3 - A Beira do Penhasco

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- Mallya on-

  - Mallya! - Jong Up, era a voz do Jong Up, o que ele estava fazendo aqui? Até agora a pouco eu estava nos braços de Tae não estava? Me forcei a abrir os olhos e escuridão preencheu meu campo de vista, assim que tentei me mexer logo percebi que estava amarrada novamente. Mas dessa vez não haviam feras e nem mais um galpão, eu estava num lugar escuro demais para ter contato com a luz do dia, se é que era dia ou então noite, eu não conseguia identificar muita coisa através daquele lugar repleto de pedras com um cheiro sinistro de umidade invadindo meu nariz.
  Apertei os punhos, tentando instintivamente sentir que estava tocando em algo, e percebi o toque suave do que parecia ser um conteúdo pegajoso. Meu coração cedeu só de imaginar o que poderia ser. Nada ali parecia ser bom.
  - Mallya. - A voz novamente, não era como um sussurro, era mais um chamado e então pude ver um lampião, aceso bem no centro da minha visão e a poucos metros dali estava Jong Up de pé. Trajava uma espécie de uniforme todo preto, com coturnos marrom, e a sua face parecia tomada de pavor enquanto ele vinha depressa ao meu encontro com o que parecia ser uma turquesa nas mãos.
  - Jong Up, cadê todo mundo? Onde é que eu tô? - Indaguei ansiosa por respostas, e o silêncio me deu um tapa na cara enquanto ele se agachou antes que eu pudesse acompanhar seus movimentos e começou a quebrar as correntes, pouco a pouco me soltando. Alisei os pulsos doloridos e olhei para Jong Up, dentro de seus olhos, tinha alguma coisa errada, aquele na minha frente não era ele. A maldade tinha fugido do seu olhar e só tinha sobrado uma empatia quase amigável. Tinha algo de muito errado em tudo ali. Onde estávamos afinal?
  - Precisamos ir, a Alícia está nos esperando! - Ele comentou alarmado se apressando em me dar a mão para levantar, foi quando aceitei a ajuda que notei que a coisa pegajosa que estava tocando antes, agora se instalava na ponta dos meus dedos, era uma espécie de musgo, como se fosse de uma... Eu estava em uma caverna.
  Jong Up começou a correr, me arrastando logo atrás de si, sem nem me dar tempo de acompanhar se quer o que estava acontecendo, até que meu corpo inteiro estremeceu com o rugido que saiu da escuridão atrás de mim.
  Não estávamos mais sozinhos na escuridão!
  - Corre Mallya! Corre! ELE ESTÁ NOS ALCANÇANDO!
  - Ele quem?!! - Berrei de volta alarmada, as pupilas estavam dilatando e eu pude notar evidentemente como meu corpo estava acelerando, o sangue nas veias jorrou adrenalina nas minhas têmporas. Já podia sentir o coração na boca quando finalmente Jong Up parou de correr, e trombamos um no outro, ossos e mais ossos e quase nenhuma pele, eu tinha emagrecido muito naquele buraco.
  A luz invadiu a escuridão de repente e ao mesmo tempo que me cegava com a claridade apresentava um ambiente completamente sóbrio. Estávamos fora, e pelo que parecia na beira de um penhasco. Pude ouvir o som de água, ondas quebrando. Tinha mar lá embaixo.
  Jong Up me puxou pela mão, como se fosse para continuarmos, mas eu notei que a queda livre seria de pelo menos uns 80 metros, nem em sonhos eu iria me jogar dali. Se me lembro bem da Alicia falando, é questão de 25 metros para quebrar todos os seus ossos na água, pular ali seria igual se jogar numa rocha!
  - Vai! Você precisa continuar!
  - O quê? Mas não tem como continuar! Estamos encurralados!
  - Não, não estamos! - E então ele me deu um empurrão, me empurrando em direção ao desfiladeiro, meu coração bateu mais rápido, quase explodindo no meu peito de tanto medo, sentindo a brisa do mar lá embaixo lamber meus cabelos, por um momento achei que ia me perder.
  Foi então que consegui firmar os pés, quase tinha ido para baixo, mas por pouco consegui me segurar, pelo menos por pouco tempo, assim que meu coração ameaçou se acalmar do susto, antes que eu pudesse me afastar da beirada do penhasco, a parte de pedra que sustentava os meus pés cedeu, batendo pedrinhas em rochas até ir pra baixo e eu cair junto. Me ralei inteira, braços e cotovelos e até os joelhos se chocaram dolorosamente com as rochas e então eu fui escorregando até cair em queda livre na direção do mar turbulento lá embaixo.

É gente, eu sei que tá confuso, mas todas as peças do quebra cabeça vão se alinhar logo... Logo... Bom como combinado, vou postar pra vcs naquele cronograma passado no último cap de Prison 3. Façam bom proveito, e não se esqueçam de deixar aquela estrelinha camarada e se estão curtindo tanto quanto eu!!!

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