capítulo 16

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Júlia Mospiert

A segunda chegou e com ela novas dezenas de responsabilidades. Começaria finalmente a visitar o forum e ter conversas nem sempre agradáveis com alguns de meus associados. Encaixar um almoço em Estefânia, minha sogra, já estava devendo a semanas, e encontrar uma diarista.

Passamos todo o domingo entre cochilos e o resultado foi uma noite sem sono, acabamos conversando assuntos banais e mesmo sem ter rolado sexo, também tivemos um pouco de ação, o que ocasionou em estarmos atrasados para empresa e Vinicius com aquele humor delicioso de quem adora manhas.

Nos despedimos com um selinho e seguimos cada um para sua respectiva sala. Eu tinha uma reunião com um tal de Charlie Duncan, esse foi o caso que mais me chamou atenção dentre todos dessa grande pilha de papel. Pedi que Pietro me encontrasse mais cedo e ele já estava na sala me esperando.

— Bom dia — Cumprimentei dando a volta e sentando no meu lugar. — Te chamei aqui para conversarmos respeito do caso Duncan.

— Bom dia, Júlia — Ele assentiu mexendo em sua pasta e tirando de lá alguns papéis. — Eu imaginei que cedo ou tarde teríamos essa conversa e confesso que estava torcendo para ser cedo. — Ele colocou algumas imagens em minha mesa e espalhou, observei seu raciocínio em silêncio esperando o que ele tinha a dizer — Em Setembro do ano passado, a nossa funcionária Vivian Jones, procurou o RH para fazer uma denúncia de assédio. O setor atendeu o chamado, buscou provas e averigou a veracidade das informações, mas essa informação foi omitida do setor jurídico. — Assenti mostrando que eu estava acompanhado e ele prosseguiu — O processo veio um mês depois.

— Como uma informação dessas não se espalhou por toda empresa? —Questionei, porque eu sabia que até as informações mais sigilosas se espalhavam.

— Porque a funcionária foi afastada do seu cargo, depois outra se manifestou, aparentemente uma colega de Vivian, mas também foi afastada de suas funções. — Ele não precisou terminar. Todos estavam com medo.

— Onde se encontra Oswaldo Duncan? — Indaguei.

— De licença médica — Explicou e me entregou um documento — O caso foi deixado para trás pelo simples fato de ninguém querer defender um possível abusador e o medo de ir contra a empresa.

— O que deveria ser muito mais uma questão de consciência, mas eu posso compreender. — Li alguns documentos e separei outros para o estudo posterior. — Eu vou conversar toda essa situação com Vinicius, mas pode ter certeza que tomarei a frente desse caso, afastei esse homem da Mospiert Enterprise de forma definitiva e não deixarei que nada respingue sobre a empresa. — Ele assentiu parecendo orgulhoso da minha escolha de palavras — Obrigada, Pietro. — Agradeci levantando e segurando sua mão.

Já sozinha em minha sala, organizei tudo que pude e pedi que a secretária desmarcasse a minha reunião com o tal Oswaldo, não queria vê-lo em minha frente. Em contrapartida, eu falaria com Vivian e faria o que eu pudesse para ajudá-la.

Enquanto lia alguns papéis, acabei sentindo uma pontada de fome e percebi que estava quase na hora do almoço. Liguei para Susan perguntando a agenda de Vinicius e ela disse que estava livre, mas ele não havia saído de sua sala desde que chagou e apenas pediu um café expresso.

Arrumei minha mesa e segurei meu celular, deixando a sala e rumando para o elevador. A mesa de Susan estava vazia e ela provavelmente saiu para o almoço. Ciente do humor instável do meu marido, bati na porta e esperei a confirmação para entrar.

—Susan me falou que você não comeu —Dei a volta na mesa e sentei em seu colo.

— Como? — Suas mãos rodearam minha cintura e a cabeça fez um movimento para que eu olhasse a mesa atolada de papéis— Tenho que mandar isso tudo para o seu pai, esperar que ele me envie de volta em tempo hábil para que eu encaminhe para o financeiro. Tenho reuniões por toda a tarde e não sei se vou conseguir jantar com você, linda — Seus lábios se projetaram para frente fazendo um biquinho engraçado de criança mimada e eu ri.

— Que homem ocupado —Beijei seus lábios rapidamente, não resistindo — Mesmo assim você precisa comer mesmo — Beijei mais uma vez, porque suas mãos apertaram meus quadris mandando uma onda de calor por todo meu corpo.— Ouvi boatos de que está com um péssimo humor.

Ele sorriu a princípio, mas depois me levantou do seu colo e caminhou comigo em seus braços até um sofá no lado direito da sua sala. Pelo seu olhar faminto direcionado aos meus pobres seios, eu imaginava o que iria acontecer e não faria nada para impedir.

—Pretendo fazer isso agora mesmo, querida —Levantou minha saia me deixando exposta da cintura para baixo. Quase gemendo ao ver a peça indecente que eu usava— Vou comer você —As palavras tinham mesmo poder, porque arrepiaram todos os pelos do meu pescoço e fizeram minhas pernas vacilarem por alguns segundos, se eu não estivesse espalhada sobre o sofá, iria ao chão com certeza.

Abri seu cinto a baixei sua calça junto com sua cueca, decidida a tomar o controle por alguns segundos. Minhas mão deslizaram por seu membro de demasiadamente e seus olhos me olharam fulminantes de excitação e necessidade, tanto quanto os meus o encaravam. Deslizei com cuidado para o chão e me ajoelhei, coloquei seu membro na minha boca e fui chupando sua glande enquanto minhas mãos brincavam com seus testículos. Movimentei a língua por toda sua extensão e fiz movimentos circulares enquanto minhas mãos continuavam apertando suas bolas. Os gemidos que escapavam por aqueles lábios gostosos eram tão bons que eu poderia gozar só de ouvir.

—Pare —Disse ofegante em meio a gemidos e tirou minha boca de perto do seu membro, logo eu quem estava a sua mercê— Você é capaz de me fazer como um adolescente precoce.

Vinicius me deitou no sofá de couro preto e ficou por cima de mim, afastou minha calcinha para o lado e brincou com meu clitóris enquanto se preparava para estocar. Seu pênis deslizou para dentro de mim e nós dois reviramos os olhos com tamanho tesão entre nós. Seus movimentos eram lentos, mas firmes, sua mão seguravam minha cintura com tanta força que eu não conseguiria me mover nem se quisesse.

Por um breve momentos nossos olhos se encontraram e como se falassem, nossos lábios se uniram em um beijo repleto de desejo e paixão.

—Você é incrível —Falei entre o beijo e ele sorriu e continuou com o que estava fazendo.

Em um só movimento ele rodou minhas pernas e me colocou de quatro naquele sofá. Meus cabelos estava entrelaçados na sua mão e sua boca sugava meus pescoço enquanto ele me fodia, duro e com força. Senti meu orgasmo espalhar espasmos por todo meu corpo. Não demorou muito e senti ele gozando dentro de mim, mesmo assim não parou de estocar e eu cheguei no clímax outra vez.

—Eu poderia fazer isso o dia todo —Saiu de dentro de mim e me virou, beijando meus lábios e indo na direção de uma porta.

Ele voltou ,do que eu imaginei ser o banheiro da sua sala, com alguns lenços me oferecendo. Limpei minhas pernas e arrumei minha saia colocando-a por cima da blusa. Vinicius fechou a calça e voltou a sua mesa. Me olhou e me chamou, mas eu neguei.

— Vou voltar a minha sala. — Sorri negando aquele olhar safado, de quem me dizia estar pronto para outra. Mas eu ainda nem havia processado o que acabou de acontecer aqui — Vou pedir para trazerem seu almoço e nos vemos mais tarde. — Em questão de segundo o corpo de Vinicius estava perto do meu e eu me perguntei onde eu estava com a cabeça que não me dei conta da aproximação ou simplesmente não queria me afastar.

— Você ia sem me beijar? Não faça isso, linda — Beijei seus lábios por um breve momento e encarei seus lábios vermelhos — Me olhe assim por mais meio segundo e dessa vez vou te foder em minha mesa — Sussurrou e eu sorri.

— Me avise se não puder ir para casa comigo, para que eu chame um táxi ou peça para Ruan me esperar. — Ele assentiu a contragosto e eu saí escutando ele falar com Susan, que já havia retornado e eu eu nem ao menos me dei conta que ela estava do lado de fora.

— Que dia lindo, não?! — Filho da mãe. Ele realmente só precisava comer.

Assim que cheguei, pedi meu almoço e que o mesmo fosse entregue na sala do meu marido. Ele logo me mandou uma mensagem agradecendo e dizendo que iria sim embora comigo e que eu o esperasse na recepção. Respondi que tudo bem e voltei para o meu trabalho, marcando uma reunião com Vivian para quarta feira e fazendo uma anotação para comentar isso com Vinicius.

[...]

Depois do expediente, lá estava eu, sentada na recepção esperando Vinicius. Quando as portas do elevador se abriram ele estava acompanhado de uma morena. Os cabelos dela chegavam na cintura e seu corpo era extremamente bonito, assim como seu rosto. Ops, na mesma hora eu senti a pontadinha do ciúmes, o que não deixou de ser uma novidade para mim. Ele me olhou de relance e trouxe a mulher até perto de mim.

—Essa é Júlia — Me apresentou, sem adicionar meu título em sua vida e a morena me examinou por um segundo, mas logo me cumprimentou— Essa é Eleanor, uma amiga —Assenti sorrindo e ela se pronunciou.

—É um prazer conhece -lá —Sorri novamente— Agora eu tenho que ir. Até outro dia —Beijou a bochecha de Vinicius e nos deu as costas.

—Vamos? —Me olhou e encarou meu rosto como se procurasse por algo, eu provavelmente, deveria ter um vinco na testa ou até mesmo uma expressão assassina.

—Eu tenho que ver uma coisa antes de sair. Vá na frente e me espere no carro —Ele me deu um selinho e fez o que eu pedi.

Subi rápido no elevador e parei no andar da presidência. Susan ainda estava arrumando as coisas e quando me viu não escondeu a surpresa. Provavelmente pela hora, mas também pela minha cara de alarde.

— Boa noite, Susan — Cumprimentei — Lembra quando conversámos que me contaria das "amigas" de Vinicius? — Perguntei e ela assentiu — Quem era aquela?

— Eu disse a senhora que ele recebia visitas de algumas moças, mas ela não é uma dessas. Acredito que tudo entre eles tenha sido profissional, senhora. — Olhou ao redor não escondendo o desconforto e eu me senti mal por estar ali tendo um surto de ciúmes.

— Me chame de Júlia —Eu disse tentando amenizar o clima. — Obrigada, Susan e me desculpe por interceptá-la desse modo, eu só... eu não aprendi a confiar nele e acabei ficando com ciúmes do quanto pareciam íntimos.

— Não se preocupe. — Ela sorriu — Sempre que precisar eu ficarei feliz em ajudá-la. — Agradeci mais uma vez e saí rumo ao carro, onde Vinicius me esperava.

—Finalmente —Deu partida quando entrei— O que estava fazendo? — Questionou manobrando, mas mesmo assim me olhando de relance.

— Pensei que tivesse esquecido meu notebook aberto — Disse a primeira desculpa que veio a minha cabeça.



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