54 - Kushisake Onna

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- Levi on-

Entornei o copo de cerveja, maravilhado com o gosto enquanto observava desconfortável um monte de gente que eu não conhecia, e nem pretendia conhecer.
Meu único foco dessa noite estava vindo na minha direção com um copo cheio de vinho até a borda. A maneira que seus quadris balançavam dentro da mini saia fez alguma parte animalesca dentro de mim se contorcer, inspirado a levantar aquela saia mais tarde e acabar com a vida dessa jovem no quarto.
Alícia bebeu um pouco para não derramar sua bebida e então me entregou o prato que carregava cheio de espetinhos de carne, frango e linguiça. A farofa estava toda distribuída embaixo dos espetos enquanto um molho de alho estava salpicado por cima.
Pelo cheiro, aquela comida parecia ser a melhor que eu comeria na minha vida. Não notei como estava com fome até o meu estômago roncar fazendo barulho e a Alícia rir livremente.
O sorriso aqueceu mais alguma parte dentro de mim adormecida. Aquecendo tudo que tocava, tentando não me desfazer só de pensar que se ela recusasse aquele anel que estava no meu bolso pesando eu provavelmente iria precisar memorizar aquele sorriso para me odiar por não ter ficado com ela em sua cidade. Me odiar por escolher o meu povo ao invés da mulher que me faz sentir vivo.
Meu povo precisa da minha proteção. Isso não é uma escolha, eu não tenho escolha, nunca tive. A única que tem é a Alícia, se a minha gatinha quiser ficar... Eu não sei o que será da minha alma sem ela.
- O que está te incomodando? Faz dois minutos que eu estou aqui e você ainda não fez nenhum comentário. - Ela olhou nos meus olhos, o vermelho ficando intenso nas suas pupilas. Tanto poder se acumulando tão depressa. E ela ficava mais irresistível a cada dia toda vez que ficava ainda mais forte.
- Eu estou pensando. - Respirei bem fundo, inalando mais uma vez o cheiro maravilhoso do prato na minha mão e peguei um palito para me banquetear da carne que havia nele.
- E o que preenche essa cabecinha tão grande de orelhas pontudas velhote? - Alícia sorriu, entornando mais do copo de vinho. Se continuasse bebendo mais desse jeito acabaria bêbada antes das oito da noite. Apesar de que alguma coisa me dizia que ela era mais cachaceira do que eu.

Era agora, estufei o peito e abri a boca, pronto pra começar a me declarar e dizer sobre o anel. Quando pensei em responder, a melhor amiga dela se juntou a nós, pegando um dos espeto do prato e bufando. O anjo caído estava logo em seu encalço.
- Minha mãe é uma tarada. - Alícia pareceu arregalar os olhos enquanto eu engasgava. Tae estava impassível.
- Ela não fez... - Só de trocar olhares era como se essas duas estivessem lendo a mente uma da outra.
- Sim ela fez. Eu achei que não seria capaz. Mas ela fez! - Mallya estava exasperada conforme mordia seu espetinho de frango com raiva. Molho de alho sujando seu lábio superior junto com o caldo bem passado do frango.
- Eu estou perplexa! - Alícia mordeu o meu espetinho em anuência e eu comecei a olhar de uma pra outra confuso.
- Alguém me explica o que está acontecendo? - Perguntei curioso e Tae pegou outro espetinho do prato e começou a falar quando a Mallya interrompeu ele.
- Minha mãe estava tentando encurralar o Tae no quarto, mas ela sabe que estamos juntos, e mesmo assim ela quis continuar o relacionamento devasso dela de onde parou.
- Certo. Eu acho que entendi... - Comecei e então me lembrei que a Alícia havia me contato sobre um pacto pra ter filhos que as mães delas fizeram com a mãe do psicopata de cabelo vermelho - Isso era por causa do seu irmão? Mas ela não estava com seu pai que ressuscitou dos mortos?
- Estava... Mas agora ela quer o Tae também. De verdade eu esperava mais da mulher que me gerou.
- Entendo. As vezes os pais podem ser decepcionantes. - Grunhi em anuência e a Alícia se aconchegou pertinho de mim concordando com a cabeça.

Algumas horas passaram, ficamos conversando reunidos. Quando a mãe da Mallya apareceu para participar da festa agiu como se nada tivesse acontecido com o genro e a filha, e então a Alícia me apresentou aos pais como seu namorado oficial. Mark não gostou muito, mas não sei porque milagre não se manifestou nem mesmo para tentar chegar perto de nós, tudo que fez foi ficar com a própria mãe, que pelo que descobri ele quem matou da última vez.
Huoyan e Suguinha ficaram grudados na Alícia quase o tempo todo, o que eu achei estranho levando em conta que o dragão era da Mallya, mas não parava de proteger a amiga. Como se tivesse algo de errado com ela. Pedi aos deuses que não fosse nada sobre a saúde da minha gatinha e então arrastei ela pra um canto da festa para tentar conversar. Estava disposto a lhe mostrar o anel, mas fomos interrompidos pela família dela nos chamando pra dançar lá no meio.
Os refugiados humanos e o que sobrou das Alcateias estavam todos reunidos conosco brincando e papeando como se fosse um dia normal e não estivéssemos se protegendo de um lunático que detonou com Helltown a poucas semanas.
Depois de dançar algumas músicas, o pai da Alícia me dar a benção e a mãe dela me ameaçar gentilmente de arrancar as minhas bolas, eu finalmente consegui arrastar ela de novo pra um cantinho onde ficava longe de todo mundo.
Ela estava toda sorridente, e por incrível que pareça, depois de oito copos cheio de vinho ainda estava em pé. Apenas um pouco alegrinha.
Comecei a juntar coragem pra começar aquele assunto complicado. Eu pretendia tirar ela do seio da família e da cidade e arrastar para outro mundo, se ela quisesse, ela não era mais que uma menina de 18 anos. Eu era a droga de um velho pra ela.

Apesar da diferença de idades, eu faria dela minha linda esposa e teríamos pestinhas incríveis no processo. Eu já conseguia imaginar aumentar a minha casa no campo, fazer mais um quarto pra um futuro pivete. Eu sempre gostei de crianças e meu coração chegava a ficar mole como manteiga só de imaginar um filho nosso. A Alícia toda de branco aceitando se casar comigo...
- Eu preciso ir no banheiro. - Comentou ela e me abandonou antes que eu tivesse coragem de fazer o que queria fazer.
Fiquei sozinho por alguns minutos, pensando em nomes. Eu sempre achei Kaleb legal, ou podia ser Kieran. Será que teríamos um moleque ou uma princesinha? Se bem que se ela puxasse eu seria mais uma ogra... Contive minha risada quando senti um cheiro diferente, as árvores perto farfalharam em resposta quando me virei para verificar a floresta. De repente escutei passos, e ao me virar de novo estava cara a cara com a Alícia. O sorriso no rosto dela me entregou que aquele era o momento certo.
Me ajoelhei diante dela, concentrado no que pretendia falar antes que perdesse a coragem de novo e começasse a gaguejar.
- Eu sei que talvez você diga que é cedo demais, mas eu nunca encontrei ninguém que fizesse eu sentir tudo o que eu sinto desse jeito, é como se nossas almas se conversassem. E eu queria saber, se você também me ama, se teria espaço no seu coração para viver uma vida comigo, na minha terra? Peguei o anel com dedos trêmulos do bolso e mostrei a ela. Que parecia vidrada demais nos meus olhos. Não sei se era porque tinha ficado nervosa, mas o sorriso em seu rosto não se mexeu. Nem para diminuir de desgosto, nem para aumentar de felicidade.
Me levantei, entregando o anel dourado em sua mão disponível, já que a outra, ela estava escondendo atrás das costas.
- Você me acha bonita?
Insegurança nesse exato momento? Arqueei uma sobrancelha confusa, e coloquei uma mecha do seu cabelo cheiroso atrás da sua orelha. Meu coração quase transbordando de imaginar ela em um vestido de noiva. Minha. Toda minha. Indo embora comigo...
- Ah Alícia... Você é uma mulher extraordinariamente linda. Sua beleza literalmente me pega pelas bolas. - Contive uma risada esganiçada de nervosismo enquanto ainda esperava sua resposta. E percebi que minha última palavra "bolas" havia ficado presa na garganta. O sorriso morrendo lentamente no meu rosto. Por que eu não conseguia falar?

O sorriso no meu rosto foi morrendo enquanto o dela alargava mais.
Eu comecei a sentir que tinha alguma coisa vazando no meu pescoço antes da dor chegar. Depois a ardência me acertou em cheio. Apalpei o pescoço depressa, sangue começou a pingar no chão, meu sangue escorria entre os meus dedos. Eu queria gritar, "o que você fez?".
A voz morria nas cordas vocais antes de proferir som. Foi quando eu vi a tesoura, no exato momento que a vadia disfarçada de Alícia enfiava ela no meu peito. Diversas e diversas vezes.
Cambaleei para trás, tentando inutilmente me desviar. Estava lento demais, em choque demais. Havia esquecido como me defendia, como sequer escapava. Como era correr.

A porra da guarda baixa demais.
Eu ia morrer por ter ficado com a guarda abaixada. Eu ia morrer sem que a mulher da minha vida soubesse que eu amava tanto ela que já planejava uma vida para nós dois.
Merda eu ia morrer.
Eu ia morrer e deixar meu povo sem proteção...
Eu ia morrer...
Afogando e sem ar.

Pânico puro atravessou meu ser até os ossos. Afogado não, qualquer coisa menos afogado...
Engasguei tentando respirar e sangue começou a sair pelo meu nariz também, fazendo dor passar por cada canal respiratório que eu nem sabia que tinha enquanto aquela desgraçada da Kushisake Onna ria e ria do meu desespero. A risada endiabrada foi a última coisa que eu me lembrava de ter escutado.

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⏰ पिछला अद्यतन: Dec 11, 2023 ⏰

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