Sentada à mesa do Diabo.

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Ia jurar que estava à horas parada em frente à fachada daquele hotel tentando dar ordem às suas pernas para atravessarem a rua e subir a pequena escadaria que dava acesso ao átrio do edifício. Tudo em redor de Helena se passava em câmara lenta, era assim que a sua mente processava as coisas naquele momento. Sentia-se embriagada pelo whisky que tinha bebido mas arrependeu-se em não ter bebido mais. A garrafa inteira seria bom para começar. Como desejava voltar atrás para mudar isso. Mas não podia voltar atrás, em nada. O caminho, a bem ou mal, que tinha escolhido só tinha um sentido e ela sentia o peso a todo o instante da sua decisão. Poderia até morrer no decorrer daquele plano louco mas iria morrer de cabeça erguida. Como sempre fez durante toda a sua vida. E foi esse pequeno pensamento que finalmente lhe deu coragem para endireitar a postura e encaminhar-se para o hotel. O resto da sua força vinha de Thomas, a quem ela se agarrava com tudo o que tinha. E era apenas disso que precisava. Enquanto tentava controlar o coração que teimava em bater como se fosse saltar do peito, passou pelo porteiro que delicadamente lhe acenou e abriu a porta. O espaço não se encontrava muito cheio e a segurança de Mosley era facilmente identificável, seria uma vantagem durante o comício pensou. Ao longe aproximava-se um homem que deduziu ser o chefe de segurança do fascista pelo porte e confiança que se dirigiu a si.


-"Senhorita Marques?" - Perguntou num tom audível apenas para Helena.

-"Sim."

-"Preciso revistá-la muito rapidamente."


-"Desafio-o a tentar a sua sorte, senhor."- Helena deu um passo em frente e olhou intensamente para o homem, que se mostrou chocado com a sua confiança. Felizmente não tentou um novo avanço.

-"Acompanhe-me por favor."- E com isso deu-lhe as costas que Helena prontamente seguiu sem nada mais dizer. No mesmo instante um empregado passou por si com uma bandeja de champanhe, Helena esticou o braço e de uma só vez engoliu o líquido como se fosse água. Precisava ficar dormente a todo o custo. O salão de jantar revelava-se após passar pelas portas de vidro onde se encontrava mais um empregado a quem aproveitou para dar o copo. Do lado esquerdo o bar preenchia toda a parede enquanto as mesas se encontravam meio ocupadas. Um ambiente de requinte que a deixou surpreendida.


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-"Realmente a sua presença não passa despercebida em nenhum lugar." - Helena estremeceu levemente quando ouviu aquela voz nas suas costas, mesmo sem olhar conseguia sentir a presunção do seu tom. Mosley levava o copo à boca quando finalmente o encarou. Como sempre, beijou a sua mão sem nunca deixar de a olhar. Era indescritível a forma como aquele gesto a deixava desconfortável. Mas tinha de aguentar e sorrir.


-"Oswald."

-"Vamos?"- Mosley ofereceu-lhe o braço. Helena demorou um segundo a reagir mas assentiu enquanto se dirigiam à mesa. Tentando demonstrar o seu cavalheirismo disfarçado puxou a cadeira para a morena se sentar e rodeou-a, ficando directamente à sua frente. Novamente deixava aquele sorriso característico aparecer na sua face como se o mundo lhe pertencesse. Sem dar conta a mão de Helena viajou inconscientemente para a liga onde a sua arma descansava, tentava a todo o custo controlar a sua sede de vingança pois sabia que se o fizesse era morte certa.- "Será possível tal beleza continuar a surpreender-me?"

My Golden Gangster.Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin