35 - Dia De Morrer

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  - Mark on-

  A conexão! Só podia ser isso, achei que tivesse sido completamente dizimada com a profecia, mas estava claro que ainda existia o resquício de alguma coisa em toda a história.
  - Alícia... - Consegui gemer ao me arrastar para fora do caixote improvisado que Jackson além de ter me jogado nessa merda de calabouço, me deu para descansar a cabeça durante as noites.
  Me apertei com força para ir até a janela, o mínimo esforço parecia sacrificante demais. E eu podia senti-la. De dentro dos meus pulmões e do meu coração que estava se contorcendo feito uma cobra morrendo.
  Não estava tão longe quanto parecia a janela pequena no canto da cela, com grades de cima abaixo, deixavam um pequeno pedaço do mundo do lado de fora, exposto o bastante para que eu pudesse ver os raios e relâmpagos, caindo como se fossem uma chuva de canivetes fervendo.
  A minha camiseta começou a ensopar e a dor no peito se intensificou, bem a tempo de Jackson aparecer na porta das grades, me observando do outro lado com um sorriso torto no rosto.
  - Ah então foi ela quem ele pegou primeiro Mark? Está sentindo? Foi bem fundo não foi? - Ele começou a indagar e eu pude sentir a cor esvaindo do meu rosto, o corpo se entregando à luta. O maxilar trincou de raiva, mas eu não conseguia me mexer. Cai de joelhos agonizando. Estava paralisado olhando pra baixo, o meu peito estava... como havia tanto sangue! Aquilo não era meu, eu não tinha mais essa capacidade de sentir tanta dor dela, isso quer dizer então...
  - Seu desgraçado, eu vou matar você com as minhas próprias mãos! - Senti a raiva se sobrepor ao meu amargor metálico na boca. Podia sentir o sangue borbulhando por dentro. Eu sabia que mesmo que não pudesse senti-la tão bem como antes. Eu não precisa ser um gênio para entender que algum cretino tinha tentado arrancar o coração dela com o próprio punho. Era sangue demais.
  Meu corpo estremeceu e aquela sensação horripilante de horas atrás me assombrou de novo. Era ela, a morte me chamando, mais uma vez, alguém ia morrer em breve, se é que já não estava morrendo. E dessa vez eu sabia de onde vinha àquele chamado. E eu não o atenderia nem em um milhão de anos.
  - A morte já está chamando, não é? Você vai ter que buscar a alma dela, não vai? - Indagou Jackson se agarrando as grades e pondo a cabeça entre uma das fendas para se aproximar, e eu relutei, tentando levantar com toda força. Mas o choque estava ficando maior. Mais raios foram auditíveis do lado de fora. Não ousei desviar os olhos de Jackson, podia sentir a foice caminhando de encontro ao meu pulso, chamando para o trabalho. E um clarão cortou o céu com um relâmpago iluminando o rosto de Jackson, para depois deixá-lo ser encoberto pelas sombras outra vez. A morte ia levar uma alma hoje, mas eu daria a de Jackson no lugar da Alicia.

- Mallya on-

  Engoli em seco, batendo os dentes enquanto o queixo tremia de ansiedade. Eu não conseguia me aproximar dela, eu queria ajudar, mas eu não conseguia me aproximar dela. Porquê essa maldita sede de sangue tinha que ser tão violenta?!
  Engoli em seco outra vez, e uma lágrima escorreu pelo meu rosto, indo até o meu lábio superior onde o sal se misturou com o gosto de sangue que tinha nos meus dentes. Eu não aguentava mais fechar os olhos, tive que olhar pra ela. Para o sangue e para o estado que a Alícia se encontrava.
  Caída naquele chão imundo no meio da floresta maldita onde uma poça estava se formando ao seu redor. Com Levi e Taehyung em cima dela, os pés afundados no líquido vermelho hipnotizante que não parava mais de sair, um a cada lado, enquanto um tentava a todo custo vedar e pressionar o ferimento que ela tinha no pescoço durante o tempo que se debatia em choque, quase convulsionando àquela altura, Levi a mantinha deitada de lado, enfiando o que tentou sair para fora de seus órgãos, para dentro do feixe onde estava seu coração saltitando. Aquela besta fera tinha feito um estrago no peito da menina.
  - A-Al-lícia... - Consegui gemer entre soluços e Tae olhou pra mim, se abaixando para por a cabeça perto do rosto da Alicia, ficando ainda mais sério.
  - Levi ela não tá respirando! - Ele levantou o rosto depressa, o pânico se manifestando no rosto dele com veemência. E então a Alicia parou de convulsionar e não se mexeu mais, os olhos se fecharam e Levi parecia ter começado a ficar um pouco mais nervoso. Mesmo assim ele tinha uma frieza assustadora em seus olhos. Parecia até que sabia o que estava fazendo.

Olá queridos leitores, espero que estejam gostando! Bom, venho aqui avisar q além de deixarem sua estrelinha e ter um bom proveito durante sua leitura, eu vim mais pra deixar um aviso mesmo do que pedir alguma coisa. A partir de hoje vou começar a postar nos mesmos dias, de segunda, quarta e sexta. Porém, apenas 1 cap por dia ao invés de 2.😊 Muito obrigada pela compreensão, tenham boas leituras!

Prison IVWhere stories live. Discover now