eu não duvido. Sabe, os donos costumam esconder o histórico dos locais que alugam para não perderem seu precioso dinheiro.

Bakugou suspirou e se espreguiçou, imaginando o quão longe S/N estaria indo só para responder aos seus malditos questionamentos. Não sabia dizer se ela era muito corajosa ou muito ingênua para agir dessa forma.

O que diabos você vê?! (Imagine Bakugou)Where stories live. Discover now