capítulo 22

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Júlia Mospiert

Despertei da cama sendo empurrada, só que por sorte dessa vez não caí. Me levantei e encarei Vinicius que dormia tranquilamente. Como ele podia?

Encarei o relógio no criado mudo e já eram quase 8 horas, decidi me arrumar, receber a empresa de decoração e logo após seguir para o trabalho enquanto Estefânia não me ligava para irmos ao salão.

A temperatura quente da água me fez quase querer voltar para dormir, mas eu tinha um longo dia pela frente. Lavei bem meus cabelos com bastante  shampoo e a espuma tomou conta das minhas vistas, tanto que não vi meu marido entrar no box, só senti um beijo em minhas costas e mãos rodeando minha cintura.

—Bom dia, linda —Sussurrou entrando na água comigo.

—Bom dia só se for pra você—Esbravejei— Estou toda doída por ter dormindo de mal jeito— Tirei a espuma olhando em seus olhos, que no momento estavam confusos—Você —Ergui meu indicador em sua direção—, estava me empurrando como no outro dia.

—Você caiu de novo? —Perguntou evidentemente preocupado e eu neguei— Não sei o que está acontecendo comigo, tenho mesmo me notado meio inquieto —Ele segurou meu rosto entre as mãos e beijou meus lábios— Me desculpe —Disse entre beijos— Você pode me desculpar?

—Posso —Voltei a beija-lo começando o dia com um bom sexo no chuveiro.

Continuei no banheiro passando algumas fragrâncias no corpo e tentando dar um jeito no cabelo, enquanto não aparecia ninguém até o momento.

—Você sabe onde está minha gravata vermelha? —Vinicius apareceu de repente no banheiro me pegando totalmente nua deslizando um óleo corporal pelas pernas— Foda-se a gravata —Estava prestes a me agarrar quando eu fiz não com a mão para que ele parasse.

—Está na última gaveta do meu lado. Eu iria lhe fazer uma surpresa, mas por ventura você decidiu usá-la justamente hoje —Amarrei o roupão e deixei o banheiro para trás com Vinícius andando atrás de mim até o closet.

—Uma surpresa do tipo sexual?—Perguntou com um sorriso devasso nos lábios enquanto me olhava passar o vestido pela cabeça.

—Não importa —Provoquei— Não esqueça do jantar de hoje. Já combinei com sua mãe, ela vai me buscar na empresa e vamos juntas ao salão —Virei de costas para que ele subisse o restante do zíper, só que ao invés disso ele desceu — Vinícius   —Repreendi e ele subiu a contra gosto.

—Tudo bem —Beijou meu pescoço e pegou o paletó saindo do quarto sem gravata mesmo.

Peguei minha bolsa com alguns papéis que eu trouxe para analisar no fim de semana só que não o fiz. Saí do quarto e desci as escadas observando um movimento começar pelo piso de baixo.

—Você deve ser Júlia —Segurou na minha mão e me rodopiou pela sala. Um homem do gênero masculino que parecia mais feminino que eu, sorri com meu pensamento e assenti para ele confirmando  minha identidade.

—Olá — O cumprimentei—Você é um dos organizadores que falou comigo ontem, certo?—Perguntei somente para confirmar, já tinha quase certeza.

—Sim linda, só quero que você veja alguma das ideias que eu preparei —Me guiou pela cintura até o meio da sala, mas um rosnado o impediu de continuar.

—Quem é você e porque está com as mãos na minha mulher? —Vinicius apareceu com sua típica maleta e um jeito de empresário durão, que me deixou de calcinha molhada.

—Ele é um dos organizadores que sua mãe me indicou —Me antecipei em explicar— Esse é meu marido, Vinicius Mospiert —Vinicius atravessou a sala e me puxou para o seu lado apertando a mão do homem a nossa frente.

Damned SoulsWhere stories live. Discover now