capítulo 35

187 10 0
                                    

Júlia Mospiert

A segunda feira chegou e com ela a ansiedade sobre como estavam indo a investigação de todos os computadores. A reunião seria pela amanhã pela manhã e caso não conseguíssemos provar como esse dinheiro saiu, Vinicius poderia perder a presidência.

Olhei para o outro lado da cama e ele dormia tranquilamente com o braço descansando sob a barriga. Ele conseguia dormir bem, enquanto eu estou quase enlouquecendo. Lembrei que tinha agendado uma consulta para essa tarde, então tinha que ir para empresa o mais rápido possível, para adiantar milhões de coisas e sair sem que nada ficasse para depois.

No relógio ainda eram 7 da manhã e só precisaríamos estar na empresa de 9, mas eu tinha que me adiantar.

Depois de ter tomado um belo banho, eu me arrumei e me aproximei da cama tocando o ombro dele o acordei.

—Vinicius —Chamei— Estou de saída —Ele abriu os olhos lentamente e piscou quando a claridade o atingiu.

—Para onde você vai? —Sua voz era rouca por causa do sono e seus olhos voltaram a se fechar.

—Vou para empresa, tenho que adiantar algumas coisas. Tudo bem? —Perguntei e ele levantou seu tronco lentamente e apoiou suas costas na cabeceira.

—Pode esperar 30 minutos? Eu vou com você —Esfregou o rosto e bocejou.

— Não, eu preciso ir. Você pode ir no seu horário, eu tenho que sair com sua mãe mais tarde —Não queria que ele soubesse sobre a consulta, era com minha ginecologista a respeito da gravidez e ele com certeza iria querer ir— Nos vemos mais tarde. Te amo —Beijei seus lábios.

—Te amo também —Sussurrou e fechou os olhos novamente, posso apostar como ele vai voltar a dormir.

Assim que entrei no carro conectei meu celular a ele e liguei para Estefânia que não demorou muito para me atender, ela com certeza fez mais por mim que minha mãe. Ela me acolheu em sua família.

—Olá, desculpe se te acordei —Disse assim que ela atendeu.

—Querida, não me acordou, acabei de voltar da caminhada com umas amigas do condomínio —Ela explicou— Queria ter ido até vocês ontem para parabenizá-los, pensei até em um jantar, mas achei melhor deixar vocês escolherem. Como foi o dia?

—Vinicius combinou um almoço com Henrique e Helena, eles vieram para uma reunião amanhã, mas Débora também estava lá. Bom, você deve imaginar o sucesso —Escutei quando ela murmurou chamando Vinicius de idiota e Débora de vadia, somente sorri e continuei—Preciso saber se você pode me fazer um favor —Fui direto ao ponto.

—Qualquer coisa —Seu tom agora era mais calmo que alguns segundos atrás.

—Eu preciso ir até uma consulta sem que seu filho saiba e eu disse que sairia com você, me desculpe por isso, mas você pode confirmar que estou com você? —Eu estava pedindo para a mãe do meu marido para me acobertar? É, eu estava e espero que ela me ajude.

—Você pode me dizer se essa consulta é algo sério? Se ele descobrir, vai brigar comigo e com você —Eu não posso fugir mais disso, eu já fiz minha escolha e vou levar até o fim. Eu vou ter um filho.

—Eu e ele conversamos e vamos começar a tentar ter filhos —Comecei sentindo as borboletas se manifestarem na minha barriga— Eu já parei de tomar anticoncepcional e acho que nem estava de fato fazendo efeito, não faz mais de um mês que comecei, então é só esperar, mas eu queria fazer alguns exames e ver se estar tudo certo.

—Você vai mesmo engravidar? Meu Deus, Vinicius deve estar nas nuvens —Sorri imaginando a cara dele quando eu contei. Eu faria tudo por ele.

—Eu nunca tinha pensado em ter filhos e quando ele me perguntou e eu disse que não queria, ele murchou e doeu em mim ver o quanto ele ficou desapontado —Estacionei o carro próximo a empresa — Então eu comecei a pensar na ideia e imaginar um bebê meu e dele me deixou feliz, me fez ver que eu posso fazer diferente do que minha mãe fez comigo e eu quero ter um filho, não só por Vinicius, por mim também e acima de tudo, por nós.

Damned SoulsDove le storie prendono vita. Scoprilo ora