capítulo 6

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Vinicius Mospiert

Lembrei que ainda não tinha respondido sua pergunta. Abri a porta de repente e ela se assustou, pois estava com o rosto colado na madeira, o que acabou fazendo-a tombar para frente.

Por um momento nossos olhos se encontraram e eu senti seu corpo falhar em cima do meu, um gemido escapou de seus lábios e quando percebi já estava beijando ela.

Girei seu corpo puxando ela para dentro e fechando a porta, sem parar o que estávamos fazendo. Não sei o que me deu, me deixei levar e estou sendo levado até o presente momento. Não fui capaz de me afastar dela e quando a falta de ar chegou, eu deslizei minha boca da sua e deixando mordidas e lambidas até o pescoço dela.

—Vinicius — Gemeu agarrado meu cabelos e eu parei o que estava fazendo e a encarei — Fiz algo errado?

—Eu não posso — Consegui responder e me afastei dela, quis dizer que não podia naquela situação, ainda estava com raiva e temia machuca-la, mas Júlia não me deu tempo. Ela me empurrou e me olhou irritada.

— Vá se foder — Saiu me deixando sem resposta e de pau duro.

Depois de respirar um pouco e me acalmar, eu me olhei um pouco no espelho e sorri achando batom nos meus lábios. Tive vontade de sair assim para todos verem que eu estava dando uns amassos na minha mulher gostosa dentro do banheiro, mas a mulher em questão me enforcaria com minha própria gravata.

— Agora vamos a primeira dança dos noivos. — A voz da cerimonialista soou quando cheguei no salão.

Caminhei até minha esposa e estendi a mão para ela que aceitou prontamente e a guiei até o meio da pista. A música começou e nós nos aproximamos e mexemos os corpos no ritmo da música.

—Aquilo não deveria ter acontecido — Começou e eu concordei. O que eu diria? Que queria chegar em casa e fazer amor com ela contra a porta da entrada? Não, eu tinha orgulho. Ser rejeitado uma vez já basta —, mas aconteceu —Continuou e eu concordei novamente— e foi bom — Porra, assenti com tanta força que tive medo de ter dado um jeito no pescoço. — Não precisa dizer nada. Eu gostei e sei que você também.

— Melhor você parar ou eu vou ter uma ereção na frente de todo mundo — Disse com humor e ela sorriu.

A dança seguiu normal e nada foi dito sobre o acontecido no banheiro. Nós despedimos de alguns dos convidados, retornamos a nossa casa. E ainda sim, nada foi dito.

— Eu vou descansar agora — Me adiantei— Se precisar de qualquer coisa, estarei no quarto.

Deixá-la na sala naquele breu, não foi fácil, ela não estava se sentindo bem e a culpa era minha. Aquele beijo de alguma forma me deu esperanças e aquilo não seria nada bom. Logo após um longo banho adormeci emergindo pensamentos impróprios e pervertidos com minha adorável esposa.

Júlia Mospiert

Parei na sala e o vi subindo as escadas. Aquele beijo, maldito e delicioso beijo. Aquele homem gostoso, com pose de mal e uma pegada daquelas era um atentado para qualquer mulher, ele era meu marido.

Será que nosso casamento seria aberto? Provavelmente, Vinicius deveria ser muito ativo sexualmente para ficar dois anos sem transar com ninguém. Eu passei a maior parte da minha vida estudando, já fiz sexo algumas vezes, mas nada de tão excepcional quanto se escuta falar por aí. Arrisco dizer que alguns dos amassos que eu tive hoje foram melhores que algumas noites de sexo.

Voltei a realidade e subi as escadas indo até o quarto que mais cedo foi apresentado como meu. Eu precisava para de pensar naquele homem e no seu corpo, no seu corpo nu colado ao meu e a gente... Chega, Júlia.

Tomei um banho gelado, bem gelado e deitei para dormir.

[...]

—Senhora Mospiert — Ouvi alguém me chamar bater na porta em seguida.

Era só o que faltava, menos de 24 horas de casada e já estão me chamando assim? Respondi que já ia e peguei o robe da minha camisola aos pés da cama, estava usando meu enxoval de lua de mel e não podia sair daquele jeito pelo meio da casa.

—Bom dia — Abri a porta e encarei a mulher que me olhava sem acreditar no que via.

—Bom dia senhora, me chamo Rose, sou a governanta — Apresentou-se - Ele pediu para avisa- la que o café já está na mesa.

— Muito prazer, Rose — Estendi a mão para cumprimenta-la. — Você pode ficar a vontade para me chamar somente de Júlia. Eu já vou descer, só preciso de alguns minutos para me organizar.

— Não vai ficar na suíte da casa, juntamente com Vinicius? — Eu sabia que isso de casal dormir em quarto separado não ia dar certo. Me desculpe Vinicius, mas vou fazer algumas mudanças.

— As coisas entre nós aconteceram muito rapidamente, creio que por pressão dos nossos paz — Suspirei como se estivesse cansada daquela situação, o que era verdade— Eu e ele não tivemos tempo de um namoro e toda aquela fase de brigar pelas diferenças, estamos tendo isso agora e ontem acabamos discutindo — Dissertei perfeitamente a mentira que eu acabara de inventar— Eu me magoei e quis um tempo sozinha, você entende? — Perguntei.

— Claro que sim. Vocês ainda são muito jovens e recém casados, é normal que isso aconteça — Ela me olhou com preocupação e acariciou minhas mãos como se me passasse conforto.

— Obrigada, Rose. Fico muito feliz se pudessemos ser amigas, não tenho nenhuma e agora vou precisar de uma mais que nunca — Ela assentiu e eu respirei fundo— Você pode pedir para que coloquem minhas coisas no quarto do meu marido? — Me fiz de tímida olhando para baixo, fugindo do seu olhar e ela sorriu concordando. — Muito obrigada. Vou tomar um banho e estou descendo —Ela disse que iria providenciar tudo depois que saíssemos e desceu para a cozinha.

Nós ainda trabalharíamos essa semana, pelo que eu entendi, antes de viajar. Eu precisava adaptar algumas coisas na minha rotina e saber quais casos da empresa iria assumir e Vinicius precisaria deixar tudo organizado para uma viagem. A empresa dependia de todo seu tempo e disponibilidade, por isso ele raramente era visto em eventos que não fossem profissionais.

— Pensei que não quisesse mais trabalhar — Meu digníssimo marido disse ao me ver— Estamos atrasados, Júlia e você ainda nem tomou café. — Exasperou irritado.

— Bom dia, querido. — Me aproximei beijando sua bochecha fazendo questão que ele sentisse o quanto eu estava cheirosa. — Não me culpe por não saber seus planos, se você não me conta nada. Já podemos ir, eu não costumo comer pela manhã.

Não esperei pela sua resposta e passei deixando ele parado no meio da sala. Já dentro do elevador, ele me acompanhou e me olhou com cara de bravo, seus olhos varreram todo meu corpo e um brilho diferente atravessou seu olhar, logo a tensão sexual tomou conta do cubículo e eu faltei pouco soltar fogos quando chegamos ao estacionamento.

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