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Não foi o fim do mundo, mas algo dentro de mim morreu.

BEATRIZ 🍄

Estava me arrumando para um festa, é, outra festa. Esses ricos adoram festas de comemorações, não julgo, se eu tivesse dinheiro, teria churrasco na laje todos os dias.

Estou terminando de me maquiar no quarto do Leonardo. Depois que ele me apresentou devidamente para a Beca, e para os ouros funcionários da casa, ele me levou para comprar roupas alegando que teríamos que ficar lindos para a noite de hoje.

Não me sinto a vontade em aceitar presentes tão caros, mas Leonardo não entende isso, ele quase pisou no meu pescoço quando eu disse que não aceitaria mais nada que viesse dele.

Mas acabei sedendo quando ele jurou que ficaria muito tempo sem falar comigo. Ele não conseguiria tal proeza, eu sei, mas preferi aceitar, assim poupavamos uma discussão sem sentido.

—Você está linda — Ele me abraça por trás e beija meu pescoço — Muito, muito linda.

Me viro para ele e coloco minhas mãos nos seus ombros, me perguntando mentalmente "o que nós somos?".

—A pessoa quem comprou o vestido tem bom gosto.

Ele sorriu concordando e passou a mão pelo vestido vermelho de seda justo ao corpo que ia até metade das minhas coxas. Leonardo disse que ama quando uso vestidos desse modelo, e que compraria todos os vestidos do mundo, mas que mesmo assim, prefere quando estou nua na sua frente.

—Está pronta? Temos que descer.

A festa está acontecendo no andar de baixo, sim, na casa dele. E eu não estou nem um pouco confortável com essa situação.

—Não estou preparada para encarar seu pai e a sua madrasta, sinceramente, estou sentindo uma vontade louca de correr por aquela porta, igual uma galinha.

—Uma galinha? — Gargalha alto.

—sim — Sorrio me lembrando de Samuel — Você prestou atenção em tudo o que eu disse?

—Relaxa gatinha, ele sabe que você está aqui, e por incrível que pareça, não demonstrou estar incomodado com a sua presença.

Tudo bem, isso é mais do que estranho, é muito estranho. Da para ver na cara do velho que ele morre de vontade de me empurrar escada a baixo, ou enfiar uma faca no meu pescoço.

—Se queria me acalmar, sinto muito em dizer que você não conseguiu.

—E te beijar? Eu vou conseguir? — sorri.

Passo a língua pelo labio inferior quando ele aproxima seu rosto e passa a pontinha do nariz no meu, um gesto nosso, tão íntimo. Sempre fazemos isso, e eu amo, acho que é uma de nossas demonstrações de carinho.

Uma de suas mãos escorregam pelo meu corpo e vão parar nas minhas costas, ele me puxa mais para si e meus seios tocam seu peito, sua outra mão livre vai para a lateral do meu rosto e ele sorri antes de grudar nossos lábios.

Minhas mãos apertam seus braços com força e mesmo sabendo que é impossível, eu tento o puxar para mais perto. Nossas línguas brincam com tranquilidade. Tudo com Leonardo é intenso, mas quando ele me beija, eu esqueço de tudo, não existi mais nada além de mim e ele.

Sua boca desce para o meu pescoço onde ele deixa beijos suaves que me arrepiam por inteiro.

—Cada vez que eu te beijo, tenho a sensação de ser a primeira vez — Sorri com a testa colada na minha.

Só por uma noiteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora