Thomas é forçado a viajar para Portugal numa tentativa derradeira de parar Oswald Mosley, que continua os seus avanços imparáveis no mundo fascista. Lá encontra a ajuda improvável de Helena, uma mulher de origem cigana e com o coração tão despedaçad...
Helena olhou novamente para o relógio, permitiu-se adormecer um pouco até um pesadelo invadir novamente o seu sono, ela nunca conseguia voltar a fechar os olhos depois de acordar daquela maneira, lidava com aquilo desde sempre. Respirou pesadamente e vestiu o robe fino de seda para se dirigir à sala. Meteu a cabeça de fora para ver tudo silencioso como a madrugada deve ser, sabia que Thomas também lidava com demónios que o mantinham acordado até altas horas mas precisava mesmo de sair do seu quarto para apanhar ar fresco. Saiu pé ante pé para o corredor e pegou na garrafa de whisky que se encontrava na mesa, encheu o copo e abriu a janela para sentir a brisa fresca da noite. Fechou os olhos quando o vento ligeiro abraçou a sua pele e os cabelos e inspirou pesadamente.
-"Também não consegues dormir?"- Helena assustou-se ao ponto de derramar metade do whisky na sua camisa de seda colando o tecido ao corpo, ao mesmo tempo que um leve grito deixou a sua boca e quase se desequilibrou.
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-"Fodasse Thomas, não podes podes fazer is.."- Virou-se na direcção da voz de Thomas para o encarar furiosa quando reparou que estava semi nu, sem usar nada da cintura para cima. Engoliu a seco com a visão perfeita que estava à sua frente, mesmo banhado pela escuridão o luar era suficiente para delinear o corpo de Thomas com definição, deixando o seu coração apertado e as suas mãos a tremer.
-"Fazer o quê Helena?"- Thomas largou o fumo preso na garganta e avançou lentamente para ela, como um predador avança para a presa. Conseguia vê-la tremer através do luar, os seus olhos por muito que lutasse contra isso percorriam o corpo de Thomas.-"Gostas do que vês, love?"- Thomas parou a escassos centímetros da cara de Helena, antes de agarrar um pano que estava ao lado da garrafa de whisky.-"Vamos limpar-te."- Thomas olhou para o tecido colado ao corpo de Helena deixando os seus seios perfeitamente visíveis, passou ao de leve o pano no pescoço e desceu-o lentamente até ao seio esquerdo até Helena lhe retirar o pano e tentar afastar-se dele.
-"Eu consigo fazer isso sozinha."- Thomas agarrou-lhe o braço e virou-a bruscamente, o seu corpo bateu contra o peito e não lhe dando espaço para escapar novamente agarrou-lhe a cintura com firmeza.
-"Deverias ter cuidado, poderia ser outra pessoa que não eu."- Helena tentou puxar as costas para trás para se afastar do hálito que a deixava inerte e a ansiar por mais proximidade.
-"Ninguém aqui se atreve a tocar-me."- Disse quando a voz lhe falhou ligeiramente na última palavra.
-"À excepção do Alfie."-Thomas aprofundou a sua voz, não conseguiu disfarçar o nojo que tinha do judeu.
-"Alfie tocou-me porque eu deixei, Tommy."- Helena tentou libertar-se dos seus braços em vão.
-"Porque fazes isto? Porque me provocas desta maneira?"- Thomas agarrou-lhe a cara e abanou-a levemente apertando as bochechas de Helena.
-"Nem tudo gira à tua volta."- Helena tentava não dar parte fraca.
-"Queres deixar-me louco?"- Thomas lambeu os lábios e levantou um pouco o tom de voz.
-"Loucos já somos Thomas."- Helena riu do seu comentário. Thomas perdeu a cabeça, não aguentava mais e num movimento rápido tomou os lábios de Helena sem lhe dar hipótese de respirar. A antecipação era tanta que deixou escapar um leve gemido contra a boca da morena que nunca tinha experienciado um sabor daquelas. Thomas sabia a cigarros e whisky, era um gosto viciante, ela podia fazer isto para o resto da vida. Sentiu as suas mãos descer à base do seu traseiro que foi apertado. Helena gemeu quando sentiu o corpo de Thomas ainda mais colado ao seu, sentia um fogo quase incontrolável subir pelas pernas acima quando percebeu a erecção de Thomas contra si.
-"Pára.."- Disse Helena contra os lábios que a devoravam sem piedade. Sentiu Thomas afastar-se um pouco, pegando numa mecha de cabelo que teimava em cair-lhe pelo rosto.
-"Olha-me nos olhos e diz-me que não queres isto."- Helena ainda mantinha os olhos fechados, lentamente subiu o olhar para o rosto que se encontrava colado ao seu em expectativa por uma resposta. Helena só o olhou, não conseguiu dizer nada a sua garganta estava travada, ela queria-o com todas as forças. Quando finalmente arranjou coragem para dizer alguma coisa, Thomas silenciou-a com um dedo sobre os seus lábios. -"Tu queres-me, precisas de mim tanto quanto preciso de ti."
-"Eu não preciso de ninguém."- Disse Helena num suspiro ainda com o dedo de Thomas sobre os seus lábios.
-"Então prova-me isso, sai daqui e volta para o teu quarto."- Thomas agarrou-lhe a nuca e olhou-a com intensidade. A morena não se mexeu, os seus pés estavam presos no chão e ia jurar que se tentasse andar iria perder as poucas forças que ainda lhe restavam. Thomas abriu o sorriso com a falta de acção dela, estava a conseguir entrar sob a sua pele e ela mostrava-se vulnerável. -"Diz-me para parar Helena."- Thomas fez Helena recuar sem perder o seu olhar até sentir as costas dela baterem levemente contra a parede. Helena apoiou os braços na parede sem conseguir controlar o seu corpo. A mão que segurava a nuca deliniou o contorno do seu pescoço até à alça da camisa de seda que baixou levemente. Thomas aproximou-se ainda mais dela acabando com o espaço restante entre os dois de modo a que ela sentisse a sua erecção que crescia de segundo para segundo. Helena abriu os olhos com aquela sensação, conseguia senti-lo pulsar através das calças e não conteve o gemido que saiu da sua boca.
