19

165K 12.5K 8.4K
                                    

Ahh bebê, eu sou todo errado.

LEONARDO 🚬

Passei o resto da tarde fora de casa, isso resultaria em várias perguntas. Meu pai não ia se contentar com o meu silêncio e com certeza iria ter uma briga, uma briga que ia acabar com a minha noite, como sempre.

Pô, passar a noite e a manhã com a Beatriz foi bom demais. A companhia dela é incrível, o jeito doido e espontâneo dela me encanta.

Iih porra.

Achei que tinha superado essa paixão platônica que tinha por ela, mas acho que ainda não passou. Pensei que ia passar depois que a gente transasse, mas parece que o bagulho ficou ainda mais forte. Eu só consigo pensar no quanto eu quero beijar ela outra vez, no quanto a quero nua nos meu braços.

Tô fodido mesmo.

Entrei em casa e agradeci mentalmente por ver que não tinha ninguém em casa. Estava tudo escuro, só a luz da entrada acessa.

Entrei no meu quarto e me joguei na cama. Sentia meu corpo pesado e um cansaço exagerado, Eu não conseguia tirar a Beatriz da cabeça, nada fazia eu esquecer ela. Eu não conseguia pensar em mais nada, medo que aquele filho da puta machuque ela.

Eu só queria poder ajudar ela, ninguém merece passar por esse tipo de coisa. Mas como eu vou ajudar? A Desgraçada não quer fazer uma denúncia, eu disse que eu mesmo denunciava, mas ela insistiu para que eu esperace ela fazer dezoito anos, que ela mesma resolveria toda essa merda.

Ela nega, mas eu sei que ela não quer denunciar porque acredita que ele possa mudar um dia, que ele possa ser o pai que ela tanto quer. Eu também tinha esse pensamento sobre o meu pai, me sinto o mesmo garoto de doze anos que ainda acha que ele pode mudar.

Ver a Beatriz naquele situação, porra, aquilo me fez lembrar de tudo o que eu passei na infância, tudo o que eu presenciei. Eu não pude ajudar ela porque eu era só uma criança, mas agora eu sou um homem e eu quero ajudar a Beatriz, eu preciso ajudar ela.

(...)

Segunda-feira 07:26

A primeira aula do dia seria física, eu odeio essa matéria com todas as minhas forças e odeio ainda mais a professora quem da a aula.

Mas eu iria participar dessa aula só para conseguir conversar com a Beatriz, saber se ela está bem, se precisa de alguma coisa. Eu mandei várias mensagens ontem a noite, mas ela não respondeu nenhuma. Ela me avisou que estava sem celular, mas eu ainda tinha esperanças que ela já tivesse recuperado o mesmo.

Andei pelos corredores procurando por ela, mas não a vi em lugar algum. Talvez já tenha ido para sala de aula, e é para lá que eu vou.

Entrei com um meio sorriso e cheio de expectativas, mas ela não estava lá, ela não estava aqui.

Ela não apareceu na primeira aula...

Nem na segunda...

Nem na terceira...

Na quarta...

Muito menos na última aula.

(...)

Terça-feira 09:26

Só por uma noiteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora