Norte. (+18)

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Tinha ficado desamparada com aquele olhar, discretamente estendeu o braço e segurou a parede. A sua garganta seca não a deixava pronunciar uma sílaba que fosse e Thomas depressa se apercebeu disso. Continuava preso no olhar da mulher que repentinamente tinha virado uma criança assustada na sua frente sem saber o que fazer. Thomas sorriu levemente e encostou-se a porta para lhe permitir a passagem. Helena percebeu o gesto e o que para si lhe pareceu horas em o seu corpo reagir e dar o primeiro passo para dentro da divisão, para Thomas tornaram-se milésimos de segundo enquanto admirava a deusa que era para si olhar em redor visivelmente ansiosa. Thomas fechou a porta com violência, apoiando de seguida as suas costas. Tinha as mãos no bolsos, o cigarro na boca e a sua mente nela. Sempre nela. Helena inspirou fundo e fechou os olhos por um momento antes de se virar e finalmente encarar Thomas.

-"Sou homem de poucas palavras love, não tu."- Thomas sorriu puxando o fumo do cigarro para a garganta.

-"Há tanta coisa que queria dizer."- Helena voltou a olhar para o chão.

-"Não te atrevas a fazer isso."- Thomas apontou para ela, que subiu a cabeça. -"Relembra-te quem és. O teu nome é Helena Marques, és filha do homem mais perigoso do país e és a mulher que amo."- Helena sentiu o seu coração parar.- "Sem ser eu, nunca deixes que vejam dúvida no teu olhar. Pode matar-te."

-"Seria tão mais fácil senão fosse ninguém neste momento."- Helena lançou a mão ao maço de cigarros que estava em cima da secretária e endireitou a postura. Thomas tinha razão.

-"Não podemos mudar quem somos, só tentar melhorar."- Thomas encostou a cabeça a porta. -"Esse é o fardo desta vida e dos nossos nomes, querida."

-"Eu errei Thomas. Errei muito."- Helena sentiu o peso das lágrimas nos olhos.

-"Todos erramos, love. Agora que sabes de tudo, arrependeste de algo?"- Thomas levou novamente o cigarro a boca.

-"Deixar-te, não há nada que vá apagar isso."- Helena arrastava a voz.

-"Hum."- Thomas levantou as sobrancelhas e prendeu o olhar no chão. -"Estava na esperança que falasses do Alfie."

-"Thomas.."

-"No dia em que percebi que não tinhas desaparecido e que estavas nos braços dele.."- Thomas fez uma pausa e o tom da sua voz saia como um suspiro, envolta em dor e revolta. -"Foi o pior momento da minha vida. E posso dizer que já passei por alguns."

Helena nada disse, apenas se deixou corroer pela mágoa das suas palavras que eram como flechas directamente apontadas ao seu coração.

-"Imagina-lo a tocar-te e a foder-te."- Thomas admirou-a novamente. -"Esse é o tipo de coisas que muito facilmente leva um homem à loucura, Helena. Basta deste jogo."

-"Não é como se fizesse as coisas propositadamente, vocês são os dois homens mais insanos e voláteis que conheci em toda a minha vida!"- Helena abriu os braços para Thomas.


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My Golden Gangster.Where stories live. Discover now