capítulo 13

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Vinicius Mospiert

"Você pode almoçar comigo e com Pietro" Era só o que faltava, primeiro dia me dando bem com ela e não podemos nem comer juntos. Um absurdo.

Ainda tenho que ouvir ele falando o quanto ela era quieta na faculdade, já que se conheceram na pós graduação. Para terminar de fechar com chave de ouro, só se eles já tivessem tido algo, mas não tiveram. Será que tiveram?
Não, ela me falaria.

-Como se vocês começaram a se comunicar... Aliás nem começaram
Minha consciência gritou.

Pedi o mesmo prato que Júlia e estava sentado ao seu lado, fazendo de tudo para ganhar um pouquinho de sua atenção, mas ela estava tão concentrada na conversa que mal encostou na comida, ela não se alimentava bem e isso precisava mudar. Foi aí que eu consegui interromper a conversa como um marido preocupado e não um carente.

— Querida, você precisa comer — Alertei com a voz calma — Tenho certeza que podem terminar essa conversa no escritório.

— Claro que podemos — O tal Pietro disse sorrindo e levantou — Nos encontraremos ás duas? — Perguntou e Júlia assentiu sem graça. — Até mais.

Finalmente a sós. Respirei aliviado beijando a bochecha da morena ao meu lado que comia com tanta força que fazia barulhos. Eu repousei minha mão em sua coxa e comi com calma aproveitando o silêncio e a privacidade.

Terminamos de comer sem falar muito, Júlia não parecia muito feliz que eu acredito que seja culpa de Pietro, mas não disse nada. Chamei o garçom para pagar a conta, mas ele me informou que o homem que estava conosco deixou a mesma paga. Ainda mais essa. Ele queria minha mulher.

— Não vai me dar um beijo, linda? — Disse na porta de sua sala e ela me olhou com um sorriso estranho.

— Você nem imagina o que eu queria te dar agora, então é melhor evitar o beijo. — Ela sussurrou no meu ouvido com a voz estranha, devia ser toda aquela coisa de desejo.

Eu sorri sem graça por ouvir safadezas no meio da empresa e fui para minha sala.

— Susan, pode por favor me deixar livre antes das seis? — Perguntei sem lembrar dos compromissos que tinha hoje.

— Sua última reunião termina ás seis e meia. Pode ser? — Ela perguntou olhando minha agenda e fazendo algumas anotações. — Posso adiantá-la e o senhor saí ás seis, mas terá que me enviar um relatório antes das nove de amanhã.

— Não, deixe como está. — Amanhã eu queria um dia tranquilo com Júlia.

Agradeci e fui para a primeira reunião da tarde

Júlia Mospiert

Eu queria matar Vinicius. Poderia facilmente fazer uma lista em ordem de gravidade das loucuras que ele cometeu hoje, porém prefiro citar apenas três que são de fácil entendimento.

1-  Se meteu no meu primeiro almoço de negócios e não para me passar segurança.
2- Colocou a outra pessoa em questão para correr.
3- Estragou tudo que eu tinha planejado para nossa noite.

Rose não estaria em casa, eu não sei cozinhar e imagino que ele também não. Então pensei em irmos jantar juntos, por isso quis colocar a reunião no horário de almoço, isso facilitaria a análise de alguns casos e liberaria umas duas horas do fim do turno. Porém, ele tinha outros planos para nossa noite.

Já passavam das sete da noite quando eu encerrei com Pietro e descemos até o térreo. Lá, encontrei meu marido que andava de um lado para outro parecendo estar ansioso, mas eu deixei bem claro para minha quase secretária que ninguém poderia me interromper e eu deixei bem claro que meu marido estava incluído. Era quase secretária, porque eu dividia os serviços dela com Pietro, já que eram coisas extremamente simples, que não a deixaria sobrecarregada.

— Bom final de semana — Desejei ao meu colega e caminhei até o homem de terno com a cara mais emburrada do mundo.

— Pensei que sairíamos mais cedo hoje — Ele agarrou minha mão e me puxou para fora, onde nosso carro já estava nos esperando. — Onde quer jantar?

— Eu quero ir para casa — Disse colocando o cinto e fechando os olhos — O dia foi puxado, minha cabeça tá doendo e eu tô cansada. — Abri os olhos para encará-lo no minuto que a decepção passou pelo seu olhar.

— Se importa se eu parar pelo menos para comprar nosso jantar e comermos em casa? — Seu tom mudou, ele estava visivelmente abatido depois da minha recusa.

— Não me importo, fique a vontade — Sorri verdadeiramente e acariciei seu rosto com carinho.

Vinicius escolheu um restaurante de massas e eu acho que seria agradável beber um vinho, enquanto conversávamos sobre as atitudes de hoje. Chegamos em casa e eu fui imediatamente para o chuveiro, precisava do que chamamos de banho premium.

Saí do banheiro secando o cabelo com a toalha e no corpo o roupão de Vinicius, que ficava enorme em mim, mas eu não fazia ideia de onde estava o meu. O quarto estava agradavelmente escuro, a mesa do canto estava arrumada para uma refeição e uma garrafa de vinho completava o clima romântico. Sorri procurando pelo responsável por aquilo.

Vinicius estava usando somente a calça moletom que ele costumava dormir e os cabelos úmidos entregavam que ele tinha tomado banho a pouco tempo. Caminhei até ele e beijei seus lábios, esquecendo por um minuto o cansaço que irradiava por todo meu corpo.

— Parece que você leu meus pensamentos — Beijei mais uma vez seus lábios— Vou colocar uma roupa rapidinho e já volto.

— Pode ficar nua, eu realmente não me importo — Suas mãos apertaram minha cintura com força — Gostosa — Beijou meus lábios com força e me apertou ainda mais no seu corpo.

— Claro que não — Me afastei mesmo não sendo isso que meu corpo queria — Precisamos conversar antes de qualquer coisa, tudo bem? — Ele assentiu rapidamente e me liberou de seu aperto.

Escolhi uma camisola preta com renda bem sútil na parte da frente, o grande charme estavam nas costas praticamente nuas. Eu não tinha a intenção de fazer nada hoje, mas o clima do quarto pedia algo mais quente e o homem de quase dois metros sem camisa, com músculos para todos os lados também.

Ele já estava sentado quando eu me aproximei sentando em sua frente. Com cuidado ele serviu nossos pratos e me encarou meio confuso, com uma pitada de preocupação em seu semblante. Começamos a comer em um silêncio até que agradável, trocando carícias por baixo da mesa e de vez em quando soltando comentários aleatórios.

Quando terminamos, eu o ajudei a levarmos as coisas para o andar de baixo e lavarmos para amanhã não termos que fazer esse trabalho. Amanhã era sábado e depois desse dia tão exaustivo, eu realmente só queria descansar.

— Não foi legal a forma que você se meteu no meu trabalho hoje — Comecei sem querer que essa conversa se estendesse até o quarto, então conversaríamos aqui enquanto lavávamos a louça suja. — Eu precisava resolver aquilo naquele horário, justamente para sairmos mais cedo. Você também não foi muito discreto quando quase expulsou Pietro da mesa.

— Não quis expulsar ninguém, Júlia, só quis que você se alimentasse — Encarei sua cara de pau e ele deu de ombros — Talvez eu quisesse mesmo que ele saísse, mas o cara não se tocava. Somos recém casados e ele estava atrapalhando nosso almoço. — Tive vontade de dizer que ele quem estava atrapalhando, mas me contive.

— Na empresa eu não sou sua esposa, sou sua funcionária — Respirei fundo— Quando nós dois pudermos, nós almoçaremos, quando não, tudo bem. Eu não se você sentiu ciúmes ou é alguma espécie de insegurança, mas você não precisa se preocupar. Eu quero você e quero que a gente dê certo.

Ele assentiu me abraçando forte, sem malícia, um simples carinho. Era nessas horas que meu marido se transformava em um garoto inocente, que só queria atenção e carinho, que tinha medo de ser deixado.

Eu estou aqui, querido. Te darei o que precisa, cuidarei de você e não te deixarei sozinho.

— Vamos deitar — Ele murmurou baixo ainda agarrado no meu pescoço e eu assenti.

Subimos para o quarto e deitamos agarradinhos naquele clima bom de romance e aconchego.





obs: O capítulo a seguir não está revisado, por isso as cenas, momentos e falas não irão se coincidir. Peço um pouco de paciência para que aguardem a revisão dos demais capítulos. Espero que estejam gostando do rumo das coisas. Fiquem bem.

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