capítulo 28

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Júlia Mospiert

Notei um movimento na recepção, mas mesmo assim continuei me caminho. Cumprimentei algumas  pessoas no elevador e esperei que ele chegasse até o último andar.

Susan estava andando pra cima e pra baixo com um telefone no ouvido e um tablet em suas mãos, mas que porra aconteceu aqui?

Ela me olha e pede um minuto fazendo gestos, eu assenti e me sentei no sofá que ficava naquele ambiente, esperando que ela viesse me explicar o que estava acontecendo.

—Desculpe por te deixar esperando, tudo aqui hoje está agitado —Ela sentou—Se ao meu lado e eu me voltei pra ela esperando o que estava por vir— Seu marido comprou algumas ações que renderam lucro de alguns bilhões de dólares, os advogados vieram ajustar tudo e os funcionários estão chocados em como ele consegue ficar mais rico a cada instante.

—Como ele estar? —Perguntei mesmo ainda tendo receio de como pudesse estar seu humor.

—Normal — Como normal? Normal como? E parece como se tivesse adivinhado tudo que eu dizia, ela continuou— Ele está calmo como fica habitualmente, não fez alarde nem nada do tipo. Se fosse eu a ganhar míseros dólares, estava pulando feito uma maluca  —Sorrimos.

—Ele está sozinho lá? —Perguntei e ela assentiu— Vou entrar então —Expliquei— Obrigada, Susan. Bom trabalho.

Bati duas vezes na porta e ele falou para que entrasse, assim eu fiz. Assim que me viu ele sorriu de orelha a orelha e pediu que eu trancasse a porta, logo ele estava me segurando pela cintura enquanto me girava pela sala sorrindo e me levando junto nessa empolgação.

—Estou começando a ficar tonta, amor —Toquei seu ombro e ele me pôs no chão, mas continuou segurando firme minha cintura me prendendo ao seu corpo.

—Eu fiz um investimento semana passada, só por teste mesmo, algo me dizia que ia dar e certo e veja só, acabo de me tornar bilionário —Ele atacou meu lábios com urgência sem me dar tempo de ao menos parabeniza-lo— Eu consegui —Me beijou de novo— Estou construindo meu futuro por mérito próprio —Assenti sorrindo e segurei seu rosto o impedindo de continuar a sessão de beijos— O que foi?

—Nada, calma, estou te achando um pouco afoito demais —Ele sorriu e respirou fundo tentando acalmar sua euforia — Susan — Me disse que você estava normal, como se nada tivesse acontecido, mas caramba, você tá agitado.

—Estou feliz —Sorriu ainda me mantendo presa ao seu corpo.

—Eu também —Beijei seus lábios lentamente— Estou orgulhosa de você, amor. É só o começo, eu sei que você ainda vai muito longe e espero estar ao seu lado para parabeniza-lo, sempre.

—Eu sou tão feliz por ter você, caralho, como eu esperei por você —Continuou me beijando.

—Esperou por mim hoje? —Ele negou e me puxou pela mão, logo sentamos no sofá que ficava no canto da sala e ele seguiu segurando minhas mãos.

—Eu esperei por você na minha vida, não hoje, hoje eu não espero mais por nada, definitivamente tenho tudo. Esperei por uma mulher que me amasse e estivesse ao meu lado e claro, esperei por uma gostosa que fodesse bem pra caralho  — Eu bati de leve em seu ombro e ele sorriu também— Foi Por pouco — Gargalhamos e quando eu pensei que ele fosse parar, ele continuou— Eu te amo e posso afirmar com toda certeza que nunca senti nada parecido com isso —Foi como se meu corpo se esvaísse em água e eu estivesse derretida ali, na sala dele, mas eu me solidifiquei novamente e prestei atenção no que ele estava prestes a dizer— Eu sempre tive medo de ser abandonado depois do que minha mãe adotiva fez e embora eu recebesse todo o amor possível de Estefânia, ainda sim, eu precisava de mais —Ele respirou fundo como se tentasse procurar as palavras certas e então continuou— Débora apareceu e me ofereceu algo, algo que foi bom por um momento e quando ela tirou isso de mim eu pensei que fosse  enlouquecer, eu me senti fraco e abandonado mais uma vez —Sua mão acariciou minha bochecha e ele beijou minha testa, seu olhar se prendeu ao meu e eu lembrei que uma vez me disseram que os olhos são a janela da alma, eu vi a alma de Vinicius e vi luz ali— Você chegou —Eu assenti— e você me deu amor —Ele sorriu feliz e eu assenti novamente— e eu te amo — A foda-se, que venham as lágrimas— O que eu senti quando Débora me deixou não chegou nem perto do que eu senti quando você estava desmaiada nos meus braços, era algo simples e eu entrei em pânico, eu não sabia que rumo tomaria sem você. Caramba, eu te amo mesmo.

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