Thomas é forçado a viajar para Portugal numa tentativa derradeira de parar Oswald Mosley, que continua os seus avanços imparáveis no mundo fascista. Lá encontra a ajuda improvável de Helena, uma mulher de origem cigana e com o coração tão despedaçad...
A noite já ia avançada quando o Pub começou a esvaziar, Joaquim deu ordem para os seus homens fecharem as portas enquanto Helena limpava um copo encostada ao balcão, perdida novamente nos olhos de Thomas. O mais velho dirigiu-se finalmente à mesa dos Shelby rodeado pelos seus homens que se afastaram ligeiramente para lhe darem privacidade. Helena olhou com expectativa para o tio.
-"Devo dizer que fiquei surpreendido quando fui informado que estavam aqui, não esperava ver Peaky Blinders no meu pub."- Disse Joaquim quando parou em frente à mesa. Os irmãos levantaram as sobrancelhas quando o mesmo se dirigiu a eles na sua língua nativa, aquele lugar estava a revelar-se uma caixa de surpresas Thomas teria de ponderar outro plano para se aproximar de Helena.
-"Agradeço a recepção, Mr. Marques."- Thomas olhou de relance para Helena que pela primeira vez naquela noite baixou a cabeça.- "Apresento-lhe os meus irmãos, Arthur e Finn. O meu nome é Thomas."- Arthur assentiu com a cabeça em forma de cumprimento, Joaquim fez o mesmo virando-se novamente para Thomas.
-"É linda não é?"- Joaquim ajeitou os bolsos e deixou o fumo do seu charuto ocupar o salão. Arthur engoliu a seco e olhou discretamente Joaquim, sabia que muito provavelmente o mais velho estava a testar o seu irmão. Thomas encostou as costas à cadeira e ponderou a resposta, estavam em território que não era seu e um passo em falso era morte certa. Usou todas as forças que tinha para se manter o mais neutro possível no que ia dizer. Sabia perfeitamente a quem Joaquim se referia.
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-"Definitivamente ela é."- Disse sem largar o cigarro.
Joaquim demorou 5 segundos a abrir o sorriso e a quebrar o ambiente que ali se sentia, puxou a cadeira livre e sentou-se na mesa para alivio de todos.
-"Suponho que não venham de férias."
-"E supõe bem Mr. Marques, viemos em negócios. Temos um problema em comum."- Thomas finalmente largou o cigarro e levou o copo à boca.
-"Temos? Eu não tenho problemas, Mr. Shelby."- Joaquim adoptou uma posição de domínio que foi evidente para os Shelby.
-"Oswald Mosley."
Aquele nome criou uma reacção em cadeia no pub. Joaquim parou de inspirar o seu charuto e fixou-se novamente em Thomas. Helena engoliu em falso, aquele nome assombrava-a desde sempre. Era o seu demónio. Largou o copo e deu a volta ao balcão, sentou-se na mesa em frente e puxou a cadeira para apoiar os pés. Thomas sentiu-a mas com todas as forças que tinha não olhou para ela, não era o momento oportuno. Joaquim levantou as sobrancelhas e olhou de relance para Helena, percebia-a como ninguém.
-"Jurei pelo meu sangue há 20 anos atrás matar esse homem com as minhas próprias mãos, soube que tentou matar o desgraçado e subir ao poder. O que correu mal?"- Joaquim recostou-se ainda mais na cadeira.
