capítulo 21

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Júlia Mospiert

Quando acordei Vinicius não estava mais na cama e estranhei, porque apesar de não ser cedo, também não era tarde. Ele gostava de dormir, e acordar sem ele no dia em que deveríamos aproveitar isso, era estranho.

Depois de fazer minha higiene pessoal, eu desci as escadas distraída no celular olhando as fotos que minha sogra me encaminhou e sorri encantada para a que foi tirada no exato momento em que Vinicius fez a gracinha. Agradeci pelo jantar e pela consideração e desliguei o aparelho ao chegar na cozinha e dar de cara com uma enorme mesa de café da manhã, com direito a flores e um gostoso só de samba canção me encarando com um sorriso no rosto.

— Feliz um mês — sorriu me encarando com as bochechas coradas, como se estivesse com vergonha e ansioso pela minha reação. — Diz alguma coisa — se apressou ficando perto de mim e me estendendo o buquê de flores.

— Você que preparou tudo isso? — perguntei sem saber como reagir. Homens acordavam e surpreendiam mulher ou eu estava sonhado? — Feliz um mês — respondi depois que ele assentiu levemente tímido.

— Você não gostou? — perguntou me entregando as flores e escondendo o rosto no meu pescoço, aspirando o cheiro e beijando de leve.

— Claro que eu gostei — falei me afastando para encará-lo — Está tudo tão lindo que parece mentira. — Sorri beijando seus lábios várias vezes e agradecendo baixinho a surpresa.

Tomamos café entre carícias e amassos e quando o clima esquentou, nós começamos a comemorar em nosso quarto, banheiro e até na sala. Nosso dia não poderia ter sido mais especial e a nossa cara, ficamos o dia todo ignorando o mundo e tão juntos quanto era possível.

Quando a noite chegou e jantamos, Vinicius pediu desculpas, mas tinha que resolver algo e saiu para o escritório. Aproveitei e peguei meu notebook para estudar mais um pouco o caso de assédio, cuja reunião seria no primeiro horário do dia seguinte.

Depois de passar o dia inteiro afastada do celular, liguei-o para tirar algumas dúvidas com Pietro, mesmo que ele só me respondesse no dia seguinte. As dúvidas foram rapidamente esquecidas quando uma mensagem da minha mãe tomou toda minha atenção.

Mamãe: Boa tarde, Júlia. Quero somente lembrá-la do que conversamos ontem e a seguir deixarei o número da conta que você deve fazer a transação.

Ela realmente tinha mandado as informações bancárias e acredito que tinha esperanças para que eu realmente mandasse, o que obviamente não aconteceria.

Segui ignorando a mensagem e fazendo anotações que julguei necessárias até que uma ligação tirou meu foco e o identificador mostrava ser minha mãe. Pensei mesmo em ignorar mais uma vez ou até mesmo recusar a mensagem, mas eu atenderia e deixaria bem claro que de mim ela não teria nada.

— Acha que ignorar vai resolver o problema? — questionou visivelmente irritada.

— Olá, mamãe. Eu estou bem e você? — falei me acomodando no sofá, tenho plena consciência de que não seria uma conversa fácil. Coloquei o celular no viva voz e esperei sua resposta.

— Não seja sonsa, Júlia. Sabe muito bem que precisamos desse dinheiro e você tem, vai mesmo se negar a ajudar seus pais? — Revirei meus olhos ao ouvir seu discurso de coitadinha. — Você é mesmo muito mal agradecida.

— Sou sim, me casei para que vocês ficassem bem e mesmo assim ainda me acham mal agradecida? — questionei sem elevar meu tom, eu já estava habituada a escutar esse tipo de coisa.

— Não me pareceu nenhum pouco infeliz por estar casada, muito pelo contrário, você e o bastardo pareciam bem felizes — seu tom era venenoso, tão baixo quanto ela mesma era.

— Estou realmente muito feliz — sorri imaginando seu ódio — Nunca, em toda minha vida, eu estive tão bem quanto eu estou. Tenho um casamento maravilhoso, o emprego dos meus sonhos, um marido gostoso e de quebra estou longe de vocês.

— Você é a maior vergonha da nossa família — essas palavras no passado me destruiriam, hoje não me incomoda — Não pense que será sempre assim, esse bastardo que você chama de marido não pode ocupar a cadeira da presidência e o conselho sabe disso. Não demorará e vocês estarão na merda, mas não se preocupe, querida, mamãe e papai estarão aqui para te receber e dessa vez com um marido legítimo.

Não escutei mais nenhuma palavra e desliguei a ligação. Levantei do sofá para arrumar a bagunça e me assustei ao ver meu marido parado na porta do escritório me encarando assustado.

— Eu posso explicar — disse e eu o encarei confusa — Me escuta, por favor — seu tom saiu desesperado e ele caminhou até mim parando em minha frente e só então notei seus olhos brilhando de lágrimas.

De repente o desespero começou a tomar conta do meu corpo. Vinicius estava no meio de uma crise de ansiedade, seu peito subia e descia sem controle. Seus olhos me encaravam aflitos e suas mãos me seguravam no lugar, como se qualquer momento eu fosse embora.

— Calma, Vinicius. Você precisa respirar — supliquei fazendo esforço para que ele sentasse no sofá. — Estou aqui, amor e não vou para lugar nenhum.

Aos poucos ele foi se acalmando, a respiração ficou estabilizada, mas seus olhos só me transmitiam dor e mesmo que eu não fizesse ideia do que estava acontecendo, era algo sério.

—Anos atrás minha mãe engravidou de um menino — ele baixou a cabeça e não olhou mais para mim— Até então tudo parecia estar bem, não apresentava nenhum problema e nenhuma possível complicação no parto. —ele parou por alguns segundos e respirou fundo — Entretanto, algo deu errado e acabaram perdendo o bebê e minha mãe aderiu uma doença chamada eclâmpsia, significa que ela não poderia mais ter filho (definição no fim do capítulo) — "Ilegítimo" As palavras da minha mãe que antes estavam confusas, começaram a fazer sentido— Minha mãe entrou em uma grande depressão e... — Era nítido o quanto esse assunto não estava fazendo bem pra ele e eu quis que ele parasse.

—Não precisa continuar —passei a mão por suas costas tentando lhe dar um consolo ou pelo menos mostrar que ele tem a mim.

—Preciso sim —finalmente me olhou— Meu pai não sabia o que fazer, nada parecia dar certo e minha mãe estava se matando aos poucos. A empregada da casa estava grávida de 6 meses e não hesitou em entregar a minha mãe. — ele respirou fundo e lágrimas grossas começaram a escorrer dos seus olhos— Ela nem quis me conhecer. Esperou o resto da gestação e depois de me entregar, ganhou um bom dinheiro e sumiu.

—Sinto muito, meu amor — abracei da maneira que consegui— Essa mulher não sabe o que perdeu. — ele me olhou aflito, segurou meu rosto e me deu um beijo desesperado, angustiado. —Precisamos descansar — beijei seus lábios mais uma vez com calma e sussurrei baixinho que eu não iria para lugar nenhum.

Vinicius levantou e me segurou no colo, deixando seu rosto escondido no meu pescoço. Minhas costas encostaram no colchão macio e eu me arrumei para que ele pudesse deitar comigo também. Ele abraçou minha cintura e puxou minhas costas de encontro ao seu peito.

—Obrigado por ficar —Eu segurei forte na mão que estava em minha cintura e levei até os lábios depositando um beijo ali.

Vinícius Mospiert

Ela dormia serenamente em meus braços, enquanto eu não conseguia pregar o olho pensando em como ela reagiu a tudo isso.
Contei a mesma história a Débora um dia antes do nosso casamento, afim de nos casarmos sem segredos e ela não reagiu nem parecido com Júlia, mas mesmo assim eu imaginei que ela me amasse o suficiente para comparecer no nosso casamento, mas ela não o fez e quando foi confrontada disse que não poderia de forma alguma casar com um homem ilegítimo, filho de um zé ninguém. "Um Mospiert bastardo" Essas foram suas palavras.

Júlia se mexeu em meus braços e abriu os olhos me encarando ainda sonolenta e encarei a janela que permitia a entrada dos primeiros raios solares de um domingo.

— Não dormiu? — questionou baixinho com a voz de sono.

— Não tanto quanto você, mas consegui descansar. —Afaguei seus cabelos e ela sorriu se aninhando a mim.

—Vamos dedicar nosso fim de semana somente a nós — disse beijando seus cabelos. — Quero passar o dia inteiro coladinho em você.

—Me parece uma ideia maravilhosa, amor. — ela montou em mim e abaixou-se beijando meu pescoço e modiscando minha orelha, eu apertei forte sua cintura fazendo com que ela perceba meu membro duro e pulsante por ela.

Essa mulher será meu fim.

Nossos lábios não conseguiram passar muito tempo afastados e logo estávamos nos beijando com um tesão quase fora do comum, se não fosse nós dois.

—Quero fazer algo diferente hoje —disse parando de me beijar e encarando meus olhos perdidos por seu corpo e sua boca vermelha pelo beijo. Que mulher gostosa.

—Espero que me deixar de pau duro não seja uma de suas pretensões. — brinquei, mas comecei a ficar preocupado.

—Calma, eu quero isso tanto quanto você — ela me tranquilizou e rebolou com vontade no meu pau duro.

—Não sei se isso é possível.

Ela voltou a me beijar e tirou meu braços do seu corpo, segurando e pretendo com uma faixa de cetim que eu não fazia ideia de onde ela tinha tirado.

—Já fez isso antes? — perguntou e eu neguei de imediato— Nem eu.

Seus lábios gostosos distribuíram beijos pelo meu pescoço e suas safadas mãos deslizaram por meu peitoral nu. Deixando claro o que pretendia, levantei o quadril e ela desceu minha cueca, fazendo meu pau saltar ereto.

—É gostoso, não é? — perguntou beijando a cabeça do meu pau e esperando uma resposta, mas eu só fui capaz de assentir.

—Por que não chupa ele? — perguntei movendo os quadris e balançando meu membro— Monta na minha boca, linda —Olhei em seus olhos e consegui enxergar o fogo e o tesão gritando por entre seus poros.

—Você quer me chupar enquanto eu chupo você? — perguntou mordendo os lábios toda travessa.

—Mais do que qualquer coisa nesse mundo —E assim ela montou.

Depois de estar devidamente encaixada, eu deixei minha língua brincar por toda sua extensão e ela gemeu em aprovação e começou a lamber o meu comprimento.

Não demorou mais que cinco minutos para que nossos corpos explodissem em um orgasmo. Júlia tremia e mesmo assim eu não fui capaz de afastar minha boca da sua boceta.

—Deliciosa —Lambi meus lábios com gosto, depois de ter provado seu gozo e me fartado do seu orgasmo.

—Quero cavalgar em você e depois ficar de quatro para que você monte em mim —Ela desfez o nó e me encarou em expectativa.

—E não está fazendo isso porque? — indaguei sentindo meu membro começar a dá sinais novamente.


[...]

O nosso final de semana foi lindo, cheio sexo, carinho e momentos que eu quero lembrar para sempre. Conversas que esclareceram muitas coisas. Pedi para que Júlia me contasse a conversa inteira com sua mãe, mas ela achou melhor conversar depois e eu concordei, não quis estragar nosso domingo.
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A eclâmpsia é uma complicação grave da pré-eclâmpsia durante a gravidez que pode provocar convulsões ou coma e que pode colocar a vida tanto da mulher quanto do bebê em risco caso não seja diagnosticada e tratada a tempo.

obs: O capítulo a seguir não está revisado, por isso as cenas, momentos e falas não irão se coincidir. Peço um pouco de paciência para que aguardem a revisão dos demais capítulos. Espero que estejam gostando do rumo das coisas. Fiquem bem.


Está gostando? deixe uma estrelinha e me deixe feliz.

Damned SoulsWhere stories live. Discover now