17 - Sereias da Morte

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  - Eu estava indo levar pra você. - Comentei tentando conter o sorriso, sabia que estava ficando com as bochechas vermelhas quando as pontas dos seus dedos tocaram os meus, e seus olhos com divertimento cruzaram rapidamente com o meu olhar e então ele sorriu de volta me deixando sem fôlego. Os cabelos da cor do mel estavam cuidadosamente penteados para o lado direito da cabeça enquanto seu corpo estava coberto por uma camiseta azul e um jeans preto que só serviam para realçar ainda mais sua beleza.
  - São só alguns minutos longe do posto, ninguém vai invadir o barco em cinco minutos. E Jong Up está lá, então está tudo bem. - Ele comentou de volta e Tae que até então estava apenas prestando atenção cruzou os braços acima do peito. Estava olhando de Kook para Mark e depois para Levi.
  - Mas você já trocou de novo!? - Tae riu exasperado, e eu franzi o cenho me virando para encarar ele do outro lado da mesa.
  - Sabia que você faz muito bem cuidando da sua vida! - Rebati seu último falatório e quem nos interrompeu foi Mark, os cabelos mudando rapidamente pra vermelho. Estava tão vulnerável demonstrando seus sentimentos enciumado que mal o reconheci, ele era muito mais frio e calculista do que refletia agora.
  - Porque está escondendo Alícia? Está na cara que você e ele estão juntos, não é mesmo? Ou vai desmentir agora? - Mark alfinetou e eu senti um tapa na bunda de repente, encomhi os ombros na hora e depois Levi se apoiou atrás de mim depositando o queixo no meu ombro, enquanto encaixava seu corpo musculoso e mais alto atrás de mim como posse. O cheiro de eucalipto que veio das ruas roupas invadiu meu nariz enquanto os braços musculosos e tatuados de Levi se posicionaram ao meu redor.
  - E se ela estiver comigo Mark, tem algum problema com isso? - Levi sibilou observando com um sorriso assassino no rosto como o rapaz de cabelos vermelhos reagiria, e antes que qualquer um dissesse mais alguma coisa um grito escapou entre o corredor dos quartos. Logo em seguida mais um, e Tae e eu deixamos escapar o mesmo nome alarmados.
  - Mallya!

- Mallya on-

  - N-N-n-não! - Berrava a criatura e eu lhe dei um soco e rolamos pelo chão, não sabia se gritava por Tae ou por Huoyan em busca de ajuda. A criatura estava tentando me render a todo custo, ele podia ser pequeno, mas era forte demais.
  E sua pele verde fora do comum estava me deixando com ainda mais medo.
  - Para de lutar! - Rosnei outra vez tentando com toda força empurrar a faca para baixo para acertar sua testa, mas ele empurrou meu braço para o lado e a faca enfiou quase metade da lâmina na madeira do barco, ficando presa. O bicho gritou quando a lâmina passou raspando por seus cabelos brancos e rolou para o outro lado tentando fugir de mim.
  - N-N-n-não, não! Arak medo!!! - Guinchou tão engasgado que eu mal entendi o que ele falou. Não entendia mais se não estava ouvindo porque ele falava estranho demais para parecer a língua de um ser humano ou se o sangue que pulsava nos meus ouvidos com o medo estava me deixando surda.
  Passei uma mão na testa enxugando gotas de suor que escorriam e me levantei, as costas reclamaram em agonia, estava tão dolorida do dia anterior que meu corpo parecia que ia se entregar a qualquer momento no chão se eu continuasse a lutar feito um guerreiro.
  A criaturinha verde tapou os ouvidos olhando para o alto, como se para alho além de nós dois, e então puxando comigo a faca com força desenrrosquei a lâmina da madeira. Já estava pronta para correr na direção dele, quando um tiro me assustou, era a Alícia, mas eu não sabia onde ela estava. Talvez na direção de onde a coisa olhava para cima...
  Continuei mesmo assim, indo em direção a criatura pronta pra enterrar a lâmina até o cabo em seu peito, quando fui atingida por alguém e empurrada em direção a uma parte onde não dava mais pé no barco, escorreguei batendo a cabeça no chão, um som alto de impacto deu pra ouvir e minhas mãos ficaram molhadas, quando percebi que era a Alícia quem tinha me segurando e empurrado, soltei a faca na hora, com medo de lhe ferir quando caímos para fora. Rolando e despencando pelo ar.
  Só fui entender que tínhamos na verdade caído para fora do barco quando fomos recebidos pela água gelada do mar. Ela nos abraçou com o horror gelado de ondas nós engolindo.
  O pânico por ter tentado puxar ar pra respirar e ter vindo água no lugar me deixou atônita, tentei com todas as forças ir para cima, batendo braços e pernas enquanto raciocinava que a Alícia não estava mais comigo e o máximo que consegui foi respirar por dois segundos na superfície antes de outra onda vir com brutalidade no meu rosto, obrigando minha garganta e o meu nariz se encher de água salgada, enquanto estava me puxando para baixo outra vez e me privando do oxigênio que eu tinha com todas as forças tentado buscar.

- Taehyung on-

  - Levi as sereias!!! - Gritou Jong Up colocando as mãos uma de cada lado da cabeça alarmado olhando para água como se tivesse lotada de piranhas e eu franzi o cenho sem entender. O que foi completamente diferente de Levi que apenas se abaixou para pegar a faca que a Mallya tinha derrubado antes de se jogar na água sem pensar duas vezes.
  - Mas o quê...? - Mal perguntei olhando por onde Levi tinha caído e mergulhado e pude ver uma cauda bater na água indo atrás dele, um pressentimento horrível de medo assolou o meu peito quando Jong Up correu até um baú que eu nem havia notado que estava naquela parte ao lado de Huoyan que antes deitado, agora estava inquieto com a movimentação repentina que invadiu o saguão toda de uma vez. Jimin e Kook estavam correndo para o andar debaixo as pressas acompanhado de uma criatura verde e baixinha, indo abrir a parte de trás onde havia uma cerca de plástico que bloqueava a entrada do barco, provávelmente para Levi entrar com as meninas.
  - As sereias - Repetiu Jong Up assim que voltei a olhar pra ele e o encontrei segurando um rifle de caça que tirou do baú as pressas - Estão todas envenenadas com sangue de duende, elas não são mais criaturas boazinhas que ajudam gente como nós, agora elas tem fome pior do que uma legião de tubarões!
  Agora eu entendia porque estava com aquele pressentimento tão ruim sobre a água.

Prison IVWhere stories live. Discover now