Prólogo

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— Ele está vivo esse tempo todo? — Patrik exasperou com a pele pálida, feito um papel.

Eu não sei em qual momento exato a cor deixou seu rosto, mas eu vi como seus lábios embranqueceram quando olhou a figura sobre a cama.

Tudo bem, vamos voltar mais um pouco.

Tudo bem, vamos voltar mais um pouco

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Quase quatro anos antes.

— Vai me responder ou não? — Questionei, pronto para dar o próximo soco.

Passos ecoaram atrás de mim. Passos que queriam ser anunciados.

— Sebastian. — Meu nome foi proferido por uma voz trêmula e fraca.

E eu a reconhecia muito bem.

Inspirei fundo, para então me virar o vendo por fim.

Pierre Máximo.

Meu tio avô. Irmão do pai do meu pai.

Ainda sentindo minha mão apertar a garganta de Zayn, o esclarecimento vem à minha mente. O motivo dele estar me seguindo a dias. Foi uma ordem dada pelo seu Capô.

Dei uma última olhada para Zayn para então focar toda minha atenção em Pierre.

— O que está fazendo aqui? — Perguntei, quando sua imagem deixou de ser borrada e eu conseguia vê-lo perfeitamente. Seu corpo cheio e largo, junto com sua bengala indispensável.

— Velhos hábitos nunca mudam, não é mesmo. — O veneno escorria por cada uma de suas palavras roucas, enquanto fugia da minha pergunta e caminhava até mim possibilitando-me de ver seu semblante pálido e abatido.

O velho realmente precisa parar com os charutos e Bourbon, está acabando com o que resta dele.

— Meu pai sabe que está na cidade? — Questionei, tentando ao máximo não demonstrar a repulsa de chamar aquele homem de pai.

Soltei a traqueia de Zayn, que rapidamente buscou por ar se apoiando em seus joelhos ofegantes.

Nesse meio tempo Pierre riu, como se eu tivesse tido a maior piada do século.

— Garoto, eu não devo satisfações a ninguém, muito menos ao inconsequente do seu pai.

Seu rosto redondo, com a barba bem feita deixava sua expressão facial ainda mais dura do que o normal.

As antigas memórias retornavam a minha mente como uma avalanche prestes a detonar tudo, e para me conter, fechei meus punhos o mais forte que pude.

Use a raiva ao seu favor, não contra você.

Mesmo que as palavras dele fizessem sentido, naquele momento não importava.

O Máximo "mais velho" direcionou seus olhos azuis para as minhas mãos, então voltou ao meu rosto.

Sua pele enrugada, com marcas do tempo deixavam explícito que não mudou nada nesses anos. Não deixe se enganar pela sua postura frágil, a idade nunca foi um problema para as atrocidades desse homem.

Os dois homens atrás dele de porte grande, com coldres amostra, deixam claro que Pierre veio para uma conversa o mais amigável possível. Pois o homem que eu conheci costumava andar protegido e armado até os dentes. Ele sempre teve muita precaução com a sua segurança.

— Estou morrendo, Sebastian.

Eu dei uma risada.

— Já está fazendo hora extra, não acha? — Debochei, ajeitando minha camisa social, que desabotoei para a possível luta com Zayn.

Então o silêncio reinou, tendo como resultado as respirações pesadas de todos reverberando pelo lugar. Com os olhos fixos em minha direção percebi que ele não estava brincando, assim como não está afim do meu peculiar senso de humor.

Endireitei minha postura.

— Não acha que é muita cara de pau vir me procurar agora? — Inquiri, vendo sua feição enrijecer. — Há oito anos atrás eu te procurei, pedi sua ajuda e você me negou. Você se negou a fazer justiça pelo seu próprio sobrinho que você levou a esse mundo de merda. Você pode não tê-lo matado, mas o condenou a isso.

Pierre desviou seus olhos de mim.

— Você melhor do que ninguém sabia. Então agora não vem com essa merda de "estou morrendo", porque assim como você, tô pouco me fodendo.

Passei a mão no meu cabelo, na tentativa de manter minha respiração regulada. Não vou ceder a isso, não depois de tanto tempo.

Essa situação era uma merda. Não bastava o ultimato de Francisco, e agora tinha isso. A porra do meu passado bem aqui na minha frente.

Na verdade o karma é uma merda. Não importa o quanto eu tente seguir em frente sempre tem algo me puxando constantemente para trás.

Neguei com a cabeça revirando os olhos, e comecei a caminhar para fora dali. A ruela tinha duas entradas, uma bloqueada por Pierre, e a outra que estava seguindo.

— Eu acredito em você agora— Anunciou ele em um tom alto para se certificar de que estava ouvindo— mas agora é tarde demais para mim. Só que você pode continuar e realizar a vingança que eu me neguei a fazer. — Pausa— Enrico merecia, eu só não estava disposto a pagar o preço que precisava.

Meus passos aos poucos iam perdendo a velocidade.

— Eu preciso da sua ajuda, Sebastian. As coisas desandaram enquanto estive no México— Admitiu, contra sua vontade— Meu tempo está se esgotando e eu preciso...— Ele fez mais uma pausa como se precisasse de toda sua coragem para suas próximas palavras. Então um suspiro de rendições escapou dele— Preciso de Mikael Mackenzie de volta.

Todos os meus músculos se tencionaram ao escutar aquele maldito nome.

Vamos voltar mais um pouco.

Vamos voltar mais um pouco

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Inocência Em Meio Ao Caos| Livro 1 - Quadrilogia Herdeiros Por SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora